Capítulo 39

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Narração 3° pessoa

No dia seguinte, o enterro já havia acabado, Judy continuava calada e sem expressão.

Feyre não conseguia olhar para a filha se ter vontade de chorar- por isso estava em seu ateliê-.

Feyre pintava um quadro, não sabia o que queria pôr nele, por isso apenas deixou que a mão fizesse os movimentos por conta própria.

Rowlan estava treinando, tentava pôr para fora tudo o que não conseguia expressar normalmente.

Dependendo dos sentimentos que o cercavam ele tinha maneiras diferentes de lidar com cada situação.

A dor e a tristeza era chorando, a raiva era batendo, a angústia era voando, o pânico era lendo, e o amor... nunca tinha precisado expressar amor além do fraterno ou com os pais.

Mas ali estava ele, numa confusão.

Ele sentia tudo ao mesmo tempo: Raiva, Tristeza, Amor sendo o mais forte.

Socando um saco de areia ele tentava descarregar tudo.– deu um soco e na sua mente veio a imagem de Emily morta : Raiva.

Deu mais um soco e em sua mente veio a imagem de Judy chorando : Tristeza.

Mais um soco foi dado por Rowlan que desta vez, visualizou Judy sorrindo: Amor.

Era estranho chegar a essa conclusão.

Era bom.

Era sufocante.

Era difícil.

Mas era real.
Rowlan amava Judy com todas as forças, tendo sua confirmação quando sentiu a dor dela.

Quando isso havia acontecido ?
— Vai machucar a mão desse jeito irmão.– Diz Alan chegando e encostando na parede enquanto cruzava os braços.
A resposta que o mais novo obteve foi um grunhido.

— Sei que não se sente muito bem, mas não pode ajudar ela se ficar machucado.– diz Alan indo em direção ao irmão ainda com os braços cruzados.

— Não posso ajudar ela de qualquer jeito.– disse o mais velho baixo e rouco por não ter dito uma palavra sequer o dia inteiro.
— Claro que pode. Da última vez foi você quem ajudou ela a se acalmar.

— E agora ela está calma de mais ! – o mais velho se vira para o irmão parando de socar. – Eu não posso fazer isso ! Eu não aguento ver ela daquele jeito !

— É por isso que você tem que ajudar ela.

O mais velho volta a socar o saco e ambos ficam alguns momentos em silêncio.
— E você ? Já se resolveu com Tefhy ? – pergunta o mais velho ainda socando.

— Não. Tefhy tem me evitado e é melhor não forçar ele.

Rowlan para.

Soltando um suspiro cansado, Alan continua a falar.
— Ele não sabe se vai aceitar a parceiria, pediu tempo para pensar.
E eu entendo, ele nunca ficou com alguém do mesmo sexo antes.
Teve todas as expectativas postas de lado pela parceria.

— Você deve cobrar a resposta dele.
Quando recebe um olhar confuso e desconfiado do irmão, continua a explicação.

— Judy me disse que ele é mestre em procrastinar. Se não o pressionar um pouco, pode demorar meses para receber sua resposta.
Não precisa ser irritante, apenas insistente de maneira sútil.

Alan emite um riso anasalado.
— Vemos isso depois.

Ambos estavam sentados enquanto conversavam.
— Voltando à Judy. – diz Alan virando para o irmão esperando realmente que ele atendesse o pedido de Alan. – Você tem que falar com ela irmão. Ela não ouve ninguém e não come desde ontem.
Se continuar assim, ficará doente, e é melhor vê-la triste do que vê-la doente, não acha ?

— É melhor vê-la feliz e saudável Alan !

— Então vá resolver isso.

Rowlan solta um suspiro cansado e sai para tomar um banho.

Alan estava certo.

Fugir é apenas piorar tudo, fugir é apenas deixá-la sozinha com os próprios sentimentos agonizantes.

Após se vestir, Rowlan se põe a caminho do quarto de Judy.
Ao bater na porta, não ouve resposta.

— Judy ? Posso entrar ?

Mais uma vez, não consegue ouvir nada.

Abrindo a porta devagar, ele olha para dentro e avalia a situação.
Judy encarava a cidade pela janela.

Era difícil encontrar palavras, ainda mais Rowlan que não era tão bom com elas.
— Precisa de ajuda com algo ?
Ela não se vira para falar, sua voz era monótona e inexpressiva.

— Não, apenas vim te ver.
— Meus pais te pediram isso ?
Ela soava tão sem vida que Rowlan começou q se desesperar.

Judy sentia a mente rugir mas seu corpo não tinha energia para fazer absolutamente nada.
— Não. – respondeu o mais calmo possível.

Judy sabia que ele estava preocupado, mas não tinha vontade de ver ninguém.
O enterro de Emily havia consumido toda a sua energia psicológica e suas forças físicas.

Tudo o que queria era ficar sozinha, sem precisar fazer ou falar nada.

— Veio falar sobre a parceiria ?
Judy havia sentido o laço se encaixando segundos antes de adormecer, mas não havia dado tanta importância.

— Não, não é o momento para isso.
Já comeu algo ?

Ela solta uma risada debochada.
— Você sabe que não.

Rowlan sai do quarto apenas para pedir que Cerridwen pegasse algo leve para Judy.
— Se não comer, vai ficar doente. – apontou o mais novo.
— Você também, principalmente quando se pratica exercícios físicos.

Rowlan não estava chocado com a fala da fêmea.
— Vai comer comigo ? – Judy se vira para ele - pela primeira vez naquela conversa- ao perguntar.
Ao ver as olheiras dela, Rowlan se amaldiçoou por deixá-la sozinha com todo aquele fardo.
Abrindo um sorriso pequeno ele responde: — Claro.

Oi pessoal.
Ainda hoje eu vou postar o especial de ano novo.
Não ficou muito bom pq o bloqueio criativo é foda.
Mas é isso galera.
Boas festas e feliz ano novo !
🎉🎉🎉🎉🎉

Entre mundos - primeiro volume - Triologia Entre MundosWhere stories live. Discover now