10. I'm not leaving you here!

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- Mas que droga é essa? - Nancy murmurou enquanto colocava a mochila nas costas e dava passos para trás junto com o resto do grupo, que olhavam horrorizados para os novos perseguidores.

- CORRAM! - Thomas e Minho continuavam a gritar, mas o grupo só começou a correr quando eles se juntaram.

Winston lançou uma mochila para Thomas ainda em movimento e enquanto ele colocava nas costas, girou para dar uma olhada nos Cranks, desejando não ter feito isso. Eles continuaram correndo e subiram por uma escada rolante, com os feixes de luzes das lanternas girando para todos os lados. O grupo virou a esquerda e passou ao lado da proteção de vidro. Quando chegaram no fim do corredor, Thomas estacou fazendo todos os outros parar. Havia outro Crank ali.

Ele começou a andar na direção deles, mas Aris pegou um taco de beisebol que encontrou e bateu na perna dele. O Crank soltou um gemido desconcertante e caiu de cara no chão, fazendo com que Nancy e Teresa se separassem do grupo, subindo alguns degraus de outra escada rolante enquanto o Crank se debatia no chão. Os garotos ficaram preocupados, mas os Cranks que já estavam os perseguindo os forçaram a continuar correndo.

- VÃO LOGO! - Nancy gritou, parecendo mais preocupada com o bando de Cranks do que com o que estava a encurralando com Teresa.

Os garotos obedeceram e Nancy pôde voltar a atenção para a ameaça mais próxima. Outro Crank surgiu, pulando no corrimão da escada rolante e assustando Nancy. Teresa deu um soco no Crank na sua frente com a lanterna, deixando-o meio zonzo. Depois que o Crank próximo de Nancy pulou na frente dela, a ruiva chutou a barriga dele. Teresa desviou a tempo e o monstro caiu em cima do que ela havia nocauteado.

Os garotos já estavam no andar de cima, mas Thomas estava sempre atrás, preocupado com as garotas. Quando elas surgiram no final da escada rolante, um Crank surgiu ao lado de Thomas e ele o socou rapidamente. Apesar de ver que elas estavam bem, não pôde se sentir aliviado ainda.

Todos voltaram a correr e dessa vez, Nancy e Thomas estavam atrás. Os Cranks pareciam mais distantes, mas não era uma opção diminuir a velocidade corrida. Nancy estava atrás de Thomas, o que fez ele entrar em pânico quando ele ouviu uma vitrine sendo quebrada atrás dele. Ele olhou para trás e viu Nancy e um Crank no chão. O Crank estava em cima dela, completamente determinado a morder sua face.

- NANCY! - Thomas berrou a plenos pulmões quando viu a cena enquanto o resto dos clareanos estacavam no lugar, preocupados.

Nancy o empurrava com braço contra a garganta, mantendo aquela mandíbula horrorosa o mais longe possível do seu rosto enquanto o Crank segurava os ombros dela com uma força que imaginou ser impossível. Nancy parecia ser a mais forte a ali, apesar de todo o cansaço, mas logo, o Crank virou o jogo, soltando um daqueles uivos horripilantes e mordendo o braço da ruiva que o empurrava.

Nancy soltou um grito de dor que ecoou pela construção toda e deixou uma lágrima escorrer pelo rosto. Aquele grito foi como um tiro no peito de Thomas e de Newt, que mal puderam ver o que estava acontecendo. Com a raiva e a dor fervendo dentro dela, Nancy deu uma joelhada na barriga do Crank, o que fez ele soltar seu braço e gemer.

Thomas o empurrou com o pé para o lado, fazendo com que ele caísse do andar onde estavam. Ele ajudou a garota a se levantar, mas Nancy tentou conter mais um grito quando ele pegou no braço dela. Thomas não conseguiu entender, mas viu o sangue dela nas mãos dele e seu coração parou por um segundo. Ele olhou para os olhos marejados e a face suja dela, completamente apavorado.

- Eu tô bem, Tom. - ela respondeu, ofegante e triste. - Eu... E-Eu tô bem.

Um uivo ecoou pela construção, lembrando o porquê estavam correndo.

- V-Vamos logo. - Thomas gaguejou, puxando-a pela mão que não estava machucada.

Ele só queria que todo aquele pesadelo acabasse e que Nancy ficasse bem.

