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E foi exatamente numa manhã, quando Novembro passou em uma brisa de ventos frios e dias cinzentos, que o apartamento lentamente foi se enchendo de fotos de bebê, e Lena compensou o tempo perdido com as coisas do MIT e trabalhos. O cheiro do outono deu lugar ao inverno gelado, enquanto folhas podres sopravam a rua e o cheiro de pinheiro parecia se infiltrar em todos os floristas do distrito, enquanto todos os cafés pareciam cheirar a canela sempre que ela e Kara iam tomar cappuccinos de manhã cedo e comer bagels frescos com cream cheese. Elas passaram a realizar programas mais familiares e era comum ver as irmãs Luthors reunidas em um banco de algum café, com um bebê no colo e um braço de Kara jogado na parte de trás do encosto de Lena, enquanto a irlandesa ria de alguma bobagem que Kara dizia - ou, em sua maioria, fazia uma piada sombria sobre qualquer coisa que parecia absurda para Lena. Como por exemplo, um bandido que ela havia atirado para o outro lado da avenida. E aos poucos, Lena se adaptou ao humor obscuro de Kara. Rindo de suas piadas e às vezes rolando os olhos para elas e repreendendo a Kryptoniana quando soavam terríveis demais.

Aos dois meses de idade, Lori foi levada ao DEO para receber mais injeções, e ela já estava tentando agarrar qualquer coisa que estivesse ao seu alcance, significando em algumas partidas dolorosas de cabo de guerra quando Lena deixava seu cabelo ficar perto demais do bebê sorridente e curioso. Aos poucos a vida parecia mais branda. Kara ainda estava ocupada com seus deveres, e após seu retorno aos céus de National City, era como se todos estivessem esperando avistar uma capa no céu. De acordo com CatCo, Kara era o anjo da guarda que a cidade nem sabia que precisava. E, é claro que Cat Grant ainda estava perseguindo uma entrevista há alguns dias - mas Lena não esperava nada menos. A garota que poderia fazer tudo o que o próprio alienígena de Metropolis poderia fazer, mas melhor, e que também usava o mesmo emblema, mas de uma maneira muito mais imponente e atenciosa, era o que as pessoas precisavam. Kara era implacável. Ela fazia tudo de maneira mais prática e sua presença causava medo nos bandidos. Ela era o que os cidadãos precisavam quando saíam do trabalho à noite para voltar para suas casas em segurança. O que as mulheres precisavam quando estivessem passando perto de uma viela escura. Kara era o anjo que patrulhava o céu.

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No entanto, com a chegada de dezembro, Lena e Kara encontraram um pouco de tensão, e elas só tinham a Alex e Sam para agradecer por isso, o entusiasmo do jovem casal Arias pelo feriado, parecia paralelo com qualquer coisa que as irmãs Luthors já haviam testemunhado antes. O Dia de Ação de Graças as levou a se reunir com Eliza, a mãe de Alex, e Kara e Lena se viram ligeiramente acanhadas, enquanto traziam Lori com um adorável gorro natalino e um casaco de lã macio que a mantinha bem aquecida. Lena também seguia seu exemplo, assim como Kara que se manteve ao lado das duas o tempo inteiro.

No entanto, Eliza pareceu emocionada ao conhecer as duas, e principalmente Lena, garantindo que tinha ouvido falar muito da jovem mãe corajosa, e adorando o bebê ainda mais, fazendo Lena se sentir corada quando se viu sentada em frente a uma pilha amontoada de peru e molho de cranberry, uma montanha de purê e mais vegetais do que ela tinha visto desde que assistira a um filme de Natal. Os Luthors não eram conhecidos por realizar aquelas tradições, e Lena não se lembrava de ter tido uma árvore de Natal em casa desde que Lionel morreu.

Mas, na verdade, era muito bom estar em um ambiente familiar real, e elas também foram apresentadas à Ruby, a filha de Alex e Sam. A garota parecia encantada com Lori e não demorou para que Ruby estivesse brincando com o bebê, fazendo cócegas em sua barriguinha gordurosa e divertindo-se com as risadas borbulhantes da garotinha. Era um ambiente saudável e acolhedor. Quente. E fez Kara sentir que podia relaxar desde que havia levado Lex e Lillian à prisão.

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A pequena rotina delas havia se tornado uma segunda natureza até então, com Lena ficando em casa e realizando tarefas domésticas que já haviam se acostumado, e tentando preparar o café da manhã ou jantar para elas - às vezes com sucesso e outras vezes sem - concentrando-se em seus estudos. E Kara chegava em casa e pegava Lori no colo, fazendo-lhe cócegas de brincadeira e fazendo vozes engraçadas para a bebê, enquanto brincava de aviãozinho com a filha, acenando para Lena tirar uma soneca ou recuperar o atraso das coisas pelas quais era constantemente perturbada durante o dia. Kara era sempre atenciosa e reconhecia os esforços de Lena, orgulhosa por ela e por como ela havia amadurecido desde então. Mas foi quando os dentes de Lori começaram a nascer, que as duas acharam que ficariam loucas. Com o bebê constantemente agitado e chorando, Lena precisava conter as lágrimas de frustração quando as dificuldades que a maternidade implicava, pareciam demais. E era aí que Kara entrava em cena; amparando a jovem irlandesa enquanto lhe oferecia garantias de que tudo ficaria bem e que ela cuidaria de tudo. Cuidaria das três (e a Kryptoniana sempre se manteve fiel à sua palavra.)

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