ponto de vista

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            "Você já imaginou o que se passa na cabeça de outra pessoa?" ~Divertidamente.

(N/A: Desculpa, mas não achei uma frase que definisse melhor esse capítulo KKKKKK)

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  A primeira coisa que faço quando chego em meu quarto é me jogar sobre a cama, a respiração ofegante e um sorriso bobo que insiste em escapar dos meus lábios. Fico um tempo apenas ali, parado, olhando para a parede esbranquiçada do teto e pensando nas últimas horas que passei na casa dos Jeon, mais especificamente no quarto de Jeongguk, e ainda mais especificamente em seus braços, meu corpo colado ao dele.

   Jeongguk... Eu finalmente havia lhe dito o que estava entalado em minha garganta há muito tempo: que eu o amo. Eu o amo, eu o amo, eu o amo. Como eu queria poder gritar isso!

  Com um suspiro preguiçoso e apaixonado, levanto-me de minha cama e vou até o guarda-roupa, imaginando se ele já encontrou o bilhete que eu deixei embaixo de seu travesseiro. Na pressa, acabei esquecendo uma coisa muito importante lá: minhas roupas. Mas, para ser sincero, não me importo que ele fique com elas.

   O que são algumas peças de tecido para alguém que já tem o meu coração com si?

  Visto-me o mais rápido que posso, ciente de que minha mãe pode acordar a qualquer momento, e o café da manhã precisa estar pronto antes disso. Guardo um lápis e uma caneta em minha mochila (é só o que eu preciso) e vou correndo até a porta de meu quarto, quando algo me vem à mente e sou obrigado a parar bruscamente.

  Pego o pequeno pote de tinta branca e o pincel fino que ficam em uma das gavetas de minha escrivaninha. Rapidamente, vou até uma das paredes do meu quarto, a que está coberta por uma cortina roxa, e a abro com apenas um movimento. Procuro por um espaço onde pintar uma nova estrela, até perceber que não há mais espaço algum.

  Meu céu está preenchido de constelações, e todas as estrelas têm o mesmo nome dentro.

  Molho o pincel na tinta branca e paro em frente ao espelho atrás da porta de meu quarto. Encaro-me por um tempo, com uma sensação estranha, porém boa em meu peito. E então, sendo guiado por essa, pinto uma pequena estrela em meu próprio rosto, na bochecha esquerda. Sorrio para o meu próprio reflexo, pensando no quão eu pareço feliz.

  Guardo o pote e o pincel de volta na escrivaninha, e então bato a porta de meu quarto, saltitando pela casa.

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  — Eu quero uma estrelinha igual a do Taetae! — Taeyeon exclama, as mãozinhas em meu rosto e os olhos curiosos próximos da pequena pintura em minha bochecha. — Eu posso ter uma estrelinha também, mamãe?!

  Ela se vira animada para a nossa mãe, que está sentada do outro lado da mesa, um cigarro aceso em uma das mãos e o celular no outro. Seus olhos cheios de maquiagem desviam-se de sua revista online de moda e vão até minha irmã.

  — Para que você precisaria de uma estrela? — ela responde, o tom de voz insensível de sempre. O sorriso de Taeyeon desaparece, e ela se senta na cadeira ao meu lado, quieta.

   Os olhos de minha mãe se voltam para o celular, e eu aproveito para fazer uma careta para Taeyeon, cujo rosto se ilumina novamente. Ela sorri para mim e vem até meu colo, e eu me sinto novamente preenchido por aquela sensação de hoje de manhã.

  Enquanto eu puder, serei sua estrela.

— Você fez o meu chá, Taehyung?

  — Fiz, mãe. — ela me lança um olhar sério e eu pigarreio. — Desculpa. Eu fiz, senhora.

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