Capitulo 6: Lembranças

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Sorte sua
Que eu tenho todos esses problemas paternos
O que posso fazer?
Demi Lovato- Daddy issues

O que mais me lembro do meu pai é que ele gostava de coisas fáceis. Sejam elas dinheiro, mulheres ou qualquer outra coisa.

Me lembro de um dia chegar da escola e assim que entrei na sala de casa vi várias roupas espalhadas pelo chão. Roupas femininas que com toda certeza não eram da minha mãe, que ainda estava no turno dela na lanchonete, e por que ela odiava roupas espalhadas pela casa. E não podia ser uma das travessuras de Jennifer, já que ela estava na casa de uma amiguinha.

Chamei pelo meu pai, porém ninguém respondeu. Minha cabeça infantil não conseguia pensar em um motivo pra aquelas peças estarem espalhadas ali. Então vi a camisa do meu pai. Saiba que devia ser coisa dele, já que ele nunca arruma a bagunça. Sempre deixando as coisas pra mamãe arrumar, mesmo estando cansada.

Recolhi as coisas do chão, dobrei com cuidado e coloquei em cima do sofá. Subindo pra o meu quarto logo em seguida. Assim que cheguei no corredor dos quartos escutei barulhos vindo do quarto dos meus pais. Lembro de achar aqui muito estranho, já que minha mãe deveria estar no trabalho e não voltaria tão cedo. Então devagar caminhei até lá, sem entender por que me sentia tão nervoso e agitado, a porta não estava trancada então a abri achando que apenas meu pai procurando dinheiro da minha mãe pra jogar ou comprar cigarros. Ele sempre fazia isso quando ela não estava, vasculhada tudo atrás de um dinheiro que ele não fez nada pra ganhar.

Mas o que eu vi foi bem pior que o homem bêbado que roubava da esposa. E sim, meu pai comendo Mônica , a vizinha do lado. A mesma mulher que fingi ser amiga da minha mãe e que lhe dá concelhos pra não deixar o marido.

Meu pai olhou pra mim assustado quando deixei um som de descrença sair da minha boca. Ele sai de cima da mulher e se cobriu com um lençol de forma rápida. A mulher se encolheu e se cobriu com outro lençol, o cobertor da minha mãe, como se fosse adiantar alguma coisa diante da cena que eu tinha acabado de presenciar.

- Eu posso explicar filho- meu pai de forma débil, enquanto se levantava da cama. O hálito cheirava a álcool e as palavras se enrolavam em sua boca.

Franzi o cenho quando ele se aproximou. Não queria que ele toca-se em mim, aquilo tudo mesmo aos meus olhos infantis parecia sujo e imoral. Não queria nem ao menos estar perto dele.

- O que o senhor está fazendo com essa mulher papai?- questionei. De maneira inocente. Aquele era o tipo de cena que os pais deviam evitar que uma criança de 8 anos acaba -se vendo.

Mas John não ligava pra isso. Meu pai só se importava que o filho idiota tinha pego ele fazendo algo que não devia e agora iria contar pra pessoa que pagava suas contas e o deixava viver uma vida boa.

- Nós estávamos brincando filho- o tom de John era nervoso e ao mesmo tempo irritado.

- a mamãe não gosta quando brincam na cama dela, Ela sempre briga comigo e Jen quando fazemos isso - falei.

- Ela não precisa saber, certo campeão?- disse ele. Seu tom cuidadoso- o Papai não vai mais fazer isso, então você não precisa contar.

- Não gosto de mentir pra mamãe, é errado- dei alguns passos pra trás quando a expressão do me pai mudou de uma tentativa falha de apaziguamento pra raiva pura e latente.

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