Capítulo 2

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O mar estava agitado, não violento, apenas agitado, e os ventos sopravam da embarcação "Volans, Dutchman". O sol já estava se pondo e o balanço causado pela água salgada seria capaz de deixar qualquer um enjoado, exceto aqueles que já estavam mais do que acostumados com isso, e esses na maioria das vezes são os chamados piratas.

A forte brisa marinha jogava os cabelos compridos cor castanho escuro, que combinava com a pele morena, do capitão Harrison Eli em seu rosto enquanto subia na popa do navio, ao lado de seu braço direito Bartholomew Worst e seu fiel companheiro Poseidon, o treinado vira-lata caramelo.

-Marujos! - A voz do capitão retumba pelo convés e 80 marinheiros aparecem prestando atenção nas palavras do líder. - Nós piratas, fazemos com que todos os países recebam as melhores mercadorias de cada lugar. A proibição da transação entre os países torna isso impossível, mas essa decisão é antiga e a única coisa que o mundo precisa para reverter essa situação é um início, um grupo revolucionário. Por isso decidi que vou desembarcar com Bartholomew, meu braço direito e Poseidon, meu melhor e mais fiel amigo na costa grega, em busca de apoio do benevolente rei Marchel Shirvani. Peço que todos torçam por meu sucesso!

Em meio a aplausos e alguns "boa sorte capitão", Capitão Eli, seu companheiro Worst e é claro Poseidon entram na porta da cabine, onde há duas camas estreitas divididas por um armário igualmente pequeno, do lado oposto as camas havia uma mesa suspensa com uma cadeira estofada digna da capitania.

-Agora falta apenas preparar meu discurso para convencer um monarca a defender a pirataria. - Ele se joga na cadeira, sendo seguido por Poseidon que sobe em seu colo, logo puxa um papel amarelado e sua caneta tinteiro.

-Marchel é um monarca benevolente, defende gente como a gente, com uma causa convincente sua resposta, definitivamente, será positiva. - Bartholomew com seu jeito característico de falar começa a ajudar seu amigo a preparar um discurso, que este fica pronto próximo as 3 da madrugada, permitindo aos três naquele cômodo descansarem por três horas até ouvirem o grito tão esperado vindo do topo do navio:

-Chegamos a Grécia!!

Com sua pequena mala de couro, seu amigo e seu cachorro, o capitão, após meses de navegação, finalmente desembarca na costa grega. Graças ao costume dos tripulantes ao balanço do barco, a terra firme se torna uma das superfícies mais complicadas para se manter equilibrado, assim, com um andar de marinheiro, também conhecido como andar de bêbado, pensa Harrison, caminham até o palácio branco.

-As cidades aqui têm suas peculiaridades, e entre diversas qualidades destacam-se as infinidades de cores ornando no branco presente. - Bartholomew olhava fascinado, com seu espírito de poeta, as diversas paisagens das cidades gregas, até chegarem aos portões de ferro fundido ornado em ouro e cristais brancos do palácio.

-Boa manhã! - Harrison faz de tudo para expulsar sua língua natal, inglês, e focar no grego. - Gostaria de ter uma audiência com o rei, tenho certeza de que meus assuntos são de seu interesse.

-Esperem aqui que irei comunica-lo. - Até as roupas do serviçal do portão exalavam riqueza, e o paisagismo, mesmo que fora dos portões é impecável, cada folha de cada planta, cada tom de verde parece combinar entre si, exceto em um canto logo ao lado do portão, já que Poseidon se deliciava com a massagem feita por essas plantas em suas costas. - O rei estará na sala do trono em 15 minutos, ele pede para que entrem.

-É tudo tão... Branco. - Harrison olhava por todo o caminho que passava, desde a primeira e gigantesca sala com uma escada espiral e um lustre de cristal pendente, passando por imensos corredores com fotos de antigos monarcas emoldurados em ouro, até chegar a sala do trono, nada mais do que esperado, branco e ouro até nos tronos, o que mantém um visual tão limpo e luxuoso que chega a ser ofuscante.

-Então, queriam uma audiência? - Havia dois tronos no pequeno altar, mas apenas o rei estava presente.

-Sim, vossa majestade. - com sua confiança nata, o capitão arruma sua postura e se põe a falar. - Me chamo Harrison Eli...

-Eli? Um pirata. - O rei interrompe.

-O senhor, rei Marchel, - ele ignora o comentário do rei, o que para muitos seria uma insolência. - já imaginou vestir a sua bela filha ou sua esposa nas mais refinadas e nobres sedas indianas? Servir em seus banquetes os mais sofisticados vinhos italianos? Provar dos mais aromáticos cafés brasileiros? Ou até usar dos mais preciosos cristais asiáticos?

-É bem corajoso de perguntar isso a um rei. - O monarca Shirvani ri um pouco, antes de voltar a ouvir o que dizia o pirata.

-Pois bem, sei que isso é proibido, mas também já ouvi de muitos que o senhor não é completamente adepto dessa ideia. Os reinos não podem fazer transações entre si, nem praticar o turismo, e aposto que ficaria encantado em conhecer maravilhas como o caribe ou a terra do fogo! - Ele gesticula para dar ênfase a suas palavras. - Pois bem, sei que o senhor é um homem inteligente, e entende que isso apenas atrasa o desenvolvimento das diversas terras espalhadas por nosso globo terrestre. - O rei que antes se divertia com o discurso começa a ter interesse nas palavras pronunciadas por Harrison. - Pensei por muito tempo no que eu, um mero pirata, poderia fazer para mudar isso, é claro, o apoio de um monarca nessa minha nobre e grandiosa missão seria imprescindível.

-Se aceitasse essa sua... - o rei tenta encontrar as palavras certas para se expressar. - proposta, seria o primeiro rei a entrar nesse movimento?

Uma pergunta cuja resposta não foi ensaiada, mas a velocidades das sinapses de nosso pirata e a sua especialidade em ser bom de lábia não falharam:

-Pense, vossa majestade, daqui a anos, ensinarem nas aulas que a Grécia foi pioneira na união das diversas nações, que honra! Que prestígio! O que me diz?


*Mais um cap ae :)

Comentem e votem se quiserem, espero que tenham gostado.

Flw!*

Príncipe MatthewWhere stories live. Discover now