Fuja

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Ofegante e um tanto trêmulo, Rússia recuou em passos falhos por alguns metros antes de dar as costas e sair correndo dali, deixando o homem desfalecido para trás sem comunicar a ninguém sobre sua presenca. Sua expressão esboçava medo, nervosismo, ele transpirava e corria o mais rápido que podia fazendo o impacto das solas de seus sapatos pesados espirrarem a água suja empoçada entre os pequenos buracos do chão úmido. Ele seguiu para a entrada da boate buscando pelos dois amigos afim de levá-los embora dali o mais rápido possível numa atitude desesperada à procura de segurança e ao virar a esquina para entrar no estabelecimento novamente esbarrou nos dois rapazes, quase derrubando o menor deles com seu peito.

Eua: Rússia! - exclamou claramente assustado e nervoso.

Rus: América! - sua preocupação era nítida.

Ambos se abraçaram apertado reciprocamente, ofegantes, e o menor deles tinha seus olhos marejados e o timbre trêmulo agora.

Eua: Você tá bem?! A gente ouviu vários tiros, fiquei com tanto medo de terem te pegado!

Rus: Tô bem! - respondeu o apertando em seus braços.

Br: O quê que aconteceu, cara?! - indagou preocupado.

Rus: Era um deles, mas não me reconheceu, eu acho. Ele tentou me matar como se eu fosse a próxima vítima.

Eua: O quê?! - exclamou se afastando subitamente dele - Eles ainda estão aqui?!

Rus: Eu consegui desmaiar o que me atacou, se a gente ir embora rápido dá tempo de fugir pra casa!

Br: Então vamo logo, meu! Antes daquele infeliz acordar! A gente chama um táxi!

Eua: Mas e se demorar?!

Rus: A gente fica aqui na porta esperando, tem muita gente por perto pra eles resolverem atacar - respondeu olhando em volta para se certificar de que não houvesse perigo ali para eles.

Brasil digitou apressado as teclas em seu celular e pediu o carro que não tardou a chegar na porta da boate onde outras pessoas também já íam embora com medo dos disparos. Entraram com claro nervosismo no veículo e se jogaram sobre os bancos, deixando que todo aquele clima tenso e desagradável escapasse pelas janelas.

Num suspiro minimamente aliviado ao estarem já mais livres do perigo, mas ainda com considerável aflição lhe atormentando a mente no banco de trás do carro e o medo crescente de serem seguidos ou procurados mesmo longe dali após o maior deles ser escolhido, América o mirou sentado ao seu lado, que mesmo tentando manter uma imagem calma esboçava nítida angústia e desconforto em sua face suada, seus olhos gritavam desespero. O mesmo retirou o capuz e puxou o boné de sua cabeça o qual usou para abanar o calor em seu corpo e endireitou sua coluna respirando fundo, foi quando em meio à sua distração sentiu a mão suave e pequena de América tocar a sua repousada sobre a coxa e entrelaçar seus dedos nos dele, agarrando-a com força. Seus olhos correram às mãos ao sentir o toque e pularam dali para os olhos azuis do menor, que o fitava como se mirasse o fundo de sua alma, sabendo exatamente o que o perturbava, o compreendia e Rússia sabia que não precisava se fazer de forte com ele, mas mesmo assim ainda tentava manter a pose. O russo deu um mínimo sorriso para ele mostrando falsa tranquilidade e sincero afeto e tornou a desviar seu olhar, apertando os dedinhos do rapaz entre os seus enquanto sua outra perna balançava ansiosa pensando no seu atentado e aguardando impaciente à chegada em casa.

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Se jogaram sobre o sofá juntos um ao lado do outro. Seus peitos subiam e desciam acelerados com a respiração pesada numa ordem aleatória e num ritmo diferente em cada um, a mais audível vinha do diafragma de Rússia, o maior deles, que transpirava frio ainda com o corpo quente sobre o estofado simples da casa.

Amor em CaosWhere stories live. Discover now