1. Mommy, are you okay?

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Nancy abriu os olhos e percebeu que estava em um apartamento moderno e espaçoso, mas não tinha a mínima ideia de como foi parar ali. Olhou para os lados, procurando por algo ou alguém familiar. E Nancy encontrou. Havia três crianças brincando no chão da sala, dois garotos loiros e uma garota ruiva. Um dos garotos tinha a mesma idade que a menina que parecia ter por volta dos dez anos. O outro garotinho era quase um bebê, aparentava ter três anos.

- Nut. Nacy. - o bebê repetia enquanto brincava com brinquedos desajeitadamente.

- Ele quase fala o meu nome, Newt. Só se esquece do N no meio. - a garotinha comentou, dando mais um brinquedo para o bebê.

- O meu parece que vai demorar um pouco mais para sair, né, Fred? - Newt falou, balançando um dinossauro de pelúcia enquanto Fred ria.

Nancy já havia compreendido que aquela era ela e Newt pequenos, antes de serem entregues a Ava, mas quem era aquele bebê?

- Crianças, venham comer! - uma voz chamou, passando por trás da Nancy que assistia a memória e colocando dois pratos com lanches na mesa próxima dela.

Ela se virou e viu uma mulher ruiva e alta. A mulher era bonita e parecia familiar, mas Nancy não conseguia se lembrar dela. Newt pegou Fred no colo e levou até a mesa, seguido pela Nancy mais nova. Ele colocou o bebê na cadeirinha e se sentou ao lado de Nancy, ficando entre ela e Fred.

- Fred está quase aprendendo a falar os nossos nomes, mamãe. - Newt falou enquanto pegava o sanduíche de queijo.

Então aquela era a mãe deles...

- Que legal! Continuem ajudando o seu irmãozinho. - ela respondeu feliz, tossindo um pouco.

Fred era irmão deles? Ele era quem Nancy sentia tanta falta sem ao menos saber o porquê? Onde ele poderia estar? Fred estava com o CRUEL ou estaria... Morto? Nancy levou as mãos a boca ao receber toda aquela informação, mas a tosse da mãe dela se agravou e ela se preocupou.

- Mamãe, você tá bem? - a Nancy mais nova perguntou depois de engolir a primeira mordida do seu sanduíche enquanto a tosse da mãe se agravava fortemente.

- Estou. Apenas venham comigo. - a mãe deles falou enquanto os gêmeos saíram da cadeira rapidamente.

Ela os levou até a porta de um quarto enquanto tossia e tremia. A mulher começou a ficar pálida e sua veias ficaram mais visíveis. Ela estendeu uma chave para Nancy e um celular para Newt e depois, contou as instruções.

- Nancy, eu quero que... Quando eu entrar... Você tranque a porta. - a mulher falou, as frases entrecortadas por tosses e gemidos de dor. - E você, Newt... Liga para o papai... E diz que eu... Estou doente. Não abram a porta. Não importa o que aconteça. - os dois acenaram com a cabeça. - Cuidem do Fred por mim, tudo bem? Eu... Eu amo vocês.

Ela deu um beijo na testa de cada um com lágrimas escorrendo pelo rosto e entrou no quarto. A Nancy que assistia à sua própria memória colocou as mãos na boca novamente e começou a chorar. Como ela poderia esquecido uma mãe tão amável como aquela? Os gêmeos fizeram exatamente o que a mãe deles instruiu, mesmo sentindo medo e muita tristeza. Tiraram Fred da cadeira dele rapidamente, sentando-se no sofá e tentando distraí-lo. Eles se assustaram quando ouviram algo se quebrar vindo de dentro do quarto, seguido por um rosnado selvagem e gritos abafados pelas paredes.

- NÃO, MEGAN! - ela berrava e depois batia na porta. - Fique aqui dentro!

