capítulo quinze - flying solo

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JULIE'S POV

Eu ainda estava dividida entre esse ter sido um dos melhores finais de semana da minha vida e em ter sido um dos piores que eu me lembrasse. Na minha lista de pós e contras mentais tinha:
- Reencontro com o Miguel e o pessoal do Cobra Kai
- Cantar com ele
- Ir ao clube da praia
- Ver meu pai e Carlos depois de duas semanas longe
- Conseguir não ter nenhuma crise por no mínimo 24 horas desde que eu dormi na casa do Miguel.
No lado dos prós é claro, e no lado dos contras também tinham algumas coisas, como por exemplo:
- Encontrar o Luke na praia com as pessoas do dojô rival
- Achar ele muito próximo da Sam (namorada do Miguel inclusive)
- Ficar com ciúmes fazendo Miguel olhar e acabar ficando com ciúmes >também< sem nem dizer nada
- Não falar com ele
- Me sentir mal pelas postagens da Flynn e da Carrie saindo sem mim no nosso café ffavorito
- A diretora ligar pra minha casa falando da briga
- Meu pai brigar comigo
- E eu querer chorar pra sempre por conta de tudo citado a cima
então minha segunda não tinha começado as mil maravilhas que eu esperava. Pra falar a verdade eu estava bem mal desde a briga na sexta. A Flynn não veio conversar comigo em nenhum momento, o que faz sentido, mas mesmo assim me deixa triste. Fiquei sabendo também que o quarteto bunda mole (era como eu chamava Nick, Ricky, Mike e Dicky) tinha sido expulso do dojô deles no mesmo dia. Talvez Luke realmente tenha ido resolver as coisas naquele dia, o que me deixou bem preocupada. Eles não iam descansar até descobrir como a história da briga e das ameaças chegou até o Sr LaRusso pra que tomasse providências. E eu sei que eles não iam gostar nem um pouco de saber que Luke era X9. Mas agora eu não tinha tempo pra me preocupar com o resultado disso. Ainda era cedo e eu estava sentada na cadeira em frente a mesa da diretora Sánchez que conversava com meu pai sobre minha conduta na escola ultimamente e a briga de sexta. Escutei uma baita ladainha pra no final ela apenas me dá uma advertência escrita e suspender Mike por dois dias. Quando saímos da sala dela, meu pai não brigou comigo igual fez no sábado assim que eu cheguei em casa e ele soube. Ele apenas disse que fazer isso dentro da escola me comprometia, e que roupa suja se lava em casa. E dito isso ele me deu um beijo na testa e saiu andando. Fiquei pensando se isso que ele disse tinha alguma ponta de orgulho com o que eu fiz ou era só preocupação mesmo. Talvez tivesse. Sempre que eu brigava na escola quando eu era menor, ele dizia que eu tinha uma personalidade tão forte quanto a da minha mãe, e ela ria dizendo que aquilo era uma desculpa pra ele poder dizer que tinha orgulho do fato de eu saber me defender tão bem mesmo sendo nova. Fiquei pensando se isso também tinha sido uma desculpa, e se no fim ele sentisse tanto orgulho de mim quanto sentia anos atrás. Respirei fundo e fui andando pra minha aula de música totalmente desanimada. Por mais que Luke fosse minha dupla semestral, nós não tínhamos obrigação de sentar juntos, e agora que ele não falava mais comigo ele não faria nem questão disso. Eu sentaria entre Flynn e Carrie e diria o que aconteceu na sala da diretora, mas nem olhar pra mim ela olhou quando eu entrei na sala. Passei o capuz do meu moletom preto do Louis com um rostinho desenhado, pra cima cobrindo toda a cabeça e me sentei no fundo da sala pra que a professora Layla não me visse e esquecesse do trabalho que eu tinha que apresentar hoje. Não era por que eu não queria apresentar, eu só estava nervosa, pela primeira vez, de cantar uma música minha. Sim, nesse final de semana repleto de crises existenciais eu terminei de escrever uma música e acredite em mim, ela era muito obvia pra que as pessoas não percebessem do que se tratava. Quando professora Layla entrou na sala, ela fez uma breve observação pra identificar quem tinha vindo hoje. Respirei fundo rezando pra que ela não me descobrisse ali escondida no canto da parede da última cadeira da última fileira da sala. Mas ela viu. Eu tinha certeza.

- Bom dia meus amores! Como vocês estão? - pergunto professora Layla com aquele falso entuisasmo que sugeria que algo de errado não estava certo, e que a bomba ia explodir já já. - Mas infelizmente, trago algumas notícias que podem não agradar a todos. - ela deu uma longa lufada de ar antes de continuar - Nosso aluno Mike Evans foi transferido de escola. Após o ocorrido de sexta, o pai dele não reagiu muito bem a notícia de que o filho apanhou de uma moça e o mandou pro reformatório. Palavras dele de que isso era temporário - pude ver ela deslizar os olhos sutilmente por baixo dos oóculos enquanto respirava fundo pra continuar - Enfim, a diretora Sánchez me pediu pra explicar o motivo pelo qual não teremos mais o Sr Evans durante nossas aulas. - então ela concluiu e abaixou o olhar pra prancheta em cima da sua mesa. Sinceramente? O tom de voz dela não demonstrava pena ou tristeza pelo ocorrido com Mike. Será que ela estava fazendo a mesma coisa que meu pai? Disfarçando o orgulho que ela sentiu por eu ter defendido uma classe oprimida durante sua aula? Bom, isso eu não sei, só sei que eu senti orgulho de mim mesma por ter "expulsado" um homofobico da escola e tinha certeza que outras pessoas também sentiam quando Kiara Carrera se levantou da sua carteira chamando atenção de todos pra dizer:

there you are! - [au juke] - em revisão!Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang