Capítulo 42

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JACKSON

O dia estava diferente. Na verdade, os últimos dias estavam sendo diferentes. Como não seriam? A presença de Bevelly consegue tornar tudo melhor. Mais feliz. Sinto como se as coisas tivessem mais sentido. Como se todas as minhas decisões tivessem um propósito. A maior de todas era fazer dela, minha namorada. A pediria hoje à noite. Todos da cidade vão estar na praça, aproveitando as atrações do parque montado e das barraquinhas de doces e salgados. Não sei como, mas faria tudo ser romântico com Bevelly. A minha garota merecia isso. Ela merecia o mundo.

Me levantei da cama e segui para o banheiro. Precisava tomar uma chuveirada antes de encarar o dia. Não porque ele seria ruim mas, porque não podia ser totalmente livre. Não podia pegar na mão da minha namorada e mostrar para todos os caras que babam na beleza dela, que sou o sortudo que ela escolheu. Era horrível observá-la de longe e não poder tocá-la ou beijá-la com fervor. Na verdade, queria desvendar cada parte do seu corpo e mostrar a ela como seria intenso fazermos amor. Em como poderia fazê-la chegar em sensações tão únicas de prazer que nunca sentiu.

Pensar nessas coisas não fez o banho ficar mais calmo. Pior. As fantasias no chuveiro me levam a parecer um garoto na puberdade novamente. Um garoto virgem, excitado só de pensar em uma garota. Bevelly era a garota. O que só dificultava controlar os meus pensamentos e as minhas reações.

Pronto para descer e tomar o café da manhã, desci as escadas e segui diretamente para a copa. Os meus pais já estavam comendo e fofocando sobre alguma coisa. Fofoca não era atípico deles. Fazia parte da rotina matinal. Os cumprimentei e me sentei. Adorava quando ela fazia torta de frango. Era uma delícia. Já fui logo cortando um pedaço.

— Está contente, meu filho. — observou o meu pai. Ele estava começando a pegar as manias da mamãe.

— E tenho motivos para não estar? — o respondi, fazendo outra pergunta. Era muito fácil me esquivar de certas situações usando esse meio.

— Creio que não, mas ultimamente estou até indignado com o seu bom humor. Você não fica bem-humorado quando acorda. — o meu velho tirou mais um pedaço de torta e colocou no prato enquanto me dizia isso.

Minha mãe estava ocupada demais me analisando para falar ou fazer algum comentário a respeito. Isso era ainda pior. Mas quer saber? Se tudo correr bem eles vão ficar sabendo em breve que terão uma nora. Uma nora altamente qualificada. Minha mãe já amava Bevelly e tinha uma ótima opinião sobre ela. O meu pai... nem se fala. O problema é que acredito que com os pais da ruiva, a minha reputação seja péssima e talvez, não seja tão fácil assim.

— Em breve irão saber. — foi apenas o que disse antes de devorar a torta de frango.

— Então tem coisa por trás disso? — após o seu silêncio e apenas observações, minha mãe resolveu perguntar. Tinha dito a frase chave para atiçar sua curiosidade.

— Tem, mas é uma coisa boa. — sorri ao pensar em Bevelly me acompanhando em um café da manhã. Bem ao meu lado.

— Espero que corra tudo bem então. — meu pai me desejou, também curioso.

— Eu também espero. — admiti, talvez até para mim mesmo. Queria que Bevelly dissesse sim. Sim.

O café da manhã seguiu agradavelmente e com uma ótima conversa com os meus pais. Apreciava isso. Apreciava demais. No futuro, daqui a alguns anos, esses pequenos momentos irão estar apenas na memória. Vou lembrar do sorriso deles e das conversas engraçadas e vou ter orgulho de ter feito cada momento valer a pena. A única dor que vai ficar vai ser a da saudade.

Um Romance Nos Anos 80Where stories live. Discover now