Capítulo 19

129 5 34
                                    

Gente, eu tô viajando e não tenho internet na rua, mas no lugar onde eu tô tem internet, porém, amanhã vou num sítio que não tem.
Então... Se amanhã eu não postar, posto no dia seguinte dois capítulos para compensar.
Boa leitura e boa noite.

Rowlan

Mais um dia começando e eu ainda estou com minha última conversa com Judy na cabeça.
O que foi aquilo ?

E foi esse pensamento que ficou rondando minha cabeça pelo resto do dia.

No café da manhã, quase não lembro de nada.

No treino, lembro de Alan vir lutar comigo, meu pai queria que ele treinasse direito e ficou treinando Tefhy apenas por hoje.

No Almoço eu ainda pensava, mas não era assim tão importante, alguns funcionários se machucaram e eu fiz questão de ver pessoalmente.

Consigo ficar sem pensar na conversa por algumas horas, horas essas que eu e minha mãe conversávamos.
— Filho, quero falar com você .
— Sim ?
— Tem estado distraído hoje. O que aconteceu ?
— Nada, eu só ... não consigo me concentrar.
— Tem certeza ? Pode falar comigo. É a Judy ?

Olho para ela espantado.
— Ela abalou nossas estruturas, ela me mandou um bilhete ontem.

Como assim ? E nem me fala nada.
— Está monitorando o acordo entre nossas cortes, acordos de comércio e aprendizado de culturas entre cortes.
Ela acha isso importante, e disse que vai ter que vir algumas vezes com os pais, para firmar um acordo verbal enquanto não conseguimos estabilizar algo concreto.
Estou dizendo isso, para que você fique ciente se futuramente quiser reafirmar esse acordo.

Aceno em compreensão.
— E quando vocês terão algo sólido ?
— Não sabemos ainda, mas acho que será logo.
— Ela virá novamente ?
— Em dois dias.

Olho para ela em busca de uma confirmação.
— Ficarão só algumas horas.
Aceno novamente.
Ela realmente tem cumprido toda a sua parte do acordo.

Passo mais algumas horas em reuniões quase desnecessárias.
Quando elas acabam, passo um tempo ao ar livre, voando por aí, longe de todos que tentam me atribuir alguma responsabilidade.
Passar um tempo com a minha mãe é ótimo, mas tem algo estranho, algo diferente : o cheiro, o modo de se portar.
Mas tirando isso, tudo normal, o que me assusta.

Quando vejo, chego na rua da casa de Phyn.
Desço e sem saber o que estou fazendo, bato na porta.
Ela mora nos fundos de uma confeitaria que acho que é dela.
A porta é aberta por Tefhy que está mastigando algo.
Ele me dá espaço para entrar e assim o faço.

— Oi, desculpa incomodar.
— Não está incomodando. Precisa da algo ? Quer algum doce.
Era tentador, ninguém saberia.
— Acho que não posso negar.
Ele ri e vai até a loja, quando volta, há um pedaço de bolo bem grande na mão.
Ele me entrega que sem serimônia começo a comer.
— Na verdade, vim ver se está tudo bem. – digo depois de engolir um pedaço do bolo.

— Aqui está tudo bem, Diha virá logo para que eu ajude ela nos estudos.
— Eu realmente queria vê-la.
Ele me olha desconfiado.
— Por que ?
— Sua irmã.

Essas duas palavras são bem poderosas e são a chave para solucionar alguns problemas.
— Ela pediu para ficar de olho em mim, não é ?
Aceno.
— Não nego.
Ele ri.

— Ela me chamou hoje cedo, perguntando se eu queria ir para Velaris.
— O que você respondeu ?
— Eu disse que sim. Ela disse que um tal Cassian iria me treinar lá, então não pude negar.
Aceno novamente, hoje eu estava só acenos.

— Rowlan ! Não sabia que estava aqui !
— Eu já estava de saída Phyn. – digo já me levantando.
— Mas já ? Que pena. Não quer comer mais nada ?
— Ah – digo meio constrangido – não, eu já abusei muito da boa vontade de vocês. Eu já vou.
— Está bem então. Venha mais vezes.

Saio apenas dizendo um "claro" como despedida.
Ela realmente vai vir, mas não ficará muito tempo.
Talvez eu esteja ficando maluco.
Tudo isso é insano.

Judy

Meu dia havia sido horrível, não estava bem para falar com ninguém.
Jantei no meu quarto e minha família já sabia que era melhor não me incomodar.

Eu daria o relatório todo amanhã, não estava com paciência nem mesmo para mandar bilhetes.
Eu já estava pronta para dormir: vestida, penteada e perfumada.
Mas sinto alguém escrevendo no último bilhete que mandei para Rowlan.

Trago de volta e me deparo com o seguinte:
" Você virá ? Pensei que estivesse livre de sua companhia por um tempo."
Dou um suspiro cansado.
" Hoje não Rowlan. Tive um dia péssimo.
Amanhã eu falo com você."
Ele demora um pouco mas por fim me responde.
" O que aconteceu ?"

Eu me perguntava se dizia ou não, desabafar me faria bem, mas não estou com ânimo para nada.
No final, apenas contei.
" Hoje eu fui tentar um acordo entre minha corte e a Primaveril.
Eu fui por ser a mais paciente da minha família, mas Tamlin é tão desgraçado que consegue tirar até a pessoa mais doce do sério.
Nesse caso acho que a violência é a melhor opção."
Envio para ele e consigo sentir ele rindo às minhas custas.

" Qual é o problema entre essa corte e a sua ? "
Suspiro cansada.
" É uma história antiga, contar só levaria muito tempo e não ajudaria em nada.
Talvez outro dia eu conte, a questão é: Estourar uma guerra com a Primaveril é a última coisa que queremos.
Então nos mantemos o mais calmos possíveis, mas ele não colabora.
E o pior, é que ele teria desvantagem, tanto na guerra quanto sem o nosso acordo, mas ele é teimoso."

Ele parece querer responder algo para me acalmar, pelo tanto que pensa antes de responder.
" Pense pelo lado positivo, seu relatório pode fazer com que seus pais desistam de fazer acordo e você ficará sem vê-lo por um tempo."
Eu rio, ele tinha razão.

"É verdade, mas eu tenho que dormir, então já vou.
Boa noite."
A resposta é rápida.
" Boa noite, e tente não matar o tal Tamlin em seus sonhos."
A risada veio inevitável.

Rowlan

Naquela noite, eu dormi rápido. Era até de se entranhar .
Mas em meus sonhos veio o motivo.
Ela.

Era estranho. Ultimamente tudo girava em torno dela.
Eu não sabia o que era no começo.

Primeiro uma música de bar.
Logo depois uma Luz vermelha.
Eu estava num lugar com um balcão de madeira.
A música fica um pouco mais baixa e consigo ouvir risos.

Risos contagiantes.

Risos alegres.

Então ela aparece encima do balcão.
Uma calça e uma blusa.

Ela sorria.
De repente ela levanta e começa a dançar.
Uma dança animada, divertida, nada condizente com o senário.
Totalmente envolvida pela música, ela começa a rodopiar e para.

Desce do balcão e vem até mim me puxando para dançar junto.
No começo eu recuso, mas o senário muda.
Estamos em um salão, de festa, só nós dois.
A música é animada e agora condizente com o senário e com a dança.
Sem saber o que estava fazendo, começo a dançar também.

Ela sorri para mim põe os braços ao redor dos meus ombros.
Mas antes que ela possa dizer o que iria dizer eu acordo.
Tudo o que eu queria era saber o final do sonho.

Entre mundos - primeiro volume - Triologia Entre MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora