09 | antes | idiota

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BOSTON, USAMETADE DA PRIMAVERA

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BOSTON, USA
METADE DA PRIMAVERA

Movo o guidão entre meus dedos, trocando a marcha, acelero. As luzes de Boston passam como borrões por mim, assim como os carros e as pessoas, apenas os semáforos me detém.

Meu caminho era certo, meu destino era mais definido ainda. Após passar seis dias longe daquela pele clara, cabelos de amêndoas, aroma de flores, me sentia como um viciado perto de tomar seu primeiro copo de cerveja após dias de abstinência. O motor rangia como um canto para os meus ouvidos, enquanto o capacete protegia a minha cabeça, meu coração galopava ansioso diante da diminuição da distância.

Aqueles lábios não saiam da minha mente.

Seus beijos inquietavam minha boca.

Seu aroma após gozar ainda estava intacto em minhas memórias.

O calor da sua pele ainda queimava em na minha.

Como eu necessitava aquela mulher. Eu a necessitava mais do que deveria. Por mais vezes que poderia. Jamais havia me sentido daquela forma. Mas não conseguia mais ignorar aquela sensação, aquele sentimento que cresceu com os últimos dias distante só trocando mensagem: aquela mulher jamais poderia sair da minha vida.

Como um soro vital para minha sobrevivência a necessitava, a ansiava. E estava ficando maluco. Louco. Perdendo a razão, o controle dos meus próprios pensamentos, porque na maior parte do dia me pegava pensando nela.

E sabe o que foi mais torturante em toda essa distância? Ficar três dias sem notícias suas.

Três malditos dia sem uma mensagem.

Três malditos dias que passavam como o andar de uma tartaruga.

Três dias que tive minha sanidade testada.

Só mais uma quadra

Penso, virando a última esquina do meu destino final. E finalmente poder envolve-la em meus braços, drenar tudo o que seus lábios tinham para me dar. E talvez espalhar aquele corpo perfeito em alguma cama.

O ronco da Dyna diminui, silenciosa como uma amante preste a fazer uma surpresa, ela percorre os metros distantes em direção a um beco iluminado e largo. A saída dos fundos do Leminski. Normalmente Lennon saia por ali nas noites de trabalho.

Dyna para. Não desligo o motor, apoio um dos meus pés contra o asfalto. E encaro o espaço retangular. Como um espectador involuntário encaro um casal que conversa proximamente. O homem é alto, magro, cabelos bem aparados e seu corpo oculta o da moça logo atrás de si.

Ela gesticula mais do que o normal, indicando que a conversa era agitada. Meus tímpanos curiosos ignoram os murmúrios, por não conseguir compreender o suficiente.

Dobro o cotovelo, encarando o relógio de caixa metálica e pulseira de couro preso no meu pulso direito. Meu pé apoiado no asfalto balança impacientemente. Enquanto meus músculos oculares tentam alcançar a porta quase ocultada pelo casal.

Sempre sua Garota [✓]Where stories live. Discover now