Capítulo 1

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Por Draco

Os tempos estavam a mudar, eu sabia disso. Dentro do círculo interno do Voldemort toda a gente ficava cada vez mais ansiosa. Principalmente o meu pai que, prevendo acontecimento ditos "grandiosos", queria que eu mostrasse a minha verdadeira garra, garra que eu evidentemente não tinha, é mesmo apesar dele próprio ter um medo infernal do nosso Lord.

Estávamos no final do 7º ano e eu já nem sabia mais o que fazer. Só precisava de alguém com quem eu podes-me falar e desabafar totalmente à vontade. Alguém que não me julgasse pelos meus erros ou por ser "fraco", como diriam os seguidores do Lord.

Estava agora no meu quarto e vocês devem estar a pensar como é que estamos a meio do ano escolar e eu não estou em Hogwarts, mas resumindo os meus pais pediram a minha suspensão durante 1 semana para tratar assuntos pessoais, penso que tenham dado a desculpa de uma viajem de família, mas todos sabemos que Dumbledore sabe os verdadeiros motivos do meu retiro.

Mas continuando, fazem 5 que anos que não tenho com quem falar sobre os meus verdadeiros sentimentos. E eu sei que é bastante estranho o facto de eu dizer que  o Dobby faz-me muita falta. Quando eu mais precisava de ajuda em qualquer coisa, durante o meu crescimento ou apenas de falar com alguém era com Dobby que eu falava. Mas aquele estupor do Harry Potter "libertou-o". Fico feliz e triste ao mesmo tempo. Dobby era um elfo especial, diferente dos outros, merecia ser livre. Mas ao mesmo tempo aquele ser libertou-o e eu não consigo ficar com raiva dele, simplesmente parece que o meu fascínio por ele aumenta. Queria ter a sua coragem, a sua força de vontade e principalmente uma família como a dele. É claro que sei que os pais dele estão mortos toda a gente sabe, mas eu sei que se o Lord das Trevas não os tivesse matado há anos atrás eles seriam uma família incrível. E é claro, apesar de não suportar verdadeiramente os Weasley, não posso negar que o amam como se fosse seu filho de verdade.

Às vezes gostava de ter tido oportunidade de escolher o meu destino, de ter feito alguma coisa diferente no início de tudo que podes-me mudar o rumo que as coisas tomaram. Mas infelizmente, isso não era possível e eu ia ter de arcar com tudo o que se iria passar.

- Senhor Draco?- sussurrou uma voz animada e assustada ao mesmo tempo.

Olhei em volta do meu quarto na esperança de encontrar a fonte misteriosa daquela voz. E de repente focos cintilantes de magia aparecem diante da minha cama e Dobby aparece. Mas como?

-Senhor Draco, o Senhor está bem? Dobby não sentir o Senhor bem e pensar que seu pai o Senhor Molfoy tivesse magoado o Senhor Draco.- os olhos preocupados do pequeno elfo alegraram o meu dia, finalmente sabia que no mundo havia alguém que realmente se preocupava comigo. Levantei-me e fui até perto do elfo, abaixei-me

-Já te disse para não me chamares Senhor, e para além do mais, já não sou teu amo. Basta me tratares por Draco.

-Desculpe Senh... Draco. Mas conte a Dobby o que se passa, porque esta triste? - quando ele perguntou isso eu só tinha uma dívida como é que ele sabia que eu estava triste?

-Mas Dobby... como é que tu sabes que eu estou triste? - Dobby olhou para o chão, como se estivesse à procura de uma resposta favorável para me dar.

-Sabe Draco, Dobby teve com o menino desde que ele era um bebezinho, e Dobby criou uma ligação com o menino. Dobby consegue sentir quando está triste ou contente. Mas não consegue saber porque. - Parei um pouco para pensar. E uma dúvida surgiu, se ele sente quando eu estou triste, porque é que nunca me veio visitar ou falar comigo em anos, porque é que ele não fez nada. Perguntei-lhe isso.

Dobby olhou com cara de tristeza e disse:

-Sabe Draco, Dobby não poder entrar na casa dos Senhores Malfoy nem na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogworts. Desta vez Dobby veio porque sentiu que alguma coisa perturba mesmo o menino.

-Sabes Dobby, gostava de poder ter escolhido. Eu não quero realmente pertencer ao círculo interno do Lord Voldemort, nem ser um comensal da morte. Eu gosto de alguém Dobby, alguém que não devia sentir nem atração. Mas, no entanto, acho que amo. Gostava de lhe dizer sabes Dobby, mas não iria ser bem recebido, e os meus pais não iriam aprovar, nunca na vida.

-O menino Draco não sabe se vai ser aceite se não tentar. Dobby acredita que o menino vai ser aceite. Dobby acha menino Draco boa pessoa, muito melhor que os seus pais.

De repente escutei um barulho de passos vindos do corredor.

-Dobby ter de ir, mas Dobby voltar um dia. E se o menino Draco quiser um concelho, conte a essa pessoa que gosta dela. Fique bem menino Draco. Quanto o menino necessitar de Dobby, chamar Dobby que Dobby vai ouvir. Adeus menino.

-Adeus Dobby.

Os passos ouvidos no corredor estavam cada vez mais próximos dos meus aposentos. Deitei-me na cama e peguei num livro que tinha em cima da mesa de cabeceira e abri numa página aleatória. Fingi que estava a ler.

A porta do meu quarto abriu-se, sem nem antes ter um toque para avisar. O meu pai estava parado à porta a olhar para mim com ar de superior. Olheio de volta e fitei o seu olhar.

-Estavas a falar com quem Draco.

-Estava a ler em voz alta, dizem que faz bem para decorar melhor as matérias. - Falei com nervosismo.

-Espero bem que estudes porque as tuas notas no geral baixaram muito. Estas no fim do 7° ano Draco! Estuda e melhora as tuas notas para conseguires ser uma pessoa decente no teu futuro.

-Tudo bem pai, é só isso?

-Não, amanhã voltas para Hogwarts! E não quero discussões neste momento, sabes bem que tens de voltar e o mais cedo possível.

-Pai eu não quero mesmo voltar. Não quero, não posso simplesmente me manter aqui e assim poderei ajudar sempre o Lord das Trevas.

-DRACO MALFOY! VAIS PARA A ESCOLA AMANHÃ, SEM DISCUSSÃO! TENS TAREFAS PARA FAZER NA ESCOLA, ORDENADAS PELO SENHOR DAS TREVAS, VAI E CUMPRE-AS!

-Tudo bem...- sussurrei naquele momento.

O meu pai retirou-se e senti lágrimas quentes a descer pelas minhas bochechas. O que é que eu iria fazer? Como me ia safar?

Lord Voldemort ordenou que eu matasse o Dumbledore, coisa que eu não queria fazer, não por gostar do velhote, porque eu não o suportava, mas eu simplesmente não queria me juntar ao Lord. Mas se não o fizer, irei perder o meu nome e os meus pais iram renegar-me. Apesar da minha mãe dar sempre a impressão aos outros de se importar muito comigo, ela é apenas mais uma víbora que anda para aí a rastejar.

Todas estas preocupações rondavam a minha cabeça neste momento. Mas foi então que me recordei do pior. Eu gosto de alguém que simplesmente não posso gostar, e apesar de lhe querer muito dizer, se os sentimentos não fossem correspondidos ele podia espalhar por toda a escola e certamente iria chegar aos meus pais. E depois como iria eu explicar aos meus amigos e aos meus pais que estou apaixonado por Harry Potter?

Com todo o meu amor Onde histórias criam vida. Descubra agora