Capítulo 5

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Judy

Depois do almoço, Alan se oferece para procurar minha irmã ou meu irmão comigo.
Eu estava animada, sabia exatamente como era o mercado e como era a fachada da casa de Phyn.
Mas, isso poderia ser nessa cidade ou em qualquer outra do reino.

Haviam mercados diferentes em cada dia da semana.
E eu vinha sempre, mas nunca sabia que dia era.
Fomos no mercado e infelizmente eu não reconheci o lugar, andamos um pouco para saber se eu reconhecia o lugar, mas nada me fez reconhecer o lugar.

Meus pais tinham ficado conversando com a rainha e com o príncipe consorte, então eu fui apenas com Alan.

Já tínhamos parado de procurar, estava tarde e estávamos voltando para casa.
Iríamos no mercado de outra rua amanhã.
Enquanto andávamos em silêncio eu pensava e tentava lembrar a paisagem até Alan dizer:
— Posso perguntar o motivo de você não gostar do meu irmão ?
— Não é que eu não goste dele, é que ele foi ignorante primeiro.
— Quantos anos anos você tem cinco ?
— Eu tenho cento e oito, muito obrigada.
— Sério ? – pergunta espantado.
— Acha que eu brincaria com isso ?
— Você é mais velha que eu.

Eu rio.
— Ficaria surpreso com a idade dos meus irmãos então.
— Espera um pouco. – ele diz.
Ele vai em uma barraca de comida e compra algo.
— Estamos andando desde o almoço e você não comeu nada, achei que pudesse estar com fome.

E eu estava.

— Obrigada.
— Mas sério, não fica chateada com meu irmão. Ele só quer proteger a família.
— Eu entendo ele, entendo que sou uma estranha e que ele não confia em mim, mas não fizemos nada para ele desconfiar de nós.

Eu abro o pacote que ele comprou e me deparo com um espeto com algumas carnes.
Olho um minuto, pensando no que ele disse, eu fui muito descortês com o príncipe.
— Ei, é carne de caça, não precisa se preocupar.
— Ah – eu rio – não estava pensando nisso.

A noite, um pouco mais tarde fico pensando em como eu agi com o príncipe, foi infantil. Por mais que eu não tenha uma boa opinião dele, não preciso ser mal educada.
Ouço um barulho estranho lá fora, algo como garrafas caindo ou batendo.

Saio do meu quarto e sigo pelo corredor e me deparo com uma cena impagável.
Rowlan bêbado chegando tarde.
— Hey ! – diz ele com a voz arrastada – o que você está fazendo ?
— Altez-
– Me chame pelo nome droga!
— Rowlan, desde quando você está bebendo ?
Levantando as garrafas ele quase cai no chão, eu ajudo ele a andar direito.
— Eu queria saber como você pode ser tão irritante, mas...
Ele fala diminuindo o volume da voz até murmurar algo incompreensível.

— Droga ! Você é pesado. – penso no que fazer.
Acordar os empregados seria mais dor de cabeça do que eu gostaria de aguentar.
Eu não sei onde é o quarto dele, possivelmente na ala leste .
A única opção é levar ele pro meu quarto, é, isso não vai ser legal.

Ele anda com dificuldade, tento ajudar ele, mas nem andar ele consegue direito.
Não é minha obrigação ajudar ele, eu nem gosto dele, mas eu entendo o que é levar uma bronca por chegar tarde quando se está com dor de cabeça.

Quando chegamos no quarto em que eu estou ele cai no chão, quebrando as garrafas que estavam na mão dele e se cortando superficialmente no processo.
— Droga Rowlan ! – praguejo baixo.
Ele está inconsciente de maneira tão profunda que nem sente os cortes.
Já vi que terei trabalho essa noite.

Entre mundos - primeiro volume - Triologia Entre MundosWhere stories live. Discover now