capítulo dezoito - de volta a vida

666 102 56
                                    

JULIE'S POV

Fazia mais uma menos duas semanas desde o "acidente" do Luke. Que não foi um acidente né, ele teve a porra de uma overdose. Ele recebeu alta depois de uma semana internado no hospital Municipal e recebendo atendimento presencial de Dra. Luize. As coisas estavam dando certo pra ele, não tinha sequelas graves como era de se esperar e o corpo dele reagia bem aos medicamentos. A coisa ruim era na escola. Estávamos 12 dias atrasados nos ensaios por conta do problema de Luke. Decidimos a setlist do primeiro ato quase toda por whatsapp já que Luke não podia receber muita gente no quarto e não podia vim a escola. Os meninos tinham que se desdobrar pra cuidar dele e frequentar a escola. Eu ia duas vezes na semana e cantava com ele pra aliviar as dores. Acho que as minhas também. Durante essa semana, Amber ficou comigo o tempo todo. Desde do dia em que ele foi hospitalizado até hoje, o dia em que ele voltaria pra escola. Sim, estávamos próximas e ela ia visitar ele junto comigo. Ela não tinha obrigação sabe? Não namoravamos nem nada do tipo, mas mesmo assim ela ia. Eu acho que ela estava me conquistando aos poucos, sem ao menos perceber. Depois da noite da festa, Miguel foi atrás de Samantha pra saber o que tinha acontecido com Luke naquele dia. O que resultou em uma briga bem feia dos dois. Miguel descobriu que ela tinha feito ele fumar todas as ervas que tinham na festa. Ele bebia tudo o que via pela frente. Estava sem comer a 18 horas. Era óbvio que o corpo dele não ia aguentar aquilo tudo e o pior era que ela também sabia daquilo. Mesmo que Miguel nunca tenha ido com a cara de Luke, ele não ia tolerar o que Samantha fez. Eles terminaram, e ela xingou ele por no mínimo duas horas. Depois disso eu levei ele pra casa e ele chorou no meu colo por no mínimo três. Foi complicado pra ele, por que ele nunca tinha visto ela como uma pessoa tão ruim assim, só com alguns defeitos normais, por mais que eu sempre tenha dito que ela não valia o chão que pisava. Enfim, ele ainda tá superando o término e vai visitar Luke também mesmo sem ter obrigação. Talvez ele se sentisse culpado pelo que Samantha fez, já que ela não visitou Luke dia nenhum no hospital e nem quando ele recebeu alta. Ela ficava dizendo que se sentia culpada. E bem pouco pra ela, pra mim ela explode sabe? Enfim, no mais essas duas últimas semanas foram resumidas a isso. O elenco da peça estava um caos completo, e ninguém conseguia se encontrar direito. Luke voltava hoje, 100% recuperado segundo a Dra. Luize e pronto pra atividades rotineiras. Mesmo assim eu não ia descansar até ver seus olhos brilharem de novo. Eu sentia muita falta disso. Estávamos todos sentados no palco do teatro esperando ele chegar. Amber estava deitada com a cabeça no meu colo enquanto eu fazia carinho em seus cabelos e Flynn e Carrie conversavam abraçadas ao nosso lado. Olhando assim cada um ali presente tinha sua dupla (mesmo sem ser a semestral) e mantinha sua conversa dentro de uma bolha. E todas essas bolhas foram estouradas simultaneamente quando as portas do grande teatro foram abertas num estrondo anunciando que alguém tinha chegado. De longe e com pouca luz eu conseguia reconhecer Luke, fazendo a entrada triunfal que ele tinha me dito que faria quando voltasse a escola. Amber se levanta do meu colo pra olhar a cena e eu começo a dar risada dele antes de levantar do palco e ir na sua direção lhe cumprimentar com um abraço. Eu sei, a gente devia se odiar ou coisa assim, mas um sentimento maior ainda tomava conta de mim quando se tratava dele. E nós estávamos cada vez mais próximos ultimamente

- Minha dupla semestral. Firme e forte - digo olhando pra Luke depois que nos separamos e não consigo segurar um sorriso que mostrava o quão eu estava feliz e orgulhosa dele naquele momento. Muita coisa tinha acontecido pra que ele pudesse estar aqui e era isso que enchia meu coração de orgulho

- Eu sei que você não vive sem mim Molina - ele me chama de "Molina" pela primeira vez desde que tinha acordado do coma naquela noite e eu sinto uma vontade imensa de chorar. Naquele dia eu realmente achei que ele ia morrer e que nunca mais ia me chamar pelo meu sobrenome. Ele era a única pessoa que fazia isso, e sério mesmo eu não sei se ia conseguir viver sem isso por muito tempo

there you are! - [au juke] - em revisão!Where stories live. Discover now