Não abra

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    "Às vezes eu posso ouvir os meus ossos se esforçando sob o peso de todas as vidas que eu não estou vivendo." ~ Extremamente Alto e Incrivelmente Perto.

  
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  — Sinceramente, eu odeio a Ha-eun. Como alguém consegue ser tão irritante? — minha mãe bufa, enquanto entra pela porta de entrada, cheia de sacolas nas mãos.

  Deixo meu café da manhã para trás e vou até a sala de estar ajudá-la, enquanto ela continua a resmungar: — Agora ela está nos culpando de ter destruído aquele jardim ridículo dela! Como se nós entrassemos lá! Um Jeon jamais colocaria um pé dentro do território dos Kim.

  Engulo em seco, ajudando-a a guardar as compras.

  Bom, um Jeon ultrapassou o território dos Kim na noite passada, mas é melhor que ela nunca saiba disso.

  Ajudo-a a guardar as compras no armário enquanto ela resmunga sobre a elevação dos preços. Minha mãe é uma ótima pessoa, mas ela tem a terrível tendência a reclamar de tudo e de todos. Exceto da nossa família, é claro. Um Jeon nunca fala mal de outro Jeon, por mais errado que ele esteja.

  Mas temo que essa regra tenha exceções, e acho que você sabe do que eu estou falando.

    — Estou indo para a escola agora. Tchau. — beijo sua bochecha e saio correndo pela porta da frente, com medo de que ela desconfie de algo ou faça alguma pergunta.

  — Bom dia, oppa. — Taeyeon me cumprimenta com um sorriso na varanda ao lado.

  Ela está de maria-chiquinha, e é provavelmente o único integrante da família Kim que eu suporto. Por enquanto. Não sei como as coisas ficarão quando ela crescer e se der conta que nós dois somos rivais.

  — Bom dia, Taeyeon. Dormiu bem?

  —Mais ou menos. — ela dá de ombros, pensativa. — Ouvi um barulho estranho noite passada, e juro que vi alguém correndo pelo nosso jardim! Fiquei tão assustada, oppa. Pensei que fosse o bicho papão vindo me pegar porque joguei fora meu brócolis escondido da mamãe ontem!

  Me sinto mal pela Taeyeon, mas sei que, se eu contar para ela que o bicho papão era, na verdade, eu, isso chegará aos ouvidos de Ha-eun, que chegará até à minha mãe, que vai me expulsar de casa. Então apenas sorrio e lhe digo que tenho certeza não foi nada demais e que ela não precisa se preocupar.

  A porta atrás de si se abre, e Taehyung aperece, com os fios castanhos bagunçados e um rosto de quem acabou de acordar. Seu uniforme branco está um pouco manchado e, além disso, ele não abotoou a camisa até o final, o que é imperdoável.

   Nunca entendi como alguém pode ser tão desleixado com a própria aparência e, ainda assim, ser o cara mais cobiçado do colégio. Acho que certas coisas eu nunca serei capaz de entender.

   — Oh, Jeongguk? — ele diz, o que faz meu sorriso desaparecer na hora.

  — Bom, vou me atrasar para a aula se ficar aqui perdendo tempo. Tchau, Taeyeon. — sorrio para a garota, que acena, contente.

  — Mas a nossa aula só começa em meia-hora! — Taehyung grita, mas finjo que não o ouço. Só continuo pedalando.

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  Quando entro na sala de aula, logo percebo a expressão triste no rosto de Yoongi.

  — Ei, o que aconteceu? — pergunto, sentando-me na carteira à sua frente e começando a organizar minhas coisas.

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