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No fim de semana fizemos diferente, ele me levou até uma pista de skate no bairro vizinho. Ele até me arrumou equipamentos de segurança, tudo cor de rosa e cheio de borboletas.

—Me sinto uma criança de quatro anos aprendendo a andar de patins. —digo assim que coloco os equipamentos
—A diferença entre o skate e o patins é que do skate você pode pular e também da pra fazer umas manobras legais.
—O que vai me ensinar primeiro? Quero aprender a dar aqueles pulos e descer as rampas.
—Antes de aprender a pular você tem que aprender a remar.
—Remar?
—É. O básico do básico. Sobe.

Coloco um pé e antes de colocar o outro eu já estou quase caindo.

—Vai com calma.

Subo me apoiando nas mãos dele e ele da uma volta comigo, me arrastando.

—Legal.
—Agora eu vou te soltar.
—Não!
—Curva os joelhos e tenta manter o equilíbrio, vou empurrar devagar. Qualquer coisa pula.

Ele vai me segurando no começo e depois me deixa ir só. Antes do skate parar totalmente eu pulo dele e fico empolgada. Empolgada demais e confiante de mais.
Na segunda vez eu cai de bunda no chão.

—Você tá bem? —ele pergunta enquanto me ajuda a levantar
—Não! BRINQUEDO ASSASSINO!
—Não fala assim com meu skate. Caindo que se aprende e cair de bunda é o melhor jeito, dói menos.
—Isso se eu tivesse alguma bunda.
—E o que é isso aqui então? —ele aperta
—Para! As pessoas vão ver.
—Idai?

Ele tenta pegar de novo, mas eu corro e ele me persegue de skate, depois me abraça e me beija.
Voltamos para o treino e depois de umas três horas eu aprendo a me equilibrar relativamente bem e a remar.

—Você já pode ser o próximo Tony Hawk.
—Quem?
—É um skatista famoso.
—Ah não, eu sou uma tragédia em esportes. Principalmente os que usam bola.
—O que você gosta de fazer?
—Eu... Gosto de poesia.
—Você escreve?
—Não. Eu sou uma negação escrevendo, mas eu gosto de ler.
—Recita um pra mim.
—Ah não.
—Vai, por favor. Qual você mais gosta?

Respiro fundo tentando não rir e recito.

Oh, eu estava nas estrelas
Ela me acordava diariamente
Nem precisava de Starbuks
Ela fazia meu coração bater
Eu batia quando
Via ela na rua e
Na escola, no parquinho
Mas eu realmente queria
Vê-la nos fins de semana
Ela sabe que me deixava confuso
Porque ela era tão fantástica
E agora meu coração está partindo
Mas eu continuo falando

—Legal. Como se chama?
—Baby do Justin Bieber.

Começo a rir sozinha e ele me abraça, depois beija meu pescoço, me fazendo cócegas.
Ele conseguia ser tão fofo e bom quando estávamos a sós, era outro Erick. Esse não era babaca e não estava tentando agradar as pessoas só por status. Esse é inocente, carinhoso e romântico.

—Tenho um presente pra você.
—O que é?
—Antes me promete que vai aceitar. Não quero que faça igual ao casaco.
—Achei que tinha comprado ele para a Alice. —digo sarcasticamente
—Até parece, você sabe muito bem que foi pra você.
—Cadê ele? Agora eu quero.
—Eu dei pra minha irmã.
—Você tem irmã?
—Tenho, mais velha, ela já é casada.
—Então me da o outro presente.

Ele puxa um colar de dentro do bolso, era um cordão preto de elástico comum, mas o pingente era um mini skate.

—Tem certeza que isso é pra mim?
—Pra quem mais séria?
—Pra você mesmo.
—Eu achei bonito e resolvi te dar.
—Eu gostei.
—Então não tira por nada.
—Sim senhor!

No começo da noite chegou um monte de garotos e começaram a ouvir música e a fazer umas manobras muito legais.
O Erick ficou sentado na grade na parte alta da rampa e eu no meu das pernas dele enquanto assistia aquele show.
Tive que ir embora as 7 como sempre, é o meu horário, mas minha vontade era de ficar mais tempo vendo as manobras e ficando abraçada com meu... Seja lá o que ele for.

Meu primeiro amor Where stories live. Discover now