Capítulo 34

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   Todas pareciam muito interessadas em aprender, e sentamos todas na primeira fileira.Eu peguei a carteira mais próxima da porta,para o caso de eu resolver realizar uma grande fuga, mesmo sabendo que eu não ia fazer nada disso. Para onde eu poderia fugir estando aqui  no meio do nada do nada? Josh. Era sempre possível ligar para o Josh, eu pensei comigo mesmo com o olhar perdido no espaço.

   "Me chamo Sofya," disse a mulher mais nova sentada ao meu lado, interrompendo meus pensamentos.

   "Ah! Oi. Eu me chamo Any." Sorri para ela, mesmo sabendo que falhei em dar ao sorriso uma  aparência genuína. Não é que não estivesse feliz em conhecê-la, mas meu nervosismo estava interferindo com meu traquejo social. 

   "Isso tudo e muito empolgante, não acha?" Seus grandes olhos marrons esverdeados brilhavam.

   "Acho que sim." Falei seco, olhei de volta para o meu questionário, agarrei o lápis que estava ao alcance e comecei a preenchê-lo.

   O questionário era composto de várias páginas e, ao dar uma vista de olhos nas folhas seguintes, me dei conta de que, realmente, iria levar uma hora para completá-lo. Me esforcei para sufocar o suspiro de irritação enquanto começava a rabiscar meu nome, idade e data na linha de cima. Após completar as informações básicas, fui dar uma olhada na primeira pergunta.

      A primeira página parecia tratar de somente de perguntas relacionadas coma saúde. Perguntas sobre condições médicas, psicológicas, remédios que eu estivesse tomando, e seu eu era usuária de drogas.

   A página seguinte continha temas mais arenosos, como meu nível de experiência sexual e contato com BDSM. Respondi "nenhum" para ambas.  Então perguntava o meu nível de interesse em várias atividades.  A lista se alongava por sete páginas, e eu estou segura que abrangia toda e qualquer prática sexual que pelo menos uma pessoa em toda a face do planeta terra já tenha inventado. Algumas eram completamente nojentas, como ser forçada a urinar na cama e ser usada literalmente como o banheiro de outra pessoa. Eu deveria colocar um número entre zero e cinco ao lado de cada uma dessas práticas para indicar o quanto eu estaria  disposto a experimentá-la. A maioria das coisas parecia simplesmente horrível. Coisas como asfixia e brincadeiras com agulhas, eu sabia que nunca teria  a mínima vontade de fazer nada daquilo. E tampouco parecia normal para mim que alguém tivesse vontade de fazer aquelas coisas.

   Quanto mais eu lia a lista , com mais nojo eu ficava. Eu disse para mim mesma que, juro, no momento em que alguém tentar vir mijar em cima de mim, vou ligar na hora para o Josh vir me buscar e vou cancelar esse casamento estúpido; Num ímpeto de frustração, zerei a lista inteira, sem nem me preocupar em ler cada item  individualmente. No resto do questionário, eu escrevi "nenhum", "não", "zero", ou qualquer que fosse a resposta mais negativa que houvesse. Eu não queria estar ali,  e queria que todos soubessem. 



Cinquenta tons de BSDMWhere stories live. Discover now