Todos voltaram para aquela perseguição frenética. Thomas parecia ter ficado preso no momento em que aquele maldito Crank mordeu Nancy, mas continuou correndo e guiando-a. Nancy se sentia tonta, era muita movimentação e barulho e ela estava cansada, mas não sentiu nada além disso.

- Por aqui! - Minho gritou, apontando para um pequeno corredor.

Todos entraram lá e Thomas teve que soltar a mão de Nancy, mas fez questão de mantê-la próxima. Agora, os dois estavam na frente. Ele achou uma porta, mas estava trancada. Thomas tentava abri-la, mas os Cranks apareceram e eles continuaram correndo pelo corredor. Os clareanos chegaram no final e havia apenas uma porta dupla vermelha como saída, mas ela estava trancada também.

- Não abre! - Thomas gritou depois de empurrá-la algumas vezes, começando a lhe dar chutes enquanto Minho batia o seu ombro nela.

- Eu vou atrasá-los! - Winston anunciou, sacando a pistola que havia furtado e dirigindo-se a porta do corredor de onde vieram.

Ele começou a atirar nos Cranks, mas era muitos para um atirador e os outros nem haviam conseguido abrir a porta ainda, mesmo com a ajuda de Newt e Teresa.

- ABRE ESSA PORTA! - ele berrou.

Caçarola pegou impulso e se jogou contra a porta, finalmente arrombando o cadeado do outro lado e revelando um enorme estacionamento abandonado - nenhum sinal de outros Cranks. Todos passaram, mas Winston acabou ficando por último e um Crank o derrubou no chão.

- WINSTON! - Newt gritou, agarrando as mãos dele enquanto Minho, Thomas e Nancy empurravam a porta contra a horda de Cranks.

- ME AJUDA! - Winston gritou enquanto os Cranks tentavam puxá-lo a qualquer custo, arranhando-lhe a barriga e fazendo-o gritar a plenos pulmões por causa da dor.

Por fim, conseguiram puxar Winston. Thomas berrou para que eles corressem e os clareanos não hesitaram. Newt e Caçarola carregavam Winston, enquanto Teresa e Aris já estavam na frente. Exceto Minho e Nancy foram, ficaram com Thomas empurrando a porta.

- Minho, Nancy, vão! Tô logo atrás de vocês! - Thomas falou para os dois.

Minho acenou com a cabeça e saiu correndo, mas Nancy ficou e continuou empurrando a porta, mesmo com o braço machucado.

- Nancy, você tem que ir agora! Anda!

- Eu não vou te deixar aqui! - ela respondeu, antes que ele terminasse de falar.

- Não, Nancy! Você tá machucada e eu também não vou te deixar aqui! Você... Você vai ganhar tempo para correr. Eu tô logo atrás de você.

- Mas, Tom...

- Por favor, Nancy. - ele implorou, fazendo uma expressão como se estivesse prestes a chorar.

Thomas viu uma lágrima escorrer pelo rosto dela, mas ele não queria que Nancy ficasse ali, ainda mais com o punho machucado. Ela bateu o punho na porta e saiu correndo. Thomas teve certeza que a ouviu soluçar quando deu os primeiros passos, mas não podia afirmar porque com menos gente empurrando a porta, os Cranks pareciam ficar mais fortes. Quando Thomas viu que Nancy estava bem distante da porta, finalmente começou a correr. Ele não ouvia mais nada, apenas corria. A vida dele e a dos outros dependia disso e não poderia fazer mais nada além de correr. Ninguém olhou para trás.

Depois de um bom tempo despistando os Cranks, eles encontraram um esconderijo debaixo de uma placa de concreto. Os clareanos se apertaram ali embaixo e desligaram todas as lanternas, tentando controlar a respiração para não chamar a atenção de nenhum dos perseguidores perturbadores que começaram a se aproximar, mas que depois foram embora.

Nancy ficou entre Newt e Thomas, segurando o próprio pulso - o que havia sido mordido. A mordida ainda sangrava um pouco, mas ela não se sentia doente por causa da mordida do Crank, o que a fez pensar um pouco. Ela ouviu um barulho esquisito e se assustou. Mesmo no escuro, achou a mão de Thomas e a apertou. Ele apertou de volta, fazendo-a se sentir um pouco mais calma apesar daquele pesadelo que viviam.

A Reason To Keep Fighting《 MR: The Scorch Trials Fanfic 》Where stories live. Discover now