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Acabei adormecendo e acordei com a minha mãe me trazendo um chá. Eu tinha ficado resfriada.

—Vai me contar agora o que aconteceu?
—Não sei por onde começar. —bebo um gole
—Quem era aquele garoto?
—É um menino da minha sala.
—E você ama ele?

Vindo da boca da minha mãe, aquela palavra parecia tão forte... Mas era isso mesmo. Tão forte que esmagava meu coração.

—É... Mas ele não sente o mesmo.
—Qualquer um que tenha enfrentado essa chuva só pra vir te dar uma rosa deve gostar muito de você.
—Mas ele não gosta, não o suficiente, por isso aceitei namorar com outro menino.
—Não pode usar esse outro menino pra esquecer dele. Não é justo.
—Eu gosto desse garoto, mas...
—Não o ama.
—Se eu pudesse transferir tudo o que sinto pelo Erick para o Luca...
—Não é assim que as coisas funcionam.
—Eu sei, mãe.
—A vida é assim mesmo, você ainda vai ter o coração partido muitas vezes, também vai partir alguns corações, mas é seu dever diminuir os danos ao máximo.
—Júlia. —meu pai entra no quarto —Tem um garoto ai em baixo querendo te ver, ele disse que é seu namorado.

Fico em choque olhando para a mamãe, pedindo socorro, nem tanto em relação ao Luca, mas em relação ao meu pai, já que é a primeira vez que um garoto aparece dizendo isso pra ele.

—Eu vou mandar ele embora.
—Não, mãe, deixa ele entrar. Vamos almoçar todos juntos e assim vocês conhecem ele.

Eu não estava muito feliz, nem disposta, mas podia colocar a culpa no resfriado.
Luca se deu muito bem com meus pais, ele é um lorde e me pego imaginando como seria se fosse o Erick.
Assistimos um filme juntos, mas não tão juntos, não queria que ele ficasse doente, ou era só uma desculpa pra manter distância.
Quando ele foi embora insistiu em me dar um beijo e eu não pude negar. Logo meu pai tossiu atrás de nós e ele foi embora.

—Gostei do seu namorado. —diz ele —Um pouco emocionado, mas no limite.
—Que bom. —digo sem animo
—Limite! Não se esqueça dessa palavra.
—Relaxa pai, sexo só depois do casamento.

Ele pareceu orgulhoso ao me ouvir dizer isso.
Voltei pra cama e fiquei lá o resto do dia, a Brenda veio no dia seguinte, pois o Luca tinha passado na casa dela depois de almoçar na minha e contou tudo.

—Eu não esperava que você fosse apresentar ele aos seus pais tão cedo.
—Nem eu, pra falar a verdade, mas foi ele quem chegou aqui anunciando que estávamos namorando.
—Como seu pai reagiu?
—Até que bem. O que é estranho.
—O Luca é um garoto muito legal. É claro que ele ia conquistar seu pai. Ele conquista todo mundo com aquele jeitinho dele.
—Verdade.
—Bom, eu vou indo. Não quero ficar doente também.
—Tá bom, a gente se vê.
—Tchau.

No dia seguinte eu já estava me sentindo melhor, então fui até a casa da Agatha contar o que aconteceu.

—Acho que você fez a escolha certa. Pelo que você me disse, esse Erick não é flor que se cheire.
—Sei lá... Eu devia ter pedido um tempo ao Luca e ter ido conversar com o Erick, pelo menos pra saber o que ele tinha a dizer. Mas eu queria magoar ele, assim como ele tinha feito comigo quando voltou com a Alice. Eu só não esperava que ia me sentir tão mal.
—Ele vai superar. Logo ele volta com aquela Alice de novo e tudo vai ser como era antes, você vai ver.

Bom... Não foi.
Chegando na minha sala segunda eu vi o Erick em um lugar que ele não costuma sentar. Karlos estava sentado na mesa com Alice entre suas pernas e antes de virar para sentar eu pude ver os dois se beijando.
Olhei confusa para o Erick, ele já estava me olhando, um olhar vazio, como quando a gente congela olhando para o nada sem perceber.
Até os professores comentaram a distância de Erick dos amigos. Foi quando um dos alunos ousou dizer que ele tinha se afastado porque levou chifre.
O Erick levantou com tudo, fazendo sua mesa cair no chão, mas ele não avançou pra cima do garoto, apenas saiu de sala.
Eu queria ir atrás dele, mas sabia que não podia, então me concentrei na aula.

Meu primeiro amor Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon