17. Brenda, where are we going?

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Enquanto Brenda guiava os clareanos pelo complexo, Jorge armava-se com uma pistola completamente carregada e colocava um disco para tocar. Walkin' After Midnight de Patsy Cline começou a tocar por todos os auto-falantes do lugar, deixando os guardas e Janson confusos. Nancy particularmente gostou da música, mas não entendeu porquê ela havia começado a tocar. Jorge encontrou os outros clareanos e carregava uma enorme bolsa, provavelmente com todos os suprimentos necessários.

- Brenda, rápido! Não temos muito tempo! - Jorge alertou quando ela e os clareanos subiram o último lance de escadas e viraram a esquerda. - Andem logo! Por aqui.

Jorge empurrou duas janelas, mostrando uma tirolesa longa que levava à outra construção destruída.

- Tá de brincadeira comigo. - Caçarola murmurou, vendo a enorme fenda de entulhos que havia abaixo da tirolesa.

- Este é o plano B, hermano. - Jorge respondeu enquanto verificava as cordas. - Quer chegar ao Braço Direito? Levo vocês até eles, mas ficam me devendo. - os clareanos ficaram em silêncio por um tempo, até que o homem puxasse uma das cordas e enrolasse nos punhos. - Venham comigo!

Ele gritou enquanto corria na direção da janela e saltava. Nancy ficou atordoada com a virada dos acontecimentos. Segundos atrás, aquele homem havia a amarrado e todos os seus amigos de cabeça para baixo, agora estava ajudando-os a fugir.

- Vamos! Vamos! - Thomas gritou, despertando Nancy dos pensamentos e trazendo-a de volta à realidade.

Minho foi o primeiro, depois Newt, Aris, Caçarola e Teresa. Nancy viu um dos holofotes seguir Newt e Minho e se preocupou, mas um grunhido de Brenda chamou a sua atenção e viu que ela voltou.

- Brenda, onde você vai? - Nancy gritou enquanto começava a segui-la, mas alguém puxou a sua mão e ela esbarrou em Thomas.

Os dois sentiram a respiração ofegante contra o rosto um do outro e também sentiram seus corações acelerarem com toda a adrenalina.

- Aonde você vai? - Thomas quase sussurrou, fazendo Nancy sentir o ar que ele deixava sair na ponta do seu nariz.

- A Brenda fugiu. Eu vou atrás dela. - Nancy falou baixo, tentando voltar a segui-la, mas Thomas agarrou o seu braço antes que ela pudesse se virar.

- Não, o Newt vai me matar se você não descer agora. E eu também não me perdoaria se alguma coisa acontecesse com você aqui. - ele respondeu, balançando a cabeça. - Deixa que eu vou atrás dela.

- E eu não me perdoaria se eu te deixasse aqui e acontecesse alguma coisa com você também. - Nancy gaguejou, aquela ideia lhe apavorava e fazia com ela estremecesse dos pés à cabeça. - Eu não vou.

Thomas ameaçou dar um sorriso, mas as circunstâncias não favoreciam a atitude.

- Então vamos juntos. E fica perto de mim! - Thomas alertou, apontando para o rosto dela enquanto Nancy acenava com a cabeça.

Thomas foi na frente. Apesar de Nancy querer ultrapassá-lo, lembrava-se sempre do alerta dele e continuava a segui-lo. A música continuava a tocar, mas os dois ouviram alguém remexendo alguma coisa. Entraram em uma sala e viram Brenda revirar algumas gavetas de metal com pressa.

- Brenda, rápido! O que você tá fazendo? - Nancy exclamou, aproximando-se dela.

- Achei! Achei! - ela exclamou, pegando alguma coisa e fechando a gaveta enquanto Nancy a agarrava pelo braço.

Os três estacaram na porta, pois os guardas começavam a se aproximar do outro lado do mezanino. Brenda sacou a pistola e começou a atirar, mas não acertou ninguém. Os guardas se esconderam atrás da coluna de ferro e gritavam para que os outros se protegessem.

- VÃO! VÃO! - Brenda gritou, empurrando os dois para fora da sala e forçando-os a entrar em um corredor estreito na direita.

Um dos guardas carregou o Lança-Granadas e atirou, quase atingindo Nancy nas costas. Eles passaram por trás da sala e desceram mais um lance de escadas, enquanto os pequenos dispositivos que davam choque atravessavam as janelas.

- Andem! O tempo tá acabando! - Brenda gritou enquanto descia as escadas.

Quando chegaram no final, outros guardas chegaram do outro lado cercando o trio.

- Sigam-me! Andem! - Brenda falou, equilibrando-se nas barras de ferro que formavam a estrutura precária do lugar.

- O quê? Tá brincando! - Thomas exclamou, vendo que ela já estava na metade da barra.

- Anda logo! - Brenda exclamou.

Nancy e Thomas olharam para os guardas, assustados, mas não tinham outra escolha. Como as opções poderiam se tornar tão poucas em situações como aquela? Um guarda no topo da escada atordoaram os dois.

- Parados! Não se mexam! - ele gritou, apontando o Lança-Granadas para ambos.

- Droga! - Nancy murmurou com os dentes cerrados, seguindo Brenda pelas barras e exclamando toda vez que sentia que iria perder o equilíbrio, com Thomas estava logo atrás dela.

- Não atire! Precisamos deles! - outro guarda exclamou, abaixando a arma do colega. - Dê a volta, vou atrás deles.

Os guardas fizeram isso. Por sorte, Nancy e Thomas se acostumaram e ficou mais fácil correr pelas barras de ferro, ganhando velocidade e se afastando um pouco mais dos guardas. Os dois pararam ao ver que os guardas estavam por todos os lados.

- Parados! - o guarda que os seguiram gritou, carregando o Lança-Granadas.

- Brenda, onde estamos indo? - Nancy perguntou, virando-se para a garota, mas sem se mover muito.

- Rápido, a música tá quase acabando! - ela gritou enquanto pulava por cima de uma grade, levando a um outro mezanino.

O que Brenda dissera pareceu uma ordem, pois a música acabou um segundo depois. Explosões por todos os lados surgiram, clareando o lugar e lançando guardas para longe. Nancy esbarrou na grade que Brenda havia acabado de pular e segurou firme nela quando tudo explodiu, sentindo o peso de Thomas ser jogado contra o seu corpo um segundo depois.

Ele não conseguiu se segurar em nada e seus pés escorregaram pela barra quando havia sido lançado. O rapaz soltou um grito quando viu que iria cair, mas a moça pensou mais rápido e agarrou o seu braço enquanto se segurava na grade. Thomas olhou para cima assustado e viu que Nancy se esforçava muito para não soltar o ferro e nem o punho dele. Ele segurava o punho que não estava machucado, mas via que o outro tremia com o esforço em não soltar a barra.

- Eu te peguei. Eu te peguei. - Nancy cuspiu as palavras.

Seu esforço era inacreditável. Ela soltou um grito quando começou a puxá-lo e jurou que seu punho se partiria no meio, mas Thomas agarrou a barra de onde havia escorregado e dividiu o peso. Quando fez isso, Nancy suspirou alto pelo alívio.

Thomas se pôs de pé rapidamente e ambos ficaram olhando para o horizonte mal iluminado, de onde a explosão surgiu. Um ranger metálico ecoou pelo lugar, seguido de um baque surdo. Quando tudo começou a desmoronar gradualmente, Nancy imaginou ter sido uma coluna de ferro tombando.

- Vocês dois, vem logo! - Brenda gritou no mezanino enquanto Thomas ajudava Nancy a pular a grade.

Assim que pisaram na plataforma de concreto, Thomas e Nancy começaram a correr. O chão estremeceu, fazendo Nancy perder o equilíbrio por um instante, mas Thomas agarrou a sua mão e a equilibrou. Voltaram a correr na direção de um elevador. Brenda pulou em uma corda e desceu, depois Nancy e Thomas fizeram o mesmo.

Os três caíram agachados em uma base de ferro, ouviram um estrondo ensurdecedor vindo de cima e viu que entulhos estavam prestes a cair em cima deles. O trio se jogou para fora do elevador a tempo e caíram deitados no chão. O som de blocos de concreto e barras de ferro despencando tomaram conta de seus ouvidos, enquanto a escuridão dominava o lugar e a poeira se levantava rapidamente. Por um segundo, eles ficaram surdos, cegos e incapazes de respirar.

Nancy e Thomas haviam se separado do grupo. E não havia outra forma de voltar.

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