6. Where is daddy?

3.4K 358 5
                                    

Nancy abriu os olhos e viu que estava novamente naquele apartamento, mas estava de noite e tudo estava escuro. Ela percebeu pelo canto do olho uma luz fraca vindo do quarto onde sua mãe havia se trancado na última memória. Nancy andou lentamente até lá, ouvindo uma voz melodiosa. Ela parou na porta e viu um berço ao lado da cama, onde provavelmente estaria Fred, além de três pessoas: ela mais nova, Newt mais novo e a sua mãe. Todos estavam na cama, mas ninguém a viu, como se Nancy fosse invisível. Megan, sua mãe, estava entre Nancy e Newt e eles estavam dormindo, menos Megan que cantava uma música. Nancy reconheceu na hora a letra e deixou uma lágrima escapar, perguntando-se como poderia ter se esquecido.

You're my back bone, you're my cornerstone
You're my crucht when my legs stop moving
You're my headstart, you're my rugged heart
You're the pulse that I've always needed

Like a drum baby don't stop beating
Like a drum baby don't stop beating
Like a drum baby don't stop beating
Like a drum my heart never stops beating

For you, for you
Baby, I'm not moving on
I love you long after you're gone
For you, for you
You will never sleep alone
I love you long after you're gone

Nancy sabia que tinha mais da letra, mas conversas e risadas altas surgiram de repente, assustando-a e fazendo-a se virar para trás. De repente, ela estava no corredor . Era um corredor bem longo e apenas uma porta e uma vitrine eram visíveis. A porta na frente dela se abriu e Nancy saiu do caminho, permitindo que dezenas de meninos saíssem correndo para o fim do corredor que dava em uma porta dupla azul aberta. Todos eles vestiam um uniforme e Nancy não precisou adivinhar que iniciais estariam escritas nele. Duas crianças haviam ficado por último e a ruiva notou que era ela mesma novamente e um garoto de cabelos castanhos muito familiar.

- Quer ver quem chega primeiro no refeitório, Tom? - a Nancy mais nova perguntou para o garoto, que era Thomas.

- Precisamos, Nancy? - ele disse com um leve deboche na voz, desafiando-a. - Você sabe que eu sou o melhor corredor!

- Vai sonhando! - Nancy deu um soquinho de leve em seu ombro e saiu correndo junto com ele enquanto eles riam alegremente.

Nancy os seguiu, mas a porta foi fechada no seu rosto assim que os dois passaram por ela. Ela caiu no chão e encarou a porta, confusa, mas levantou-se rapidamente e virou-se para trás. Estava tudo escuro, apesar de poder ver a si mesma. O chão parecia vidro e refletia um pouco seu corpo. O som dos passos de Nancy comprovavam que o chão era mesmo de vidro e de repente, uma voz ecoou pelo local vazio.

- Onde tá o papai? - era ela mesma, mas muito mais nova.

- Ele está trabalhando agora. - a sua mãe respondia.

- Por que ele tá sempre trabalhando?

- Para nos proteger.

Subitamente, um homem apareceu na frente dela. Ele não tinha rosto, apesar da suas roupas e da sua fisionomia serem extremamente familiares.

- Pai? - ela perguntou, dando um passo à frente e vendo o vidro abaixo dos seus pés trincarem.

- É por minha causa que estão vivos. - disse ele, ignorando a pergunta.

Nancy já havia ouvido aquelas palavras antes, mas a voz era tão alta e grossa que fez o seus ouvidos zumbirem e a sua mente girar, sem que ela conseguisse reconhecê-lo. Ela deu mais um passo, ignorando o vidro que trincava cada vez mais.

- E eu prefiro mantê-los assim.

