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"O que o Luca tem que eu não tenho?" O que o Erick quis dizer com isso, diário? Ele acha que o Luca gosta de mim, deve achar que eu também gosto do Luca. Será que ele... Não. Impossível."

Por mais improvável que parecesse, será que o Erick estava interessado em mim?
Eu não consegui tirar isso da cabeça e não queria falar com a Brenda sobre isso porque ela conhecia o Erick, eu queria falar com alguém que não soubesse como ele é.
Fui me arrastando para a escola por causa do sono, nem o café tinha ajudado, fiquei sonolenta o dia todo, tanto que nem saí da sala e a Brenda veio atrás de mim junto com o Luca.

—Você não vai lanchar? —ela pergunta
—Não. Quero aproveitar pra dormir um pouco.
—Quer que eu traga alguma coisa pra você comer? —Luca pergunta
—Não, valeu.
—Devia ter trazido meu moletom, serveria de travesseiro. —rimos —Vem Brenda, deixa ela.
—Ah não. Levanta Júlia!
—Deixa ela, Brenda!

Luca puxa a Brenda para fora da sala em protesto. Consigo cochilar, tanto que não percebo a chegada da professora.
Do nada um imbecíl vem e bate o caderno na minha mesa, fazendo um barulho estrondoso que me faz pular. Toda a turma ri do meu pulo, exceto pelo Erick, que não parece ter gostado da atitude do amigo.

—Vá para o seu lugar, Karlos! —diz a professora
—Só tava tentando ajudar. Sala não é lugar de dormir.
—Melhor do que ficar fazendo barulho e atrapalhando a aula igual você e os seus amigos.

O comentário da professora fez com que todos vaiassem o garoto. Essa turma não liga pra quem da o toco, eles só querem baderna.
Deito a cabeça novamente mas obvio que não consigo dormir de novo, meu coração estava inquieto.
Na saída o Luca acaba tocando no assunto, já que a escola toda ouviu o estrondo do caderno do Karlos.

—Foi um imbecíl que me acordou batendo o caderno na minha mesa.
—Quem foi? Eu vou lá tirar satisfações.
—Relaxa, não precisa.
—Foi o Erick? —Brenda pergunta
—Não, foi um da turminha dele, o Karlos.
—Esse menino é um trombadinha, deve ser o pior do grupo.
—Vamos pra casa, eu quero dormir em paz.

E mais uma vez, lá estava ele, me esperando na esquina.

—Ah não. Já tive minha cota da sua turminha hoje.
—Calma. —ele segura meu braço, me impedindo de atravessar —Eu queria pedir desculpas.
—Não era você quem devia estar pedindo.
—O Karlos é um babaca.
—Não me diga. —falo ironicamente
—Eu vou dar o troco nele, não se preocupe, só preciso esperar ele esquecer pra não dar na cara que eu tô...
—Que você o quê?
—Que... Eu tô te defendendo.
—Por que está me defendendo?
—Por que...

Ele não consegue completar a frase, apenas me abraça. Fico lá, parada em meio aos seus braços tentando entender o que está acontecendo. Não tento me soltar nem nada pois ouvi ele chorar.

—O que houve? —pergunto
—Nada. —ele me solta para enchugar as lágrimas —É só minha vida.
—Quer conversar? —ele sorri
—Não. Não vou te encher com os meus problemas. Mais uma vez, desculpa pelo que o Karlinhos fez.

Ele vai embora primeiro e eu permaneço lá, olhando ele ir, sem entender nada mais ainda.
Mas não é da minha conta de qualquer jeito. O Erick é um babaca, assim como o Karlos, a Alice e o outro lá que não lembro o nome. O quarteto babastico. Ksks que horror.
Dormi um pouco depois de chegar em casa, mas não muito, porquê, mais uma vez, eu não conseguia parar de pensar no Erick.
Acordei de um sonho com ele toda suada e fui tomar um banho, depois fui na casa de uma amiga, dessa vez não era a Brenda.

—Tô precisando colocar uma coisa pra fora antes que eu exploda, miga.
—Fala.
—Acho que tem dois garotos afim de mim.
—Julinha arrazando corações.
—Eu não tenho certeza na verdade e é por isso que eu estou confusa.
—Mas por que você acha isso?

Contei toda a história, incluindo o beijo roubado do Erick, coisa que eu não tinha contado pra ninguém, mas eu confiava na Agatha.

—E de qual você gosta?

Essa pergunta eu não sabia responder, na verdade, era pouco tempo pra já gostar de um deles, mas eu tinha certeza que com o Erick eu nunca iria ficar.

Meu primeiro amor Where stories live. Discover now