Capítulo 19

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Annabeth

      Fazia um belo dia lá fora, quando despertei.
Olhei pela janela sem entusiasmo algum, pensando sobre meus planos do dia: eu iria cuidar das tarefas de casa e depois trancaria-me o resto do dia. Era a minha rotina agora...
Hoje era sábado, então certamente seríamos apenas Liza e eu, em casa.
Suspirei.
       Arrumei minha cama e prendi os cabelos numa trança malfeita.
       Segui à passos lentos, até as escadas de casa e foi onde vi Liza. Ela estava deitada sob o último degrau da escada, debruçada sobre um livro.
Respirei fundo e forcei um sorriso.
      — Bom dia. — eu disse enquanto passava por cima dela, na escada.
Ela desviou os olhos do livro para mim.
      — Bom dia. — disse-me enquanto avaliava-me com atenção.
Girei nos calcanhares, dando-lhe às costas, quando ela acrescentou:
      — Sabe, Annabeth... Você não precisa fingir perto de mim...
Fechei os olhos com força, praguejando-me mentalmente por minha má atuação.
      — Eu não sei do que você está falando, Liza...
Ela passou por meu lado e respondeu:
      — Ah, sabe sim. Aliás, tem visita para você.
Bufei.
     — Se for a senhora Jonhson novamente, diga à ela que...
     — Não é ela. — olhou para a porta—, acho que é escolha sua, atender ou não...
Olhei para a porta.
      — Você deixou a visita esperando do lado de fora? Mas que falta de educação, Liza!
Ela deu de ombros e fez uma careta.
      — Acho que ele merece...
Estreitei os olhos.
Liza pigarreou.
      — Bom, estarei lá encima, caso precise de mim.
Franzi o cenho.
      — Liza, por quê você...
Antes que terminasse a frase, notei que já estava falando sozinha.
Bufei.
Caminhei decidida até a porta da frente e a abri.
Tão rápido o fiz, já tratei de fechá-la novamente.
Meu peito subia e descia irregular.
      — Annabeth! Por favor, me deixa entrar! — disse uma voz  extremamente familiar...
Era a voz dele...
Apoiei as costas na porta atrás de mim.
O que estaria fazendo aqui?
Engoli em seco e respondi:
     — Eu disse que não queria vê-lo novamente!
Ouvi sua risada do lado de fora da porta.
     — Não, você disse que não queria que eu a procurasse novamente.
     — É praticamente a mesma coisa!
Ele deu um longo suspiro e apoiou a testa na porta.
Meu coração batia desrregulado contra o peito, enquanto lágrimas escorriam por meu rosto.
     — Anna... Eu não vou me casar com ela...
O quê?!!
Sequei as lágrimas de meu rosto e hesitante, abri a porta.
Ao abri-la, vi aqueles olhos azuis penetrantes, fitarem-me com atenção.
Engoli em seco.
      — O-O que isto quer dizer...? — perguntei-lhe, já sentindo mais lágrimas surgirem por meu rosto.
Ele aproximou-se e eu recuei um passo.
Eu não confiava em mim mesma quando estava perto dele.
      — Quer dizer— esticou o braço e tocou minha bochecha — que não haverá casamento algum...
Arregalei os olhos.
     —  O quê...?
Ele suspirou e assentiu.
     — Isso mesmo, o bebê que ela espera não é meu, Anna...
Mais e mais lágrimas desceram de meus olhos, fazendo-me chorar descontroladamente.
     Harry deu um passo, ficando diante de mim e abraçando-me.
     — Está tudo bem, eu estou aqui...
Sequei as lágrimas e afastei-o de mim, com as palmas das mãos.
Ele fitou-me com uma expressão magoada, enquanto eu tentava desesperadamente, controlar-me.
      — Como assim o bebê não é seu..?
Ele suspirou.
      — Meu Deus, mulher! Ela enganou à todos! O bebê que ela espera é de Frederick!
Franzi as sobrancelhas.
      — Frederick...? Frederick Campbell?
Ele fez uma careta e assentiu.
Senti todas as lágrimas de meus olhos cessarem, e minha tristeza esvair-se pouco a pouco, dando lugar à uma raiva ensurdecedora.
Aquela... Aquele...
Aqueles cretinos!!!
Como puderam fazer isto conosco?!!
Harry franziu o cenho.
     — Anna... Você está assustando-me com esta cara que está fazendo...
Desviei os olhos do chão, para ele, já tendo noção da expressão de ódio que eu esboçava.
      — Você tem ideia do que acabou de dizer?!!! Fomos enganados, Harry! Nós dois! Como puderam fazer isto conosco?
Ele pôs as mãos nos dois lados de meu rosto, fazendo-me fitá-lo.
      — Eu sei, amor e eu também estou muito bravo mas... Estamos juntos novamente, Anna... É o mais importante, não achas ?
Assenti.
Ele tinha razão. Estávamos finalmente juntos, novamente.
      — Não quero passar mais  um segundo sequer longe de você, Anna... — ele disse, enquanto acolhia-me entre seus braços. 
Fechei os olhos, enquanto desfrutava da sensação de ter os braços dele envoltos em mim.
      Harry afagou meus cabelos e abruptamente praguejou baixinho.
Afastei-me dele e visualizei seus olhos azuis.
      — O que foi? — perguntei confusa.
Ele bufou.
      — Esqueci uma coisa em casa...
Franzi as sobrancelhas.
       — O quê?
Parecendo ignorar minha pergunta ele murmurou um: " Que seja, então." E ajoelhou-se diante de mim.
Senti mais lágrimas escorrerem por meus olhos, enquanto sabia exatamente o que ele estava prestes à fazer...

Harry

      Olhei bem fundo nos olhos dela, e proferi as seguintes palavras:
      — Annabeth Riggs, você me daria a honra de tornar-se minha esposa?
Ergui uma das minhas mãos ( que estava vazia, à propósito), e lancei uma piscadela para ela, antes de complementar:
      — Vamos usar a imaginação e fingir que eu não esqueci de trazer as nossas alianças...
Ela riu.
Ergui uma mão, lembrando-me de algo importante:
     — Ah! Antes que eu me esqueça, você poderia por favor, responder um sim desta vez?
Ela franziu o cenho, parecendo confusa.
Tratei imediatamente de esclarecer:
     — Bom, da última vez que isto aconteceu— apontei para mim, ajoelhado diante dela —, as coisas não acabaram muito boas para mim e eu meio que fiquei traumatizado, então...
Ela balançou a cabeça, rindo.
     — Tinha que ser você, Harry...
Beijei as mãos dela.
     — Claro que sim. Por que assim como você é perfeita para mim, eu sou perfeito para você. Você me completa, Anna...
Nascemos um para o outro, Annabeth Riggs...
Ela começou a chorar e tratei de levantar-me, enquanto a envolvia em meus braços.
     Observei bem o rosto dela. O rosto mais belo e mais espetacular que eu já havia visto...
     Sem nem pensar duas vezes, inclinei-me e beijei-lhe os lábios, sabendo que a parti daquele momento, nada mais importava, pois estávamos juntos e assim ficaríamos até o fim de nossas vidas...
Voltei a abraça-la, e então algo me veio à cabeça:
     — Anna...? — perguntei.
     — Humm?
     — Você não disse sim...

Tinha que ser você - Irmãs Riggs 02Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt