Capítulo 20

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Gente, hoje eu estive num sítio.
Eu adoro crianças, e eu sempre digo isso.
Mas, se vocês tem filhos, eu peço que ouçam seus filhos.
As crianças também merecem atenção, brinquem com elas, converse com elas.
É só o que eu peço.
Boa tarde e boa leitura.


Judy

Me levanto e me arrumo para ir a Terrasen.
Tomo café da manhã o mais rápido possível.

Quando estou pronta digo aos meus pais que já estou indo.
Estendo a mão e abro um portal.

Vindo do portal, um vento frio vindo de Terrasen me recebe.
Eu havia esquecido que o inverno estaria chegando lá.
Enquanto para nós está quase no verão.

Estou na frente do palácio, no portão os guardas me cumprimentam e me deixam passar, acho que lembram de mim.
Entro no castelo e sou recebida por Aelin.
— Bem vinda de novo Judy.
— Obrigada.
— Então você é a Judy ? – ouço uma voz diferente perguntar.
Me viro e dou de cara com uma fêmea de cabelos prateados e olhos azuis.

— Oh Judy, essa é Evalin, minha filha mais velha, ela estava viajando e chegou ontem de surpresa.
Estendo a mão em cumprimento.
— É um prazer te conhecer.
— O prazer é meu. Eu estava curiosa para conhecer a fêmea tão falada pelos meus pais.
Até mesmo Rowlan comentou sobre você, o que você fez com ele ? – diz ela enquanto me cumprimenta.

Eu rio.
— Eu quero aproveitar essa vinda para conversar um pouco, então podemos discutir sobre seu irmão a tarde.
— Vou estar esperando.

Entramos e elas me conduzem para uma sala de reunião.
Rowan e Rowlan já estão presentes para começarmos a reunião, além é claro de alguns conselheiros de Aelin.
— Meus pais não puderam vir hoje, mas me deram alguns assuntos para por na pauta.
Em primeiro lugar: O sistema de aprendizado de novas culturas.
Temos dúvidas, tais como: Pessoas de Velaris de mudaram para cá ou vice versa ?
Também queremos saber sobre as visitas de vocês a nossa corte.
Outra coisa é o momento em que formaremos um acordo concreto.

Consigo sentir os olhares de todos em mim.
— Não apresse a gente minha jovem. – diz um deles, humano. Mal sabe minha idade.

Rowlan me olha como se soubesse o que estou pensando.
Lanço para ele um olhar como se eu dissesse " O que foi ?"
Ele reprime um sorriso e balança a cabeça negativamente.

A reunião não dura muito, algumas questões são resolvidas outras não.
Saio da reunião suspirando aliviada por ter acabado.
Uma tarefa já foi.

Rowlan

Ao sair da reunião vou até ela e a cumprimento devidamente.
Ela está com o cabelo solto, uma faixa com um laço na cabeça, fazendo com que ela pareça um pouco mais nova, mais infantilizada.
Um vestido florido com fundo branco meio rosado.
Sorrio para ela.

— Parece que não sou o único que não suporta os conselheiros.– digo com um sorriso de quem sabe algo de alguém.
— Aquele idiota tem que descer do pedestal um pouco, a rainha é a sua mãe, não ele.

Eu rio.
É estranho que só tenham se passado alguns dias, mas já viramos amigos. Na verdade isso é apavorante.
— Bom, eu vou ir ver Tefhy, vem comigo ? – pergunta.
— Agora ele está treinando. Na verdade ele até treina em casa, acho que ele gosta.
— Bom, vamos ver como ele está indo.

Vamos até o salão de treinamento e vemos ele e Alan lutando.
Por enquanto, meu irmão tem a vantagem.
Tefhy resiste por um tempo, mas meu irmão vence com um mata leão.

Ela bate palmas como se parabenisasse o irmão.
— Você evoluiu nesses meus cinco dias fora. Mas ainda falta muito. Sorte sua que Cassian é um ótimo professor.
— Quem é esse Cassian ? – pergunta ele ainda ofegante.