Ela gritava consigo mesma. E esse era o nome dela. Megan. As crianças estavam assustadas, mas confiavam na mãe deles e sabiam que poderia ser pior se abrissem a porta. Três guardas abriram a porta que levava ao apartamento onde encontravam-se as crianças e a mulher louca no quarto. Atrás deles, três médicos. Um deles era uma mulher, mais especificamente Ava Paige. Nancy ficou com raiva ao ver aquela mulher levando ela mesma - só que menor - e seus dois irmãos com a ajuda dos outros dois médicos enquanto os guardas se preparavam para entrar no quarto.

Uma coisa mais estranha aconteceu depois. Um homem entrou, mas quando Nancy olhou para ele, sua visão ficou borrada e um zumbido começou, deixando-a praticamente surda, abafando os gritos e qualquer voz ao redor. Nancy ouviu Newt e a outra Nancy chamá-lo de papai. Fazia sentido, mas por que Nancy não conseguia vê-lo? O zumbido ficou mais alto quando ele falou alguma coisa que foi indecifrável para ela. Nancy colocou as mãos na cabeça e fechou os olhos com força. Quando ela os abriu, estava novamente na Caixa. Aquele maldito elevador.

- Não, não, não. - Nancy murmurava, batendo nas grades geladas de metal. - Não, não, não!

- NANCY! - ela ouviu Thomas chamá-la bem distante enquanto a Caixa subia com velocidade. - NANCY!

- NÃO! - ela berrou, olhando para cima, vendo a tampa da Caixa se abrir segundos antes dela chegar no topo.

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- ACORDA, TEMOS QUE IR! - Thomas gritava enquanto sacudia os ombros de Nancy.

Ele agarrou a mão dela e a ajudou a descer do helicóptero, mas não soltou depois que desceu. Um daqueles homens que os resgataram apareceu atrás deles.

- Vocês estão bem? - ele gritou, virando-se para trás e sacando uma arma grande. - Vocês tem que sair daqui! Vão! CRANKS!

Quando o homem começou a atirar, Thomas e Nancy se assustaram. Ela deu um passo para trás e esbarrou nele, quase derrubando os dois na plataforma de concreto do helicóptero. Thomas apertou a mão dela com mais força para tentar acalmá-la e outro homem os agarrou, começando a empurrá-los na direção de uma enorme e iluminada construção, algo que os lembravam muito uma base militar. Eles observavam aquilo com muita curiosidade, pois não parecia certo uma construção tão bem elaborada como aquela no meio do deserto.

Apenas depois de um tempo eles perceberam que os clareanos corriam na direção da construção também, tropeçando algumas vezes e escoltados por outros homens. Eles perceberam que outras pessoas corriam na direção da base, mas elas vinham de trás das dunas de areias, contorciam-se ao andar e uivavam de maneira estranha e aguda. Os dois imaginaram ser os tais Cranks que os homens se alarmavam tanto ao verem, já que eles metralhavam as pessoas que vinham das dunas.

- PODEM DECOLAR! - gritou o homem atrás de Thomas e Nancy, acordando-os daquele transe que a confusão causara.

Nancy e Thomas finalmente chegaram na construção. O homem os empurrou pela grande porta de metal e ficou lá fora, juntando-se aos outros para atirar nos Cranks. A porta se fechou, excluindo os clareanos da confusão lá fora. Nancy estava assustada, assim como Thomas. Eles giraram em torno de si mesmos sem soltarem as mãos enquanto exploravam o novo ambiente. Era literalmente uma base militar. Caixotes e homens armados indo e vindo de um lado para outro, carrinhos de transporte passando normalmente entre grandes contêineres.

Thomas puxou Nancy até a frente do grupo, ainda olhando em volta e parando exatamente lado a lado. Quando ela observou melhor o lugar, apertou mais a mão do rapaz, assustada com tudo naquele ambiente. Onde estavam?

E será que aquele pesadelo havia acabado?

A Reason To Keep Fighting《 MR: The Scorch Trials Fanfic 》Where stories live. Discover now