17 | antes | estou bem

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BOSTON, USAFIM DO VERÃO

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BOSTON, USA
FIM DO VERÃO

Certamente aceitar a proposta de Tobias Pullman há duas semanas atrás de permitir que ele observasse meu trabalho e como conduzia a minha equipe, não tinha sido uma boa ideia para a minha rotina exaustiva.

E uma prova disso era o fato de eu estar no Leminski, enquanto o relógio já ameaçava virar para a meia noite. Há cinco dias chegava tarde em casa, Avery já estava dormindo, e infelizmente naquela semana quando ele saia para trabalhar era eu quem ainda estava dormindo. Não podia negar que sentia saudades do meu marido, pois apesar de dormir agarrada em seu corpo, não era a mesma coisa.

E para piorar a situação ele iria viajar e passar dez dias longe, em outro país, trabalhando. Enquanto eu iria ficar mais solitária do que já estava me sentindo.

— Lennon  — meu nome salpica audível em meu tímpano.

Pisco algumas vezes, encarando o molho praticamente reduzido dentro da panela que deveria estar prestando atenção, mas felizmente minha mão não esqueceu da sua função não deixando o liquido de carne queimar.

— Sim — balbucio automaticamente.

Desligando a botão fumegante do fogão sob a pequena panela. Ignorando o homem que dividia o espaço da cozinha comigo, dou alguns passos para o lado, despejando o liquido ainda quente sobre o macarrão recém colocado no prato.

— Estou te aborrecendo? — aquela pergunta formiga quase próxima a minha orelha.

Curvo os lábios, na minha melhor versão de simpatia, apenas para proferir uma resposta educada e não ser obrigada a revelar tudo que se passava em meus pensamentos.

— Não — murmuro, inclinando meu corpo sobre a bancada de granito, e arrancando algumas folhas do manjericão fresco que nasciam dentro do pequeno vaso suspenso na enorme parede de material, ao lado de outras ervas — Está pronto.

Anuncio, dando um passo para o lado, somente para que o quase nada desconhecido, pudesse se posicionar diante do prato que tinha ajudado a elaborar.

Mas Tobias não faz o esperado, preferindo parar ao lado da refeição a sua espera, diante de mim, somente para repousar seus olhos em minha figura, causando uma sensação estranha que não consigo ignorar.

— Estou te cansando? — seu tom é cheio de preocupação.

Não sei identificar se preocupação por mim ou por ele estar sendo uma presença cansativa.

— Não — digo a verdade, levando minha mão até a minha nuca cansada e alisando alguns nódulos que ameaçavam a se formar — A rotina que está cansativa.

Digo a verdade.

Seus lábios curvam-se, como se meu problema fosse de fácil solução.

— Viu, se trabalhasse comigo, não precisaria trabalhar tanto.

Sempre sua Garota [✓]Where stories live. Discover now