capítulo nove - as audições

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LUKE'S POV

Bom, o grande dia que ia mudar a minha vida e a da Julie chegou, e meu cu talvez caísse da bunda a qualquer momento. Cheguei na escola cedo, e tive que ficar ouvindo vários comentários dos professores falando que eu finalmente estava tomando jeito. Mal eles sabiam que isso tudo só estava acontecendo por uma razão e ela tinha nome, sobrenome e a voz que ia salvar a minha pele. Ontem não foi um dia muito agradável, então por motivos óbvios eu não dei as caras na escola. Julie ficou puta comigo mas esse é um preço necessário a ser pago. Meu pai brigou comigo, falou merda e eu acabei saindo no soco com ele, o que resultou em um punho dolorido e um puta inchaço na boca que agora foi substituído por um corte no superior. Pelo menos não foi nenhum olho roxo que eu tivesse que justificar pra alguém que perguntasse em qual briga eu me meti dessa vez. E eu acho que nunca estive tão ansioso pra um teste quanto eu tô hoje. Na verdade, eu nunca fico ansioso porque testes são a minha praia, isso eu tiro de letra. Mas cantar com alguém que não seja a minha banda pra um público considerável? Aaah, isso sim era um teste que eu não tinha certeza se ia conseguir passar. Professora Layla e professora Kelly optaram por fazer os testes na sala em que acontece nossas aulas de musicalização, na frente da turma toda. Elas disseram que essa semana seriam os testes de canto, semana que vem o de dança e de hoje a 15 os testes de teatro pros papéis, pra termos tempo de ensaiar e tudo mais. Julie optou por cantar uma música original sua, me garantindo que conseguia na hora, tanto que não ensaimos juntos, ela apenas me mandou as partituras com a letra pra eu tocar no piano. Eu confiava nela, mas aquela música parecia além de pessoal, ter uma ligação com a mãe dela. Parecia escrita pela própria, pra Julie. Não tenho certeza se Julie vai conseguir cantar essa música. Ela não canta pra turma faz mais de 4 anos, não sei se hoje ela vai magicamente lembrar como se faz. Eu espero que sim, mas não posso pressionar ela. É a história dela, e eu vou dar o tempo dela. O final de semana que passamos juntos não me dá liberdade pra forçar ela a fazer algo. Se ela não conseguir, eu vou respeitar e dar meus pulos com as professoras. Não quero que ela seja prejudicada por conta disso, da mesma forma que não vou permitir ela se forçar a fazer isso hoje caso não esteja pronta.

- MOLINA! - grito da outra ponta do corredor assim que eu avisto suas ondas grandes de cabelo se mexendo enquanto pegava algo no armário. Ela olha pra mim e me manda um sorriso leve, vindo em minha direção. As audições seriam na próxima aula e eu precisava falar com ela antes.

- Bom dia Luke! - ela diz doce assim que se aproxima e logo seu sorriso se desmancha assim que ela olha pra meu lábio superior

- Onde você conseguiu isso? - ela pergunta séria enquanto passa a mochila pra frente do corpo pra pegar algo. Caralho ela não deixa passar nada

- Ah, isso? Não foi nada demais, pode relaxar - tento parecer tranquilo enquanto ela nega com a cabeça e continua procurando algo no bolso da frente

- O que você tanto procura? - pergunto e antes de obter uma resposta ela me puxa pra uma pia que fica no meio corredor entre o banheiro feminino e o banheiro masculino e apoia a mochila em cima do balcão. Vejo ela pegar um algodão e molhar ele num pote preto com um líquido amarelo e um cheiro forte. Aquilo era, álcool iodado? O que ela ia fazer com isso? E porque ela tinha isso?

- O que você vai faze- não consigo terminar a frase por que meu lábio superior foi pressionado com o algodão. Ela segurava meu queixo com uma mão e com a outra limpava a ferida da minha boca. Aquilo ardia que nem um caralho, meu Deus ela era louca de trazer essa porra pra escola? Essa merda é altamente inflamável puta que pariu que dor do inferno

- Não sei em que merda de briga você se meteu Luke, mas isso pode acabar te dando uma infeção do caralho se você não esterilizar. A ferida ainda estava aberta, você não viu hoje de manhã? - ela pergunta com uma voz séria, possivelmente irritada com o meu descuidado. Faço sinal de negativo com a cabeça e sua cara se fecha mais ainda enquanto a ferida arde cada vez mais e ela segue pressionando o algodão ali, sem deixar escorrer pra minha boca

there you are! - [au juke] - em revisão!Onde histórias criam vida. Descubra agora