— Meu tio. Ele, Azriel e meu pai são amigos desde crianças.
— Então eles também tem a idade do seu pai ?
— Sim – ela ri – mas Cassian continua bem humorado.
— Quanto tempo eu vou ficar com vocês ?
— Acho que só duas semanas, sua mãe me mataria se você ficasse mais tempo.

Alan chega perto e passa o braço ao redor do meu pescoço.
— Então... Quanto tempo você vai ficar ? – pergunta olhando para ela e me ignorando.
— Alan, você está todo suado. Não encosta em mim.
Ele ri.
— Calma irmão. –respondendo sua pergunta: vou embora em quatro horas. Meus pais me querem em casa logo, e meus alunos me esperam.
Todos olhamos para ela.

— Eu não comentei ? Sou professora de música grátis para crianças que não tem dinheiro para pagar as aulas.
— Mas e a manutenção dos instrumentos ou o aluguel do prédio ? – Tefhy pergunta.
— Eu ganho um salário do meu pai, então eu uso para pagar a outra professora, para a manutenção dos instrumentos, e o prédio eu comprei. Além do que, ainda recebemos doações de pessoas interessadas.

As vezes eu me pergunto o que ela não faz.

Judy

Duas horas se passam voando, eu Aelin e Evalin estávamos tomando chá, só entre nós.
— Me contaram muitas coisas a seu respeito – começa Evalin – é verdade que conseguiu fazer Row abaixar a guarda ?
— Eu não sei do que você está falando.
— Rowlan não se abre para ninguém depois de uma pessoa ter o traído, é algo que ele não iria gostar que contemos, ele se envergonha disso.

Aelin não contou a história, apenas deixou claro que foi nessa ocasião que Rowlan deixou de confiar nas pessoas.
— Bom, quebrar a marra do seu irmão é mais difícil do que quebrar a cara dele.
Elas riem.
— Então, lembra de quando nos conhecemos ? Você disse que explicaria o motivo de rezar para duas deusas.

— Ah, claro.
Meus poderes envolvem luz e escuridão, eu rezava para pedir sabedoria ao usar meus poderes e ajuda para manipular a luz.
Quando eu era criança, achava que estava ficando louca, mas logo descobri que eram meus poderes.

— Eu gostaria de ver uma demonstração, podemos fazer isso na próxima vez que vir. – diz Aelin.
— Claro. – digo.

Ficamos algum tempo conversando.
Evalin era muito divertida.

Eu e Tefhy estávamos nos despedindo de todos, o dia foi pouco para matar a saudade de Phyn e a família de Diha.
Mais uma vez, abro o portal para Velaris.
Desta vez estou tão animada que nem posso aguentar de ansiedade para que Tefhy conheça minha família.

Tefhy entra no portal, olhando para ver como funciona.
Ao sair do túnel, ele fica maravilhado com tudo.
Antes de ir para casa, mostro a ele as coisas aqui, o quarteirão dos artistas, os teatros, as casas de jóias e também minha escola de música.
As crianças o recebem muito bem, fazem perguntas e se enturmam muito fácil.

Levo ele para conhecer o rio Sidra.
Depois de tudo isso, levo ele para casa.
Entro em casa já anunciando minha chegada.
Oryn, Rhyra e Colder surgem no mesmo instante, já querendo conhecer meu irmão caçula.

— Bem vindo . – diz Rhyra animada – eu sou Rhyra.
— Yo, sou Colder. – dando um aceno para ele.
— Oryn – diz simplesmente.
– Pessoal esse é o Tefhy. Meu irmão caçula que acabei de conhecer.– digo apertando as bochechas dele e fazendo uma voz mais infantil.

Ele ri.
— Aqui é muito bonito. Ela disse que era tudo muito bonito, mas não pensei que fosse tanto.
— Espere a noite e você vai ver o que é beleza. – diz Rhyra.
— Vem, você deve estar bem cansado. – digo levando ele ao quarto em que ele ficaria.

— Essas são Nuala e Cerridwen se precisar de alguma coisa, peça para elas.
Elas acenam para ele e saem do quarto.
— Amanhã eu vou te mostrar a casa inteira, hoje a noite nós vamos sair.

Digo isso e deixo ele a sós para descansar um pouco, essas duas semanas prometem.

Entre mundos - primeiro volume - Triologia Entre MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora