Capítulo 11 - A little devil

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Steve Rogers Narrando

Meu relógio de cabeceira marcava 11h40min da manhã quando, pela primeira vez, virei-me na cama para encarar aqueles números em verde. Levantei-me em desespero, demorando em me lembrar de que naquele sábado eu estava de sobreaviso e só iria para o hospital se fosse chamado. Finalmente já era final de semana e apesar de ter que trabalhar se fosse preciso, precisava daquele tempo longe do hospital. A semana que estava se acabando tinha sido mais do que estressante; um de meus pacientes falecera devido a um câncer de pulmão depois de uma cirurgia, o operamos na segunda de manhã e quinta feira de noite ele não resistiu aos efeitos pós-cirúrgicos e acabou falecendo, então tive que passar minha sexta feira inteira cuidando de sua certidão de óbito e de satisfações sobre seu caso clinico.

Mas felizmente o estresse tinha acabado e se tudo desse certo naquele sábado eu não iria trabalhar e como um bom pai, iria passar o dia com Maggie fazendo todas as suas vontades e tentando suprimir minha ausencia.

Levantei-me da cama e segui para o banheiro para fazer minha higiene matinal e então fui para o quarto de Megs, onde ela provavelmente anda estaria dormindo. Ao entrar no quarto de paredes cor de rosa, encontro a enorme cama vazia e arrumada com um papel de sua agenda sobre ela.

“Pai, sei que hoje é seu dia de folga e por isso vou te deixar descansando. Sai com tia Carol, não se preocupe, ela me deixara no treino e depois vamos sair. Descanse bastante...

Te amo, Megs.”

Pelo que parecia, iria passar aquele dia sozinho, provavelmente, sem ter o que fazer, jogado no sofá assistindo televisão ou dormindo... Não que eu estivesse reclamando, longe disso, mas realmente queria ter companhia. Obvio que meu subconsciente, no momento em que pensei no que iria fazer o resto do dia, formou a imagem de uma mulher de cabelos loiros e olhos verdes claros que a semana inteira fiz um esforço enorme para não pensar. Revirei meus olhos mentalmente com a ideia de ligar para Natasha a convidando para passar o sábado comigo, apesar de muito tentadora, a possibilidade era absurda, eu não queria alimentar aquela relação, mas cada dia que passava ficava ainda mais difícil ficar sem ela. Por mais que lutasse contra aquilo a atração que sentia era mais forte e minha vontade de tê-la comigo conseguia ser maior do que qualquer contra dessa relação.

Maggie e Carol, com certeza, iriam passar o dia em um shopping ou andando por Nova Iorque, fazendo lá Deus sabe o que, dando-me por vencido, voltei ao meu quarto e peguei meu celular procurando o numero de Natasha. Sem pensar mais, apertei no botão de discagem antes que eu me arrependesse.

– Alô? – A voz doce que eu tanto esperava ouvir soou do outro lado da linha me fazendo sorrir levemente.

– Natasha?

– Steve?

– Acertou! – Sorri presunçoso. – Como você está?

– Bem, obrigada... Você? – Sua voz era um tanto surpresa, provavelmente ela não esperava minha ligação.

– Bem também. – Suspirei. – Me diga uma coisa, o que vai fazer hoje de tarde?

– Hm... Nada, porque?

– O que acha de passar o dia com um cara solitário que foi abandonado por sua filha de doze anos?

– Wow, isso soa muito depressivo... Acho que posso dar uma passadinha ai. – Imaginei um sorriso provocativo brotar em seus lábios enquanto ela falava isso.

– Ótimo! – Respondi animado. – Venha de táxi, vou deixar o dinheiro com o porteiro, aquele cara que fica como uma estatua na porta do prédio...

– Não precisa, Steve! – Relutou.

– Eu insisto! – Rebati. – E não demore, estou te esperando! – Sem deixa-la responder, eu desligo o celular o arremessando em cima de minha cama ainda bagunçada.

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