7. Let me guess... WCKD is good?

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Nancy ainda estava muito confusa sobre o que realmente estava acontecendo, mas sabia que a sua intuição de que aquele lugar não era o que dizia ser estava certa. Ela não precisava se saber o que Janson fez com eles ou pretendia fazer, o fato de Thomas e os outros estarem fugindo já era suficiente para entender que não era algo bom. Então, Nancy puxou o Lança-Granadas das mãos de Thomas com raiva e apontou para Janson.

- Nancy, o que você... - Thomas murmurou, mas ela já estava longe demais para poder ouvir.

- Abre a porta, Janson! - Nancy gritou, dando passos para frente e erguendo a arma enquanto Janson avançava lentamente com as mãos para o alto.

- Vocês não vão gostar do mundo lá fora...

- ABRE A DROGA DA PORTA! - Nancy berrou, sacudindo um pouco a arma, mas não a abaixou em momento algum.

- Escuta! - ele gritou enquanto Thomas continuava tentando abrir a porta com o cartão. - Quero salvar a vida de todos. O Labirinto é uma coisa, mas vocês não durariam um dia no Deserto. Se o clima não matá-los, os Cranks matam. Seja lá o que viram, seja lá o que pensam terem visto, eu só quero o melhor para vocês.

Janson e os guardas tinham parado de andar, mas a tensão era palpável entre eles e Nancy

- Deixa eu adivinhar... O CRUEL é bom? - Nancy perguntou, expressando todo o sarcasmo que podia e cerrando os dentes de puro ódio.

Janson abaixou as mãos e sorriu, como se tivesse acabado de receber uma notícia muito boa. E apesar dele ter uma notícia para dar, ela era horrível.

- Vejo que o bloqueio das memórias do seu pai funcionou muito bem.

Nancy não respondeu, apenas cerrou os olhos, um pouco confusa.

- Você passou pelo coma, mas não se lembra dele, não é? - Janson fez menção de dar um passo.

- Se der mais um passo, eu queimo o seu focinho de rato em um segundo. - Nancy respondeu de forma tão grosseira que surpreendeu Thomas vê-la daquela forma.

- Com certeza, não se lembra. - Janson respondeu, voltando ao lugar onde estava.

- Do que você tá falando? - ela perguntou com a voz firme, mas nervosa pelo o que estava por vir.

- Espero que você e seu irmão escutem muito bem. - ele falou, sem tirar o sorriso do rosto por um segundo. - Se lembra de que o pai de vocês estava sempre trabalhando? Você sabe onde ele estava? Ele estava trabalhando para a segurança do CRUEL. E sabe quem faz isso? Eu.

- Não. - ela sussurrou, começando a tremer.

- Isso é impossível. - Newt falou, começando a ficar nervoso.

- Isso mesmo, Nancy. Eu sou o seu pai. O pai do Newt e do Fred, que foi sequestrado há muito tempo.

Nancy perdeu o chão. Na verdade, sentiu como se estivesse sobre o chão de vidro novamente. Ela recuou um passo, completamente estática. Todas aquelas poucas memórias que ela tinha dele apareceram, mas dessa vez o homem tinha um rosto e uma voz. E eram de Janson.

- Não, não pode ser. - Newt murmurou, virando-se de costas e colocando as mãos na cabeça, completamente perturbado pelo turbilhão de memórias que havia resgatado. Minho tentava acalmá-lo e o loiro parecia tonto, pálido como se estivesse prestes a desmaiar.

- Nancy, não o escute! Tá me ouvindo? Nancy! - Thomas berrou ao perceber que ela cambaleou um pouco para trás, mas para a ruiva a voz dele parecia tão distante.

Nancy não cedeu, se recompôs e continuou a discussão.

- Como você... Como você pôde? - Nancy gaguejou, sentindo o ódio que tinha pela CRUEL ser somado ao ódio que começou a sentir pelo o próprio pai. - Como você pôde assistir tudo aquilo que eu passei? Tudo aquilo que os meus amigos passaram e não fazer nada? Por que nos deixou para morrer no Labirinto? Por que deixaram fazer tudo aquilo conosco?

Uma lágrima escorreu pelo rosto dela. Newt também parecia estar chorando, mas Minho conseguia mantê-lo mais calmo.

- Nancy, eu sei pelo o que você passou. Eu sei pelo o que vocês passaram, mas podemos concertar as coisas. Podemos achar o Fred. Vocês não podem ir...

