there you are! - [au juke] - em revisão!

capítulo três - eu não queria ir

JULIE'S POV

Flynn veio me buscar antes das 20h para irmos a uma festa. Resolvemos ir no carro dela já que eu não fazia ideia de onde era esse hotel do pai de Willie, namorado de Alex, que a Flynn me convenceu a ir. Como eu não fazia ideia de que horas poderia terminar, arrumei minha mochila com algumas roupas e itens de higiene pessoal e deixei no carro da Fly. Era só por precaução já que qualquer coisa eu teria que avisar ao meu pai de qualquer jeito. Flynn estacionou o carro em frente ao hotel mais luxuoso de Hollywood, e tive que segurar meu queixo pra ele não ir pro chão. Na frente, um letreiro gigante escrito "The Other Side of Hollywood" recebia a gente quando descemos do carro. Ele era cheio de luzes brilhantes e tinha uma cartola na ponta do "H" de Hollywood. Quando entramos, o espaço de dentro mais parecia a arrumação de um clube caro pra caralho, com seus lustres de ouro pendurados no teto e poltronas com um tecido provavelmente mais macio que meu cabelo. Não demorou muito pra que Alex, viesse nós cumprimentar de mãos dadas com um menino da mesma altura que ele, cabelos castanhos  longos presos num rabo de cavalo, roupa social e com um sorriso radiante. Esse devia ser o namorado dele, e por acaso, dono da festa, que agora eu não lembrava mais o nome, e eles estavam vindo na nossa direção.

- Meninas! Que bom que vocês vieram! - Disse Alex claramente animado, ou bêbado, vindo nos abraçar. Eu não gosto de abraçar gente estranha e bêbada, mas recusar um abraço no meio de uma festa só porque eu sou chata não é algo muito legal à se fazer, principalmente se essa pessoa for quase a dona da festa toda.

- Esse é o Willie, meu namorado. Willie, essas são Flynn e Julie, as meninas da escola que eu falei com você que vinham.- Alex nós apresenta previamente enquanto o Willie (que agora eu lembrava o nome), responde com um sorriso largo e um aceno de cabeça. Faço o mesmo enquanto Flynn estende a mão claramente mais animada do que eu por conhecer o tal filho do dono, de um hotel 5 estrelas em Hollywood.

- Muito prazer Willie! Peço perdão pela minha amiga, ela é meio desligada assim mesmo, né Julie? - Diz Flynn enquanto me dá um beliscão no ombro me fazendo voltar a atenção pra aquela conversa claramente banal e inútil que não ia agregar minha vida em nada. Eu queria beber, eu precisava de álcool, e procurei qualquer lugar que pudesse me conseguir isso e literalmente não achei nenhum, o que me fez finalmente abrir a boca e dirigir a palavra a Willie pela primeira vez desde que a gente chegou ali.

- Sim sim, perdão Willie, muito prazer. E onde fica a mesa de bebidas? - Pergunto inocente enquanto Flynn me lança um olhar de reprovação sabendo que isso não ia acabar bem. Eu não sei porque, mas eu nunca fico bêbada ou passo mal. Eu bebo desde os 16, meu pai sempre soube então quando eu fiz 18 isso não foi proibido lá em casa. Mas uma vez eu saí com a Flynn pra uma festa e a gente bebeu muito, enquanto ela vomitava pra caralho eu só sabia dar risada porque eu não estava sentindo nada, nada mesmo, nem no dia seguinte em que eu tive que cuidar dela por conta da ressaca eu senti uma dorzinha de cabeça se quer e meio que ela me odeia até hoje por isso. Eu não fico bêbada de verdade, mas finjo que tô pra ver como as pessoas reagem a isso. É engraçado ver elas ficando tontas enquanto eu tô em pé. Tá, isso é bem escroto mas eu não obrigo ninguém a me desafiar num vira dose de tequila com limão e sal né, eu sou uma Molina! Meu sangue é azul, eu sou imune ao álcool, as pessoas que não entendem. E eu também não sei brincar quando o assunto é bebida.

- Tá lá no fim do primeiro corredor, pode seguir direto. - Willie me responde com um sorriso educado enquanto eu aceno com a cabeça e antes de sair andando, volto pra exibir o mínimo de educação possível que eu aprendi em casa, mesmo que as vezes pareça que eu não aprendi nenhuma, mas é só porque eu esqueço disso.

