Ꮯꮋꭺꮲꭲꭼꭱ 09

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O beijo que havia dado em Lena ainda parecia fresco em sua memória. Kara se sentia distraída, eufórica e ligeiramente ansiosa como se de repente tivesse dezessete anos de idade de novo e estivesse diante de sua primeira paixão adolescente. No entanto, Lena estaria indo embora para o MIT e Kara sabia que a garota também iniciaria uma nova fase de sua vida e que em breve também acabaria conhecendo alguém interessante para preencher o espaço de sua companhia. Uma sensação de desespero apertava seu coração sempre que ela pensava em outra pessoa com Lena. Lena, seu adorável raio de sol que até algum tempo não parecia nada além de uma irmã para ela. Alguém que precisava de proteção, mas que agora despertava todos os tipos de sentimentos inquietantes dentro dela.

━ Foi um tipo de meteorito, algo que se chocou com o satélite. Talvez precisem fazer uma verificação mais aprofundada para evitar novos impactos.

Kara disse ao voltar para CADMUS. Sabia que existia alguma coisa no espaço. Seria Krypton? Vestígios de seu lar? Não tinha certeza, mas faria aquela exploração minuciosa outra hora.

━ Enviarei essas informações para análise. Você está se sentindo bem? O novo visual está aprovado? - Eve perguntou enquanto estudava alguns dados em um computador. Um pequeno gráfico de Kara era exibido na tela enquanto a Kryptoniana observava a outra loira trabalhar de maneira competente.

━ É confortável para os padrões exigidos. Embora você saiba bem que eu não quero ser um desses heróis ridículos de caixas de cereais. Eu simplesmente não me importaria de usar jeans e um capuz.

Eve riu daquelas palavras enquanto levantava-se de sua mesa. Kara acompanhou com os olhos gelados enquanto a garota mais baixa rabiscava algo em uma prancheta, mas não perdia o foco em suas obrigações.

━ Sabemos. E é por isso que lhe cai tão bem. Jeans e capuz, hein?

Deixando um tapinha carinhoso no ombro da Kryptoniana, Eve voltou ao trabalho, de frente para o computador e Kara decidiu que sua função ali estava feita, pelo menos por enquanto. Sem querer ser um incômodo para ela, a Kryptoniana se retirou do laboratório.

▪ ▪ ▪

Apesar dos acontecimentos do dia, Kara ainda se sentia muito envolvida com sua situação com Lena, e sentiu que daquela vez precisava encerrar as coisas com a namorada. Tomada pela paixão avassaladora e genuína pela jovem irlandesa, a Kryptoniana sabia que seu relacionamento com Siobhan deveria ter um ponto final, ou ela jamais se perdoaria por mentir. Na pior das hipóteses, Siobhan ficaria magoada e talvez algum dia a perdoasse por ter sido honesta, mas Kara não poderia continuar vivendo uma mentira quando seus sentimentos estavam em outra pessoa.

Todavia, ao entrar no apartamento da namorada pela janela da sala, Kara encontrou uma desordem de roupas e sapatos espalhados pela mobília. Uma conversa baixa vinha do corredor que dava acesso ao quarto principal e Kara sentiu uma atmosfera diferente antes de uma risada de Siobhan quebrar o ar. Atraída pelos murmúrios, Kara a seguiu. Até que lá estava. Lá estava. A traição de amantes na cama que até algumas horas estava ocupada por seus corpos em junção. Uma figura masculina estava em cima dela e o movimento embaixo do lençol foi autoexplicativo. Kara ficou ali quieta, parada durante alguns segundos que pareciam eternos. Voltando de seu êxtase sexual, Siobhan abriu os olhos e ao ver a figura de Kara como uma estátua, parada na moldura da porta, congelou e tentou empurrar o homem pelos ombros, que gritou ao se deparar com a Kryptoniana de capa e tudo.

━ Puta merda! - William estremeceu.

━ K-Kara...

Aconteceu rápido demais. Numa explosão de super velocidade e fúria, a Kryptoniana arrastou William de cima dela, o segurou pelo pescoço e o pressionou na primeira parede de gesso que encontrou.

━ KARA!

Mas a Kryptoniana estava em transe. Seus dentes perolados e afiados rangiam e os olhos azuis da loira ganharam uma tonalidade rubra e brilhante. Com um aperto de aço, a Kryptoniana começou a esmagar a faringe dele, que passou a arranhar seu punho enquanto se debatia, numa tentativa inútil de se libertar. Seus pés suspensos no ar pararam de se mover quando o ar de seus pulmões se esvaiu e ela o soltou. Moribundo, nu e completamente inválido, a gravidade fez seu trabalho de puxar o corpo para o chão. Kara ouviu o barulho da massa sem vida aos seus pés e se voltou para a outra mulher, olhando para ela por cima do ombro.

━ Eu já deveria saber... Prostituta mentirosa.

Kara sussurrou enquanto Siobhan chorava num canto do quarto, segurando o lençol na frente do corpo despido. E Kara se perguntou se ela chorava por clemência ou pelo homem morto, mas poderia jurar que a segunda opção era mais provável, graças à maneira que ela olhava para o corpo sem vida. Ainda presa em seu transe, Kara olhou ao redor do quarto onde viu documentos e o que parecia ser uma página virtual aberta em um notebook ligado à uma tomada.

━ O QUE ESTAVA ACONTECENDO AQUI?! - Kara gritou, e sua voz reverberando pelo quarto fez a mulher estremecer.

━ Eu posso explicar! - Siobhan chorou, levantando-se da cama enquanto tentava em vão tocar na Kryptoniana, que recuou seu avanço, segurando a mão dela e a afastando com desprezo e nojo. Sua repulsa podia ser vista em ondas.

━ Não me toque... Nunca mais. - Num ataque de fúria, Kara usou a visão de calor para queimar tudo o que viu. Notebooks, pastas, celulares, bolsas e documentos. Mesmo diante dos gritos da ex namorada, a Kryptoniana não se conteve. ━ Agradeça por eu ter misericórdia da sua alma insignificante, diferente da falta de sorte que seu namorado teve. Desapareça, Siobhan. Não apareça na minha porta nunca mais. Nem sequer ouse escrever sobre mim... Da próxima vez, não pensarei duas vezes antes de fazer com você o que fiz com seu amante.

Desaparecendo pela janela do quarto, numa rajada de vento, Kara a deixou para trás com um amante morto, suas chaves e o trabalho de sua vida arruinado. No entanto, Kara se sentia quebrada também, e foi voltando para seu apartamento, que ela se permitiu desmoronar.

▪ ▪ ▪

Ao entrar no apartamento vazio e escuro, cheio de objetos ainda encaixotados, Kara tirou as botas e as deixou jogadas num canto da sala. Seu objetivo principal agora seria beber e curtir sua própria desgraça infeliz. Beijar Lena e sentir que de alguma maneira havia dado o troco, - mesmo que ainda não tivesse provas consistentes do que já suspeitava, foi quase satisfatório e serviu para massagear seu orgulho ferido, embora ela soubesse que Lena merecia mais do que aquilo. - Lena merecia alguém "normal" e menos quebrado sentimentalmente e tão cheio de traumas.

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Uma parte de mim quis muito que a Kara matasse os dois, mas achei que duas mortes ficaria meio pesado, então vamos por partes. 😈

Algumas emoções no próximo capítulo. 🙊

Super Luthor ⋆ [ Supercorp G!P ] حيث تعيش القصص. اكتشف الآن