- Claro que não! Você quer torturar a gente mais um pouquinho, né? - Nancy ironizou com raiva. Seu pai havia feito tudo aquilo com ela e com seus amigos, além de tentar convencê-la a se juntar a ele da forma mais tosca possível. - EU QUERO QUE VOCÊ VÁ PARA O INFERNO! - ela berrou enquanto seu corpo todo tremia, sem saber se era raiva, tristeza, medo ou tudo junto.

- Não me lembro de te dar essa educação, filha...

- NÃO ME CHAME ASSIM! - Nancy berrou, ameaçando atirar e deixando Janson e os guardas em alerta. - E é claro que você não se lembra. Estava sempre trabalhando, não é mesmo?

Um clique soou pelo corredor e a porta se levantou. Nancy olhou para trás e viu Winston e outro garoto do outro lado da porta, sentindo-se culpada por não dar falta do amigo até o momento.

- Oi, gente. - o garoto desconhecido falou.

- Vamos! Rápido! - Caçarola gritou enquanto os outros clareanos atravessavam a porta.

- Nancy, rápido! Vem logo! - Thomas gritou com o desespero estampado na voz.

Nancy se virou para Janson e começou a atirar, mirando especialmente nele. Ele desviou de todos os tiros do Lança-Granadas e depois se escondeu atrás dos guardas. Ela atirou umas seis ou sete vezes e a munição havia acabado. Depois de apertar o gatilho algumas vezes inutilmente, Nancy jogou a arma na direção deles e começou a correr na direção da porta. Janson abriu caminho entre os guardas e começou a correr atrás da garota, seguido pelos guardas.

- Fechem a Porta Principal! Fechem a Porta Principal! - ele repetia para o pequeno comunicador no pulso.

- CORRE, NANCY! NANCY! - todos gritavam, desesperados, mas as vozes que se faziam mais presentes eram a de Thomas e a de Newt.

Nancy nunca correu tanto em toda a sua vida. A cada passo que dava, mais rápido a adrenalina no seu sangue percorria. A poucos metros da porta, Nancy se jogou no chão e deslizou por baixo da porta milésimos de segundo antes dela se fechar completamente. Thomas e Newt agarraram seus braços para erguê-la. Com a adrenalina ainda correndo pelas veias, Nancy cambaleou mais um pouco e esbarrou Thomas, mas ele conseguiu segurá-la antes que tombasse no chão.

Nancy deduziu que o nome do garoto desconhecido fosse Aris, pois ouviu alguém gritar esse nome quando o mesmo se dirigiu para um dos leitores e o quebrou com o que parecia ser um tubo de aço. Janson bateu na porta passou o seu cartão pelo leitor do outro lado, fazendo com que o leitor que Aris havia quebrado soltasse uma faísca grande.

Winston pegou a pistola de um guarda desacordado enquanto Minho pegava uma mochila e os outros corriam. Thomas ajudou Nancy a se equilibrar, os dois encarando Janson do outro lado. O mesmo bateu no vidro e os encarou. Um alarme começou a tocar, sinalizando que era hora de partir. Thomas levantou o dedo do meio para Janson, fazendo Nancy soltar um riso cansado, mas bem sincero.

- Seu bostinha! - Janson praguejou com a voz abafada pela porta.

- Anda, gente! Vamos! - Minho chamou, encostando no ombro de Thomas depois de encher uma mochila com munição.

Por puro instinto, Thomas agarrou a mão de Nancy e seguiu o amigo. Ele a guiou entre os caixotes de madeira, pois sabia que ainda estava muito confusa por causa da confusão e não queria arriscar perdê-la de vista novamente. E enquanto corriam, uma chama estranha de alegria se acendeu dentro do rapaz quando relembrou como Nancy havia passado por debaixo da porta. Aquilo foi realmente incrível e Thomas não conteve um sorriso ao relembrar de como ela havia ameaçado Janson, caso ele desse mais um passo.

"Meu Deus, como ela foi demais", ele pensou, torcendo por não ter dito em voz alta.

Quando eles chegaram na enorme porta por onde haviam entrado, ele soltou a mão dela - com certo desânimo ao fazer isso. Thomas viu uma alavanca vermelha e a puxou, abrindo a enorme porta e deixando o vento gelado do Deserto atingi-los. Todos cobriram os olhos por causa da areia enquanto Thomas olhava para trás, vendo os guardas se prepararem para persegui-los.

- Vamos! - ele gritou, fazendo um gesto para segui-lo.

Todos atravessaram a porta sem pensar duas vezes e sumiram na ventania.

A Reason To Keep Fighting《 MR: The Scorch Trials Fanfic 》Where stories live. Discover now