O vidro fez um barulho alto, ecoando pelo lugar e chamando a atenção de Nancy. Ela olhou para o chão e recuou, mas já era tarde demais. O vidro se quebrou e ela caiu na água. Nancy afundava cada vez mais e não conseguia voltar a superfície. O ar começou a fazer falta, fazendo com que ela começasse a se desesperar. Nancy sentiu como se sua cabeça fosse explodir e acabou fazendo o que estava tentando não fazer: abriu a boca.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

- Nancy. - ela abriu os olhos e viu Thomas, olhando com desespero para seu rosto enquanto sacudia o seu braço e acariciava sua cabeça levemente.

Nancy arregalou os olhos, perguntando-se como ele tinha ido parar ali. Os clareanos faziam dos médicos reféns e a gritaria deles foi como uma martelada na sua cabeça, mas sussurro de Thomas a acalmou em um súbito.

- O que fizeram com você?

- Thomas. - ela sussurrou de volta, acordando lentamente.

- Levante as mãos! - Newt gritou enquanto amarrava as mãos da Doutora Crowfford.

- Vocês vão se dar muito mal. - ela resmungou.

- O que tá acontecendo? - Nancy perguntou, levantando um pouco a cabeça e tentando ver por cima do ombro de Thomas.

- Temos que sair agora. Vamos. - ele fez um gesto com a mão, ajudando-a a se levantar e a tirar os tubos que passavam por debaixo do seu nariz.

- Gente, eles estão vindo! - Caçarola gritou. - Para que lado nós vamos?

- Caçarola, anda! - Newt gritou, virando uma mesa de metal e empurrando para frente da porta, prendendo-a entre ela e outra mesa.

Os guardas empurraram a porta, tentando arrombá-la enquanto os clareanos iam para o outro lado da sala. Minho empunhava um Lança-Granadas roubado de um dos guardas e apontava para a porta.

- Nós temos que sair daqui! - Minho gritou sem olhar para trás. - Para que lado?

Nancy se virou para trás e viu outra vitrine. Tinha uma maca na outra sala e Teresa estava lá adormecida, assim como ela segundos atrás. Sem pensar duas vezes, ela pegou uma cadeira que estava ao lado da cama.

- Todos para trás! - ela gritou com firmeza, apesar da confusão mental e da tontura que sentia.

Nancy bateu uma vez no vidro, mas não quebrou. Thomas pegou outra cadeira e bateu na vitrine junto com ela. E dessa forma, a vitrine se quebrou. Thomas quebrou mais alguns pequenos estilhaços enquanto Nancy pegava um cobertor grosso para apoiar as mãos sobre os pequenos cacos. Thomas foi o primeiro, depois ajudou Nancy a passar enquanto os clareanos passavam também. Minho acabou ficando por último e jogou o Lança-Granadas para Thomas.

- Teresa? Teresa, você tá bem? - Nancy perguntou, pois ela já havia acordado por causa da confusão, mas estava assustada.

- O que... O que tá acontecendo, Nancy? - ela gaguejou, olhando para todos os lados.

- Eu também não sei, mas temos que ir. - Nancy puxou a amiga pela mão, tentando ser delicada e ágil.

- Todos, atrás de mim. - Thomas avisou, abrindo a porta da sala.

O grupo deu de cara com um guarda, mas Thomas apertou o gatilho antes que ele pensasse qualquer coisa. O guarda foi lançado longe enquanto o atirador recuava um pouco por causa do impulso da arma. Ele olhou para a arma, como se surpreendesse com o que acabara de fazer e fez um gesto para que continuassem correndo.

Os clareanos acharam o corredor por onde tinham entrado um dia atrás e correram até o final sem parar. Nancy e Teresa estavam mais para trás, pois estavam descalças e haviam acabado de acordar de um tipo de coma bem traumático. Quando finalmente chegaram na porta, Thomas puxou o cartão de acesso que havia furtado e passou pelo leitor. Erro. Passou novamente. Erro.

- Droga, droga... - ele resmungava enquanto passava o cartão pelo leitor uma vez atrás da outra.

- Thomas! - uma voz surgiu do outro lado do corredor, ecoando por todos os cantos.

Era Janson.

A Reason To Keep Fighting《 MR: The Scorch Trials Fanfic 》Where stories live. Discover now