Ꮯꮋꭺꮲꭲꭼꭱ 19

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A manhã seguinte começou como um borrão para Lena.

A irlandesa acordou se sentindo uma nova mulher. Seu corpo estava dolorido (num ponto específico mais do que os outros ) e seus lábios inchados de beijos ansiosos e urgentes. Kara não estava mais na cama e a julgar pelo barulho e movimentos vindos do andar de baixo, ela imaginou que a Kryptoniana estivesse na cozinha, preparando o café da manhã.

Os lençóis limpos haviam sido trocados na noite passada, e Lena lembrou-se de quando precisou conter o pânico ao ver o sangue neles. Uma prova de sua virgindade perdida. Após algumas carícias e beijos na cama, Kara entrou no banheiro para tomar um banho, e a adolescente (agora oficialmente uma mulher), arrancou todos os lençóis da cama, fez uma trouxa com eles e os levou para o andar de baixo, para a área de serviço, jogando tudo na máquina de lavar roupa, enquanto sentia seus membros doloridos da melhor forma possível.

▪ ▪ ▪

E lá estava ela. Quando os tímidos raios solares entraram pelas frestas das persianas da janela do quarto, Lena se sentiu outra pessoa. Depois de alguns minutos extras com a cabeça embaixo da água, tão fria que fez suas têmporas doerem, Lena emergiu do banho sentindo-se revigorada. Seus cabelos negros estavam soltos e úmidos e ela vestia roupas menos reveladoras àquela manhã, por se tratar de uma manhã um pouco mais fria do que as outras. Ao descer, encontrou Kara empilhando um monte de panquecas num prato, ao lado de algumas torradas e xícaras de café. A Kryptoniana parecia animada e como era esperado, não havia o menor sinal de exaustão de sua parte.

━ Alguém acordou de bom humor hoje. - Lena cantarolou enquanto Kara sorvia de seu próprio café ao virar uma panqueca com a espátula. Um pequeno sorriso singelo desenhou seu rosto e a Kryptoniana estendeu um prato de panquecas para Lena.

━ Eu tive uma boa noite ontem, apenas não me pergunte os detalhes. - Kara fez uma piada e Lena se surpreendeu com o humor moderado. Ela dificilmente fazia piadas, mas a irlandesa percebeu que gostava muito daquele sorriso que causaria inveja ao sol se o dia não estivesse um pouco cinzento hoje. ━ Como se sente?

━ Hmm... Dolorida, mas também faminta. Bem, na verdade. - Lena gemeu em apreciação às panquecas com gotas de chocolate que somente Kara sabia preparar, decidindo comer enquanto Kara raspava ovos mexidos de uma frigideira antiaderente e sentava no banquinho ao lado do seu. ━ Deus, Kara, eu me casaria com você agora. São as melhores panquecas do mundo.

Lena balbuciou enquanto comia algumas garfadas da massa fofinha. Kara sorriu e decidiu começar a comer de sua própria pilha também. Até que algo lhe ocorreu.

━ Sobre o que eu disse ontem; que falaria com sua mãe, eu acredito que eu tenha me equivocado um pouco. Em breve você estará indo para a faculdade e talvez isso não seja importante. Talvez eu tenha me impulsinado. Me emocionado depois do que aconteceu.

Lena engoliu o pedaço da massa e virou o rosto para olhar para ela. Naquele momento algo havia se despedaçado dentro de Lena. Ela quis chorar e bater em Kara, mas se conteve.

━ Isto é importante para mim, Kara. Mas eu não pretendo segurar você aqui fora por cinco anos. Afinal, como faríamos isso funcionar? Eu estou indo para Boston e você vai seguir com sua vida. Talvez até encontre alguém mais experiente e que atenda aos requisitos. E eu não estou falando de alguém estúpida e que não soube valorizar o que teve nas mãos, ou que apenas queira se promover usando o sobrenome Luthor para chegar ao topo. Eu falo de alguém que queira ser sua de verdade.

Alguém como eu. Foi o pensamento de Lena naquele momento, mas ela preferiu jogar a isca e não revelar o que dizia seu coração.

Kara avaliou a situação e exalou profundamente. Ela sabia o que queria. Ela queria Lena, mas Lena estava indo para Boston, e quando ela fosse embora - como sempre fazia no final de cada verão -, Kara ficaria despedaçada. No entanto, aquilo parecia algo que precisava ser resolvido. Kara não poderia perdê-la.

Super Luthor ⋆ [ Supercorp G!P ] Where stories live. Discover now