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Quando Bryan bateu à porta do apartamento, meu coração parou por um segundo antes de acelerar dolorosamente dentro do peito.

Passei os dedos pela franja uma última vez e soltei o ar com força antes de abrir a porta.

Por um momento tudo que eu fiz foi piscar apreendendo o quão lindo ele estava usando um moletom cinza e jeans. Os cabelos castanhos estavam um pouco bagunçados como se ele tivesse passado os dedos pelos fios várias vezes e sorri imaginando que ele tinha estado tão ansioso quanto eu.

— Você está linda — sussurrou como se eu realmente fosse a coisa mais bonita do mundo, ignorando o fato de eu estar com a mesma cara de sempre vestindo jeans claro e uma blusa de lã marrom e grande demais.

Mesmo assim eu fiquei vermelha e desviei o olhar, me sentindo de fato linda sob seu olhar que enviava ondas de arrepios pelo meu corpo todo.

Era estranho pensar que estávamos prestes a sair em um encontro como aqueles que aconteciam em filmes. Antes éramos apenas Mimi e B, a dupla dinâmica. Não tínhamos aquela formalidade toda, mas as coisas tinham mudado. Eu só esperava que mudado para o bem.

Me sentindo bem mais ousada que de fato era, dei um passo para a frente, nos deixando tão próximos que o calor do seu corpo perpassou pelas nossas roupas de frio e passei os braços ao redor do seu pescoço em um abraço, inspirando fundo seu cheiro de sabonete, perfume masculino e loção pós-barba.

— Obrigada — sussurrei contra seu ouvido. — Você também.

Bryan inspirou fundo contra o meu pescoço, me deixando arrepiada e enredou os dedos nos meus cabelos. Inclinei a cabeça para cima no mesmo momento em que ele se abaixou. Sua boca encontrou o caminho para a minha e todos os meus receios retrocederam. Ainda éramos Bryan e Mimi.

Gemi quando o beijo se tornou ainda mais intenso e desesperado.

Suas mãos encontraram o caminho por baixo da minha roupa e tremi quando seus dedos um pouco mais frios encontraram a minha pele quente, mas não permiti que ele se afastasse, inclinando a cabeça para trás de modo que ele pudesse ter acesso ao meu pescoço.

Ele se afastou com os olhos brilhando. As pupilas estavam tão dilatadas que o verde era apenas um fino anel. Apoiei a cabeça em seu peito respirando o cheiro conhecido e ele me abraçou pelos ombros com força como se tentasse me guardar sob suas roupas, nos fundindo.

Bryan limpou a garganta e indicou a escadaria com a cabeça.

— Vamos? — murmurou com a voz rouca.

Eu assenti e o segui em silêncio, completamente emudecida diante daquele beijo tão intenso. Eu já tinha beijado algumas pessoas antes, mas nunca tinha sido daquele jeito. Beijar Bryan era mais que simplesmente um desejo, era como uma necessidade da minha alma.

Bryan estendeu a mão e entrelaçou os nossos dedos com um sorrisinho tímido curvando os lábios para cima. Ele me olhou meio em dúvida como se pedisse a minha permissão e eu concordei com a cabeça outra vez, apertando seus dedos entre os meus.

Descemos a escadaria em um silêncio confortável ainda de mçãos dadas.

Quando atingimos o primeiro andar ele deu uma risada. Ergui os olhos em sua direção com uma sobrancelha erguida.

— Fazia um tempo que não te ouvia cantando — comentou erguendo os ombros maciços. — Senti falta disso.

Foi só então que eu percebi que estava cantarolando "Here comes the sun" dos Beatles. A nossa música.

— Desculpa — sussurrei com as bochehcas em chamas.

Bryan sacudiu a cabeça antes de dar um beijo na minha testa.

Rosas Azuis [CONCLUÍDA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora