Capítulo 05

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Harry

        Já faziam cerca de 5 dias desde que eu havia visto Annabeth pela última vez. Estava com a leve impressão de que aquela loirinha estava evitando-me.
       A verdade é que aquela mulher me intrigava. Não sabia bem como explicar, mas era como se ela tivesse duas personalidades diferentes, como num livro que li uma vez, que chamava-se o médico e o monstro.
      A primeira personalidade era aquela que ela esboçava diante de todos: A mocinha inocente e puritana;
Já a segunda, era a personalidade oculta: A mulher intensa, determinada e descontrolada, que vi naquele dia.
Annabeth era complicada como a matemática. Detalhe: Eu adorava matemática...
      Desviei os olhos da papelada a minha frente, e suspirei, tamanho  meu cansaço. Mesmo com a minha ausência em Londres, meu pai ainda mandava-me documentos com as finanças de algumas das suas inúmeras propriedades.
Bufei, recostando-me na poltrona de couro atrás de mim.
     Fora muita gentileza de Edward ao emprestar-me seu escritório para que eu pudesse cuidar de alguns documentos de minha família.
Falando em gentileza...
     Faziam alguns dias desde que Frederick Campbell havia retornado para a casa dos Laurence.
Às vezes a gentileza de Edward Laurence chegava à ser excessiva e desnecessária.
Um rato como Frederick não merecia um pingo sequer de bondade.
E o pior de tudo é que desta vez, eu não tinha como expulsá-lo daqui, tendo em vista que que ele estava trabalhando num projeto com o próprio Edward.
      Ouvi duas batidas na porta e franzi o cenho, olhando  para o relógio na parede, que marcava que já passava das 23:30.
Quem poderia ser àquela hora?
Dei um longo gole na bebida que estava diante de mim e autorizei a entrada.
À passos silenciosos e delicados, alguém entrou no escritório.
O cômodo estava um pouco escuro e por isso, custei um pouco a  reconhecer o visitante inesperado.
      Quase cuspi a bebida, quando notei que diante de mim estava Amanda Smith, usando nada mais do que uma camisola. Ela sorriu e veio rebolando até a poltrona em que eu me encontrava sentado.
Levantei-me abruptamente e ela abriu um sorriso sedutor.
      — O que é que você está fazendo aqui, Amanda?
Ela bateu os cílios inocentemente.
      — Vim ver se você precisa de ajuda com alguma coisa...
Estreitei os olhos.
      — Claro, que sim. Sei muito bem o tipo de "ajuda" que você está oferecendo-me.
Ela sorriu e me deu uma piscadela.
      — Harry... Estou com saudade das nossas aventuras e não tive a oportunidade de estar sozinha com você, desde aquele maldito sarau quando fomos interrompidos...
Suspirei e Amanda deu mais alguns passos em minha direção, colando seu corpo ao meu. Toquei seus cotovelos, afastando-a de leve.
      — Não, Amanda. Por Deus! Estamos no escritório de Edward e todos devem estar dormindo à uma hora destas!
Ela bufou.
      — Exatamente! Temos de tomar proveito destes momentos e...
      — Eu disse que não, Amanda!
Ela parou as investidas e avaliou-me atenciosamente.
      — O que está acontecendo, Harry? Você não... Não quer mais ficar comigo?
Suspirei.
      — Não é nada disso, é só que...
Ela fitou-me ansiosa.
      — O quê?
Olhei para ela, tentando encontrar as palavras certas.
      — Não sei, apenas dê-me um tempo, está bem?
Ela olhou-me com uma expressão magoada e senti-me péssimo.
Peguei seu rosto e beijei-lhe os lábios.
       — Apenas dê-me um tempinho. Não há nada de errado com você, sou eu...
Ela assentiu, mordendo meu pescoço.
       — Quando esta fase ruim passar, já sabe onde encontrar-me.
Assenti e ela saiu cautelosamente do escritório, rebolando .
Franzi o cenho.
O que diabos estava acontecendo comigo?

       Depois que terminei com as  papeladas de minha família, dirigi-me até meu aposento e sem nem mesmo trocar de roupa, caí como um bêbado na cama, pegando no sono no mesmo instante.
       Acabei acordando no meio da madrugada, devido a um sonho que havia tido. Não recordava-me bem do conteúdo de meu sonho, mas sim da pessoa que estava nele... Digo, da mulher que estava nele.
Lembrava-me perfeitamente dos fios loiros caindo como uma cascata por suas costas e do sorriso que vinha de seu belo e angelical rosto... Os olhos azuis fitava-me com uma expressão determinada... intensa e os lábios cheios e rosados, convidavam-me sutilmente para...
      Interrompi meus pensamentos.
Eu havia acabado de sonhar com Annabeth Riggs?
Arregalei os olhos, repetindo mentalmente:
O que diabos está acontecendo comigo? 

Tinha que ser você - Irmãs Riggs 02Where stories live. Discover now