- Vocês querem alguma coisa pra beber? - Pergunto direcionada aos três e Willie responde erguendo uma taça de champanhe e Alex apenas nega com a cabeça juntamente com Flynn que me adverte com os olhos. Desvio do olhar reprovador de minha amiga e sigo à passos rápido na direção indicada por Willie. Tive que me amassar entre algumas pessoas já que a parte do corredor do hotel estava mais cheia do que o hall de entrada. Chego ao fim do corredor e dou de cara com uma mesa cheia de bebidas coloridas de todas as marcas possíveis. Pisco meus olhos algumas vezes até raciocinar que aquilo era real. Não me contive e tirei uma foto da mesa que fazia meus olhos brilharem de vontade de misturar tudo num copo só pra fazer o que acontece.

- Não sabia que você era dessas que tiravam foto da mesa de bebida pra postar depois. - Escuto uma voz conhecida até demais se posicionar do meu lado e dou uma longa lufada de ar guardando o celular e indo até a mesa antes de responder.

- E eu não sabia que você perseguia as pessoas, principalmente aquelas que não querem falar com você. - Digo enchendo meu copo com um líquido azul antes de me virar e dar de cara com um Luke totalmente diferente do que estou acostumada a ver na escola. Ele tinha trocado de roupa e colocado uma regata diferente que como sempre valorizava seus braços porque ele adora esse tipo de coisa. O cabelo estava bagunçado como sempre mas ele ainda estava mais bonito do que eu me lembro estar da última vez, o que é estranho porque da ultima vez eu meio que prensei ele numa parede e nunca percebi que ele era, assim. Ele parece perceber meu olhar sobre seu corpo porque assim que meus olhos encontram seu rosto vejo um sorriso de canto de lábio se formar o que me faz automaticamente revirar os olhos e me arrepender de todos os pensamentos impuros sobre ele ser bonito que eu tive.

- Você sabe o que você tá tomando? - Ele pergunta apontando com o queixo pro meu copo onde o líquido agora mudava de cor, o que me fez arregalar os olhos. Cheirei o copo e logo identifiquei o que eu tinha colocado no meu copo como algo não tão nocivo à saúde quanto parecia com essas coisas borbulhando.

- Red Label dissolvido com Slovan sabor tutti-fruti misturada com Ousadia de morango que muda de cor quando entra em contato com outras bebidas. Porque? - Pergunto sugestiva depois de dizer o óbvio enquanto vejo sua expressão facial mudar de convencida pra chocada, o que me faz sorrir maliciosamente. Ele podia ser insuportável, mas eu conseguia ser mais quando queria. 

- Eu sei mais do que você pensa, gatinho. - Digo próxima do seu ouvido e saio a passos lentos bebericando minha bebida enquanto sinto seus olhos queimarem nas minhas costas me acompanhando até a saída. Sinto um sorriso se formar nos meus lábios e quando me distraio acabo esbarrando em alguém que eu identifiquei ser Amber, que sorria alegremente pra mim enquanto me oferecia um abraço. Eu não ia negar um abraço dela nem se eu quisesse. Isso é fisicamente impossível. Começamos a conversar e em algum momento dessa conversa fomos parar numa cozinha e quando eu dei por mim já estávamos fazendo body shot no meio da sala de estar enorme que tinha ali. Ela jogou o um fio de tequila sobre a barriga e me chamou pra lamber. Ok, eu não estava bêbada, mas podia alegar que estava quando Flynn ou qualquer um ali me perguntasse depois o que caralhos tinha acontecido. Depois disso, gritos ensurdecedores começaram a ser ouvidos e eu vi que ela apontava pra mim e mandava eu tirar a camisa. Olhei pra dentro da minha camisa pela gola e vi que hoje, graças a alguma força superior (ou a Flynn que me ajudou a me vestir), eu tinha colocado um conjunto novo de lingerie e não o mesmo sutiã surrado de sempre, o que deu confiança pra tirar a camisa e subir na mesa que Amber estava deitada a dois minutos atrás. Ela deixou um beijo no canto da minha boca e me mandou relaxar enquanto jogava a tequila na minha barriga. Esperei ansiosamente até sentir uma língua quente subir pela minha barriga e os gritos eufóricos começarem. Uma sensação quente misturada com outra coisa me fez querer levantar os quadris em direção aquela língua tão habilidosa. Era Amber mesmo? Perdi essa certeza quando senti um beijo perto do meu umbigo misturado com uma mordida leve e quando a pessoa parou eu levantei a cabeça e encarei incrédula aquele par de olhos carregados de luxúria misturados com um verde escuro que me encaravam sem piedade com um sorriso de canto nos lábios. Não tinha sido Amber que fez o meu body shot, e agora eu tinha certeza quem foi.

Tinha sido Luke. E eu gostei.