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—Eu quero te pedir um favor.
—O quê?
—Pedi desculpas ao Luca.
—Tá brincando, né?
—Ele tá querendo sair da escola porque acha que eu gosto de você.
—E não gosta?
—A questão não é essa. Você se afastou do seu grupinho, então mude suas atitudes também.
—Quer que eu virei um monje? Sem sexo, pedindo desculpa pelos meus atos...
—Você sente falta de sexo?
—Eu... Não.
—Mentira.
—Eu não vou pedir desculpa ao Luca nem fudendo. —ele muda de assunto —É o mesmo que dizer que ele tá certo.
—Tá bem... Já tá na hora de eu ir.
—Não vai ficar chateada, né?
—Não. Você faz o que você quiser.

Mas eu fiquei.
Não pelas desculpas ao Luca, mas por ele ter tocado no assunto do sexo.
Eu sei que hoje em dia é normal garotas grávidas aos 15, perdendo a virgindade cada vez mais cedo, mas é totalmente fora da MINHA realidade. É assustador pensar que o Erick, com 14 anos, não é mais virgem.
Bom, não quero mais pensar nisso, se o Erick me quiser é assim, mãos dadas e beijinhos.
No dia seguinte, na hora do intervalo, fui para meu canto no auditório e o Luca veio falar comigo.

—Você pediu a ele pra fazer aquilo, não foi?
—Oi?
—O Erick veio me pedir desculpas.
—Que bom???
—Todo cheio de deboche, dizendo que pegou pesado quando me deu aquela surra.
—É de se esperar.
—Foi você quem mandou ele me pedir desculpas, não foi?
—Você ainda tá nessa?
—Nada tá fazendo sentido pra mim. A única explicação seria essa.
—Bom, eu não tenho nada haver com isso.
—Semana que vem eu já saio dessa escola.
—Luca! Não faz isso. Eu ainda quero a sua amizade.
—Não quero estar aqui no dia que você entrar de mãos dadas com ele por aquela porta.

Ele foi embora e eu resolvi não insistir mais. Eu entendo ele, também fiquei muito triste quando cheguei aqui e vi o Erick com a Alice. Se for pra ele não precisar sentir o mesmo, é melhor que ele vá.

—Foi muito estranho. —Brenda comenta no caminho pra casa —O Erick chegou lá pra pedir desculpas mas parecia um deboche. Ele foi provocar o Luca.
—Babaca.
—O Luca te falou que ele vai pra outra escola semana que vem?
—Falou. Eu tentei convencer ele, mas...
—Você ainda gosta do Luca?
—Gosto. Não como namorado, mas, é aquela coisa.
—Sei. E do Erick?
—Por que tá me perguntando isso?
—Só pra saber.
—Ele é um babaca. Isso não tem cabimento. Quantas vezes eu vou ter que repetir?
—Tá, calma. Mas é um babaca bonito, não é?
—Cada um com seus gostos.

Logo depois eu encontrei com o Erick na esquina, mas eu não tava nada feliz com as atitudes dele.

—Que foi? Tá brava comigo?
—Eu pedi pra você pedir desculpas ao Luca e não provocar ele!
—Foi só uma zoadinha de leve.
—Sua zoeira só piorou as coisas. Ele vai embora semana que vem.
—Não é melhor assim?
—Não! Eu queria resolver as coisas. Agora o Luca vai embora e nunca vai me perdoar.
—Por que o perdão dele é importante pra você.
—Ao contrario de você, eu não gosto de chatear as pessoas.
—Tá, mas agora é tarde, não é? Não podemos mais fazer nada. —ele segura meu rosto —Não fica assim.
—Deixa eu ir pra casa, tô com fome.

Mais tarde fui pra casa dele, mas não pra namorar e sim pra estudar, ele estava com dificuldades em matematica.

—Você não contou pra aquela sua amiga que a gente tá junto, né?
—Para a Brenda? Não. Por que?
—Quando eu fui na sala dela, ela... Deu em cima de mim.
—Ela acha você bonito.
—E tudo bem pra você?
—Ue. Você é bonito.
—Você não acha estranho sua amiga dar em cima do seu namorado? Por que eu acho.
—Mas ela não sabe que a gente namora.
—Você devia contar.
—Pra Brenda? Ela é a maior fofoqueira, ia direto contar ao Luca e de repente a escola toda já estaria sabendo.
—Diz pra ela que você é afim de mim, pelo menos. Vocês meninas não tem um código que diz que uma não pode ficar com o garoto que a outra gosta?
—Nesse caso, ela gostou de você primeiro, então temos que terminar.
—Sério?
—Não seu bobo. Volta aqui pras frações.

Meu primeiro amor Where stories live. Discover now