A Reason To Keep Fighting《 MR: The Scorch Trials Fanfic 》

21. I think you don't deserve this.

Nancy abriu os olhos na completa escuridão, mas havia um retângulo azul brilhante a alguns metros dela que iluminava um pouco o lugar. Tinha alguma coisa ali dentro. Nancy se aproximou cautelosamente do objeto luminoso e percebeu duas coisas: o retângulo era uma cápsula com água e havia uma pessoa dentro, que era ela mesma.

Ela ouviu passos e olhou para a esquerda. Era Thomas. Sentiu um alívio enorme lhe encher o peito, mas ao se lembrar da última vez que o vira, seu coração ficou pequeno de tanta aflição. Diminuiu ainda mais quando viu lágrimas nos olhos dele ao observá-la dentro da cápsula. Thomas suspirou pesadamente, tentando conter as lágrimas.

- Me desculpa, me desculpa... - ele sussurrou para a Nancy dentro da cápsula enquanto ela fechava os olhos com força e acenava com a cabeça, como se o perdoasse.

A Nancy que assistia foi lembrando-se daquele momento aos poucos. Mesmo debaixo da água, sentindo a agonia insuportável de não poder respirar, ela o perdoou por não ter conseguido libertá-la a tempo.

- Você sabe que era necessário. - a voz de Teresa ecoou e Nancy a viu se aproximar de Thomas. Ela também estava triste, mas não tanto quanto ele. - O Labirinto vai ser melhor para ela, melhor do que aquela esteira...

- Qualquer coisa é melhor que tudo isso, Teresa. - Thomas respondeu com a voz embargada, secando o rosto na manga da camisa branca. - Eu prometi para ela que ia tirá-la daqui, eu prometi...

- Eu sei, Thomas, mas depois da confusão que você armou...

- Teresa, eu não aguento mais vê-los todos morrer! - ele cerrou os punhos com raiva e continuava a chorar. - Agora ela... Ela não merecia isso. Se você soubesse por metade do que ela viveu, você me entenderia.

- Thomas! - Teresa ficou chateada, pois ela sabia muito bem pelo o que Nancy havia passado. - Não é verdade! Eu era a melhor amiga dela antes disso tudo. Nós dois éramos. Eu sei que você gosta muito dela, mas...

- VOCÊ NÃO ENTENDE! - ele berrou, assustando Teresa sem querer e chorando ainda mais. - E-Eu não apenas gosto d-dela, eu... E-Eu...

Thomas gaguejava como se o que ele quisesse dizer estivesse entalado na garganta. Ele se virou para a cápsula e viu que a Nancy lá dentro fazia um enorme esforço para não abrir a boca. Quando seus olhos se fecharam, um braço mecânico com uma seringa surgiu e picou sua nuca. Alguma coisa parecia ser aplicada enquanto uma máscara descia e encaixava-se em seu rosto, fazendo com que ela voltasse a respirar, apesar de estar desacordada. Nancy imaginou o que estava sendo colocado dela, foi quando coçou a nuca.

Um chip.

- Eu não vou mais ficar parado. - Thomas finalmente falou, mas as duas sabiam que não era aquilo o que ele quis dizer de verdade.

- Thomas! - Teresa chamou quando o garoto saiu correndo.

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Nancy abriu os olhos assustada e sentiu uma mão agarrar o seu ombro. Era Teresa.

- Oi. - ela falou baixo, sorridente e tranquila. - Parece que você não curte muito uma balada, né?

Teresa disse aquilo com a intenção de animá-la, mas não funcionou. Nancy ouviu um risinho e Newt apareceu. Ele pegou o seu punho da ruiva e examinou a mordida, um grande hematoma roxo e um pouco inchado. Largou o pulso da irmã, apoiou as mãos sobre os joelhos e a encarou com um sorriso.

- Bem-vinda de volta, sua trolha feia. - Newt cumprimentou com a mesma intenção de Teresa, mas fracassando como ela.

Nancy piscou como se desprezasse as boas-vindas do irmão, apesar de ser só uma brincadeira e afastou a mão da amiga de seu ombro lentamente. O sorriso de Teresa e Newt sumiram quando Nancy curvou-se para se sentar, soltando um gemido de dor. Ela estava em uma cama enferrujada que rangeu, dando-lhe dor de cabeça.