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Naquele dia eu não fui na casa do Erick, não queria deixar a minha mãe mais desconfiada do que já estava. Mesmo sabendo que eu não fiz nada de errado.
Na manhã seguinte eu coloquei o casaco do Luca amarrado em minha cintura, pensei em por em uma sacola, mas sei que a Brenda vai querer vestir ele. Foi dito e feito.

—Entrega ao Luca!
—Já entendi.

Fui pra minha sala e o Erick me acertou com uma bolinha de papel bem na testa assim que pisei na lá. Olhei pra ele brava e ele fez um sinal de sombrancelha, como quem quisesse que pegasse o papel. Então deve ter algo escrito nele.
Dei a desfaçada e abri o bilhete.

Senti sua falta na minha casa ontem.

Não consegui conter meu sorriso bobo e ele parecia se divertir com isso.
Rasguei o papel em pedaços e joguei no lixo.
Na hora do intervalo eu fui até a sala da Brenda, precisava falar com o Luca mesmo que ele não quisesse nem me ver.

—Brenda te disse que mandei ela devolver o seu moletom, ou ela disse que eu dei a ela pra poder se apossar dele?
—Tanto faz. Não quero mais ele.
—Não precisa me evitar, ainda podemos ser amigos.
—Não quero ser seu amigo. Não quero ser SÓ seu amigo. —ele corrige
—Tudo bem. Mas pelo menos não sai da escola. Isso é exagero.

Saio da sala e vou para o canto em que sempre ficamos no auditório. Brenda não vem, talvez o Luca esteja precisando dela.
No caminho pra casa a Brenda me conta sobre o que eles conversaram.

—Fiz de tudo mas não consegui tirar da cabeça do Luca essa ideia de mudar de escola. Ele ta muito magoado com você.
—Eu quem devia estar com raiva.
—O Luca é do tipo sentimental romântico. Ele vai demorar pra superar.
—Azaro dele.
—Você parece ter superado bem rápido. Tem outro na jogada?
—Como assim?
—Tem algo rolando entre você e o Erick?
—Até você?
—Só tô perguntando. Esse é o tipo de coisa que se compartilha com as amigas.
—O Erick só queria provocar o Luca as minhas custas e conseguiu. Se o Luca fosse bater em todo mundo que mexe comigo... Ia ser expulso em uma hora.
—Mas foi muito estranho o que ele falou, dizendo que você gostava dele. Por que ele diria algo assim?
—Por que o Erick acha que todas as garotas da escola são loucas por ele.
—E não são? —ela ri
—Não eu. Talvez ele quem seja louco por mim. —riu
—Depois do seu namoro com o Luca, eu não duvido mais de nada.
—Continua tentando convencer o Luca a não sair, tá?
—Ele só sai daquela escola comigo grudada na perna dele.

Assim que chego na esquina da avenida perto de casa, sou puxada pela cintura e abraçada por trás pelo Erick.

—Hoje você não me escapa, mocinha.
—Me solta, Erick. —digo brincalhona
—Você vai lá pra casa hoje, né?
—Só se a minha mãe deixar.
—Por quê?
—Agora ela sabe que eu estava indo pra sua casa e não pra de uma amiga. Ela já tá pensando coisas. Eu vou perguntar a ela e se ela deixar eu venho.
—E se eu for com você?
—Meu pai provavelmente vai estar lá, ele não é tão de boa quanto a minha mãe. Mês passado ele conheceu o Luca ai de repente eu trago você, o que ele vai pensar de mim?
—Que você achou um namorado melhor?
—Namorado?

Me solto, virando para encarar seus olhos. Ele parecia envergonhado do que disse.

—Somos namorados? —pergunto de novo
—É... Sei lá. O que você acha?
—Não posso namorar sozinha.
—Você não se importa de fingir não me conhecer na escola?
—Bom, eu não gosto disso, mas... Eu posso esperar até você se acostumar com a ideia. E eu também tenho que me acostumar. Vou ser a namorada do cara mais gato da escola, vou ser o centro das atenções.
—Você acha que eu sou o cara mais gato da escola, é? —ele me abraça
—Eu voto no Kaique, do terceiro ano, mas ele deve ter uns 20 anos, é muito velho pra mim.
—Ah é? Então vai atrás dele.
—Não! Volta aqui! Você é o segundo mais bonito.

Meu primeiro amor Where stories live. Discover now