capítulo vinte e um - máscaras

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JULIE'S POV

- E tem mais um coisinha - digo quando Luke estaciona o carro em frente a minha casa. Tínhamos voltado com duas sacolas gigantes que tinham nossas roupas pra festa, mais as máscaras, sapatos e tudo. Tínhamos ficado até de tarde, então eu precisava começar a me arrumar agora. Só que tinha um grande porém nessa história toda: eu não podia me arrumar em casa - Eu não posso me arrumar em casa - digo em voz alta e escuto Luke suspirar antes de se virar pra mim em busca de algum tipo de luz pra se manter calmo depois de um dia daquele

- E eu posso saber por que? - ele pergunta realmente calmo, apoiando os braços no volante e me olhando com tédio. Eu tinha certeza que ele estava morto de cansado por ter passado o dia todo correndo comigo pra lá e pra cá e ainda teríamos que sair a noite toda. Mas uma coisa que eu não entendia era por que ele ainda estava aqui se claramente estava cansado. Será que ele estava fazendo isso tudo por pena ou sei lá, pra recompensar os dias em que eu fiquei com ele no hospital? Por que se fosse por isso eu não queria que ele sentisse como se devesse algo pra mim

- Por que meu pai não pode saber que eu vou pra festa e assim que ele ver o vestido ele vai perceber. Então agora você vai estacionar esse carro lá na esquina enquanto eu vou em casa pegar minhas coisas e inventar uma desculpa plausível. Vai - digo da janela do carro fazendo um sinal com a mão pra que ele se afastasse. Ele apenas assente fazendo a volta e indo pra esquina mais afastada da rua. Respiro fundo e entro em casa com cuidado. Meu pai estava dormindo na poltrona da sala com a TV ligada num VT de futebol da semana passada. Seguro uma risada e subo as escadas com cuidado pra arrumar minhas coisas. Pego uma mochila espaçosa e começo a colocar tudo o que eu vou precisar pra me arrumar na casa de Luke. Verifico a mochila mais uma vez antes de fechar ela e passar no quarto de Carlos

- Cocozinho, eu vou dormir na casa da Flynn hoje, então o papai vai fazer seu café. Cuidado com o sal - digo dando uma piscadinha pra ele que ri e nega um pouco com a pessoa se lembrando dos episódios do papai com sal na comida

- Beleza ecobag, boa festa - ele diz enquanto eu já estava saindo e eu começo a andar de ré imediatamente ao ouvir a palavra "festa". Desde quando ele sabia que eu ia pra festa?

- Festa? - pergunto tentando parecer natural, não uma desesperada totalmente preocupada com o jeito em que as informações são passadas naquela casa pra nunca chegarem em mim

- Sua festa do pijama ue - ele diz calmo mexendo a cabeça em direção da minha mochila. Respiro aliviada e boto a mão no coração sentindo que ele realmente tinha ficado acelerado só com a possibilidade de Carlos saber algo que não devia. Eu precisava urgentemente da um jeito nessa ansiedade - Você achou que fosse o que?

- Nada não. Tchau cocozinho - digo rápida usando o apelido que ele odeia outra vez até ouvir ele me chamar pelo apelido que eu também odeio acompanhado de uma risada

- Tchau ecobag! - justo. Me limito a revirar os olhos e quando eu desço as escadas papai já estava acordado  mexendo no celular, ainda com a TV ligada naquele maldito VT velho

- Pai? Vou dormir na casa da Fly hoje. Volto amanhã de manhã - chamo sua atenção quando já estou com metade do corpo pra fora de casa. Ele me olha dos pés a cabeça antes de apenas confirmar com a cabeça e dizer pra eu chegar antes do meio dia. Fecho a porta e saio em disparada pro carro de Luke. Já eram 18:30h e eu ia levar no mínimo duas horas só pra entrar naquele vestido gigante. Mando mensagem pra Flynn pedindo pra ela me cobrir caso meu pai perguntasse algo. Ok, ele nunca fazia isso mas era bem capaz de Carlos querer confirmar a história só por ter percebido o jeito que eu fiquei nervosa.

- Pra sua sorte, Reggie foi passar a noite na casa do Willie e do Alex hoje. Disse que estava cansado de ver minha cara murcha toda sexta a noite em casa já que agora eu não bebo mais e os shows só são dia de sábado e domingo - Luke diz como se não fosse nada e eu fico bem animada sabendo que não teria que inventar nada pra Reggie como coisas do tipo "Eu e ele vamos ali", ou até dizer a verdade. Ia ser algo do tipo: "Nós vamos até uma festa de gala no cassino mais famoso de Los Angeles pra descobrir o passado da minha família problemática sabe? Tem bastante mafioso lá, então a gente pode morrer também, mas voltamos pra casa antes do sol raiar!". Paro de pensar besteira quando o portão da garagem da casa de Luke já estava aberto, igual a última vez em que eu vim aqui. Engulo em seco todas as lembranças daquele dia enquanto Luke se remexe desconfortávelmente no banco do motorista. Quando o portão encosta o chão, pego minha mochila e desço correndo do carro indo pegar minha roupa na parte de trás, indo em direção a porta que dava pra dentro da casa como se eu já conhecesse aquele caminho. E eu realmente conhecia

there you are! - [au juke] - em revisão!Onde histórias criam vida. Descubra agora