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Acordei, tomei café, um banho, escovei os dentes, vesti o uniforme e fiz uma trança lateral no meu cabelo. Era a única coisa que fazia com que ele se comportasse um pouco, não queria chocar as pessoas tão cedo.
Já tenho 13 anos, tenho seios e menstruo mas arrumada desse jeito pareço ser uma criança de nove anos.
Quando minha mãe acordou eu já estava pronta pra sair. Ela reclama comigo por não ter deixado ela preparar meu café e em seguida me acompanha até a escola.
Normalmente eu vou só, mas como essa escola era mais longe e eu não sabia o caminho, ela me deixou na porta.
Segui pelos corredores até o auditório onde a maioria dos alunos estavam reunidos, em cima do palco alguns adultos mais velhos, imagino ser os professores e direção.
Alguns alunos do ensino médio tem o dobro do meu tamanho, mas todos ignoram minha existência.

-Júlia!

Ouço alguém me chamar. Me viro procurando pela dona da voz em meio a multidão e vejo um rosto conhecido.

-Brenda!

Nos abraçamos

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Nos abraçamos.

-Vai estudar aqui é?
-Vou. Você também?
-Sou do 7° ano e tu?
-7° também.
-Que bom. Vamos ficar na mesma sala. Vem pra cá.

Ela me leva para perto de um garoto loiro, cabelo comprido, olhos azuis, o padrão príncipe encantado.

-Júlia, esse é o Luca

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-Júlia, esse é o Luca. Luca, essa é minha amiga Júlia.

Ele estende a mão e aperto enquanto sorrimos um para o outro.
Brenda e eu não somos tão amigas, na verdade ela é prima de uma amiga da minha amiga e brincávamos na minha rua as vezes, mesmo assim era bom ter um rosto conhecido.
Luca também era um cara legal, fazia de tudo pra me incluir na conversa já que eu estava visivelmente deslocada.
Depois de umas duas horas de apresentações e conversas, a direção nos mandou para as salas.
6° e 7° primeiro corredor, 8° e 9° segundo corredor, ensino médio terceiro corredor.
Brenda segurou minha mão e me guiou para a primeira sala, sentamos na primeira fila, ao lado da parede. Luca na última cadeira, Brenda no meio e eu na frente.
Demorou um pouco até as coisas se acalmarem e a professora começou a chamada. Ao terminar, percebi que ela não falou meu nome.

-Professora, a senhora não me chamou.
-Qual o seu nome?
-Júlia Medeiros de Andrade.
-Não tem seu nome aqui. Da uma olhada na lista da sala ao lado, você pode estar lá.

Droga! Agora vou ter que enfrentar uma sala inteira sozinha.
Ao olhar na lista... Meu nome estava lá.

-Com licença professor. -digo, chamando a atenção de todo mundo -Eu sou dessa sala.
-Pode entrar.

Sob os olhares de todos me sento em uma carteira na frente, pego meu caderno pois tem algumas coisas escritas no quadro.
Ouço algumas vozes vindas do fundo, não consigo definir nada mas eles riam bastante, fazendo o professor reclamar com eles.
Eu tava tremendo muito e acabei colocando muita força no lápis para tentar me controlar, quando de repente, puf! O lápis quebrou ao meio.
O barulho foi alto o suficiente pra todos ouvirem e um dos pedaços voou longe, fazendo todos rirem.
Respirei fundo e apenas ignorei enquanto o professor tentava recuperar o mínimo de silêncio. Quando o barulho finalmente cessou, ouvi um comentário vindo do fundo.

-Cuidado pra não quebrar a carteira também.

Me viro e vejo a turminha de quatro alunos rindo de mim.
Me levanto, cato o outro pedaço do lápis e vou em direção ao líder deles.

O encaro por um segundo e depois jogo os pedaços na cara dele

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O encaro por um segundo e depois jogo os pedaços na cara dele. No mesmo instante ele levanta furioso, quase colando seu rosto no meu.

-Tá querendo morrer?!

Um de seus amigos segurava seu braço, com medo que ele avançasse para bater em mim, mas permaneci imóvel, mostrando que eu não tinha medo.

-Erick! Sente-se, por favor. Moça, venha para sua carteira.

Dou as costas e obedeço o professor.
[…]
Durante os resto do dia as coisas vão bem, na hora do intervalo Brenda e eu combinamos de ir juntas para casa, já que ela mora perto de mim. No fim das aulas fico esperando por ela na entrada, já que a turma dela ainda não havia sido liberada.

Meu primeiro amor Where stories live. Discover now