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Tudo sobre Lillian fora cruelmente orquestrado. Kara compreendeu, naquele momento, que Lillian apenas havia lhe tirado dos domínios de CADMUS como uma forma de ganhar sua confiança. No fim das contas, Lena também havia sido usada para seus propósitos. De boa aparência e dona de um QI elevado, foi fácil para ela se aproximar e conquistar a confiança de Kara. Mas quando Lena se tornou uma peça descartável, Lillian não hesitou em excluí-la, movendo as peças para que ambas estivessem jogando seu jogo. E por muito tempo elas jogaram. O fato de Kara saber daquilo agora a deixava ainda mais enfurecida.

━ Eu quis fazer isso funcionar da forma certa, Lena. Eu tenho princípios. Meu povo era um povo de honra, e eu carrego isso comigo, por mais distorcida que eu pareça. - Kara explicava enquanto dirigia pela estrada quase deserta àquela hora da noite. ━ Talvez eu esteja muito distante de toda a ladainha do Superman, eu reconheço isso. Eu sou uma arma, eu posso matar sem hesitar, se necessário. Eu não sou tão misericordiosa como todos esses idiotas, cheios de sorrisos políticos para câmeras e caixas de cereal. Mas fui honesta com ela. Fui sincera sobre querer um compromisso com você, porque eu sempre amei você, e, Rao, eu cuidaria de você. - angustiada, Kara bateu no volante enquanto dirigia, se justificando como se carregasse todo o peso do mundo nos ombros. Havia uma sugestão de lágrimas nublando seus olhos azuis acinzentados e a Kryptoniana as engoliu, se acalmando quando Lena colocou uma mão em seu antebraço e ofereceu um pequeno aperto reconfortante. ━ Mas tudo bem, tudo bem se ela não permitiu. Nós vamos cuidar disso, Lena. Eu vou assumir sua tutela.

Legalmente Kara fora registrada como uma Luthor, e isso significava que ela era a irmã mais velha de Lena. Tendo idade suficiente para assumir a guarda de uma garota de dezoito anos, a Kryptoniana decidiu que não permitiria mais que a garota fosse levada (contra a própria vontade) de volta para um ambiente hostil e cheio de violência.

━ Achei que você não falaria com ela. Achei que simplesmente deixaria isso passar. - Lena balbuciou quando as lágrimas silenciosas pareciam mais contidas. Ao ver que Kara estava um pouco mais calma, Lena puxou a mão de volta. Então a irlandesa pegou um pequeno espelho na bolsa e verificou o hematoma na bochecha, reprimindo um gemido para a marca bem evidente. ━ Vaca. - Lena sussurrou, decidindo pegar um pouco de maquiagem para aplicar na região e disfarçar a coloração diferente de seu tom de pele. ━ Kara, você sabe como ela é vingativa. Talvez nem nos deixe em paz.

━ Eu sei, mas eu precisava tentar. Mesmo sabendo que as chances eram mínimas, eu precisava tentar. Eu quis.

A Kryptoniana respondeu angustiada,
enquanto passavam pela noite. Havia luzes laranja dos postes da rua e luzes de neon de estabelecimentos comerciais que funcionavam 24 horas por dia. Algumas janelas de outras lanchonetes, bares baratos e outros lugares mais escuros. Foi quando Kara avistou uma placa vermelha e brilhante de neon na beira da estrada e subiu no acostamento, atravessando o portão. Perfeito, o hotel barato. Era o que precisavam para uma noite, pelo menos até Kara ser capaz de dirigir de novo sem que estivesse tendo espasmos musculares causados pela ira reprimida.

▪ ▪ ▪

Conseguir as chaves de um quarto foi fácil. Na recepção, Lena sequer precisou apresentar um documento de identificação que comprovasse sua idade e o motivo de estar ali. (Visto que aquele lugar deveria abrigar todos os tipos de garotas de programa.) Kara pegou uma mochila e Lena carregou outra nas costas. Obviamente o resto de seus pertences ficaram no porta-malas do carro, que estava trancado numa das vagas disponível para clientes.

Assim que entraram, Lena observou o lugar e por um instante teve receio de deitar naqueles lençóis para dormir. Ela não gostava de imaginar os tipos de pessoas que haviam usado aquelas camas, e como se estivesse lendo seus pensamentos, a Kryptoniana tentou tranquilizá-la.

Super Luthor ⋆ [ Supercorp G!P ] Where stories live. Discover now