Perigo Eminente

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?: Senhor, permissão para entrar? - indagou uma figura com roupas militares e um tapa olho com o desenho de uma estrela cobrindo seu olho direito surgindo na porta da sala escura, onde mais adiante havia uma outra sentada à mesa de escritório virada sutilmente para o lado, apoiando o seu peso sobre o cotovelo acima da mesa enquanto apertava distraída o botão de sua caneta contínuas vezes.

??: Mhm - respondeu sem mirar a figura inferior.
?: Tenho notícias sobre a localização do Rússia, senhor.
??: E onde ele tá? - perguntou demonstrando sutil interesse pelo assunto.
?: Ele foi encontrado desmaiado numa praça na cidade ao lado por dois meninos, aproximadamente da mesma idade que ele, e levado a um hospital das redondezas.
??: Então ele está vivo?
?: Sim, senhor.
??: Ótimo. Mantenha seus homens com os olhos nele, não posso perdê-lo de vista.
?: Me permite fazer uma pergunta, senhor?
??: Fala.
?: O que o senhor quer com o garoto? Suponho que tenha tentado matá-lo há três dias atrás.
??: Querendo ou não eu ainda tenho algum sentimento por ele, e também...ele sabe demais. Se abrir a boca pra polícia ou tentar alguma coisa vocês têm ordem pra atirar nele e em quem quer que esteja por perto.
?: Sim, senhor.
??: Agora sai da minha sala.
?: Sim, senhor. Com licença, senhor - respondeu fazendo uma espécie de reverência e dando as costas, saindo dali e fechando a porta do escritório de seu líder logo em seguida.

A figura sobre a cadeira deixou a caneta sobre a mesa e mirou a parede ao seu lado, observando uma moldura com o vidro quebrado onde por trás se encontrava uma fotografia do rapaz soviético, alguns anos mais jovem. A figura franziu o seu cenho.

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Seguiam pela calçada do hospital conversando obviamente sobre o rapaz do qual acabavam de se despedir. Estavam um mais intrigado que o outro, surpresos e perplexos com o soviético.

Br: Que cara maneiro, né? - brincou.
Eua: É - deu uma risadinha.
Br: Eu vi como você ficou olhando pra ele - falou brincalhão com uma expressão travessa.
Eua: Cara, ele é mó gatinho - disse desviando o seu rosto corado e rindo tímido - Como não vou olhar?
Br: Nisso eu preciso concordar, ele é bem bonitão mesmo - riu - Mas fiquei meio assustado com o tamanho dele. E você viu todas aquelas cicatrizes?!
Eua: Vi. Sexy, não? - dizia mordendo o lábio, perdido na sua paixonite.
Br: (Risos) Caramba, América, quê isso, meu filho?
Eua: Foi mal - riu pondo sua mão sobre o rosto.
Br: Vai vir visitar ele amanhã?
Eua: Acho que sim. Quero ver ele de novo logo - respondeu sorridente.
Br: Você tá parecendo eu quando conheci o Argentina na escola - riu - Só queria ir pra aula pra ver ele.
Eua: Eu confesso, tô com um crush no cara.
Br: Você não tá assustado por ele ser soviético?
Eua: Um pouco surpreso, mas ele disse que não era criminoso.
Br: Vai saber se ele tava dizendo a verdade. Eu prefiro não julgar pelas aparências, mas quem garante que aqueles machucados todos foram coisa de cachaceiro de beira de estrada?
Eua: É...vou dar um voto de confiança, mas vou ficar de olho também.
Br: Também vou.

Continuaram andando até a pista de skate por mais alguns metros à frente, até o som da barriga de América os obrigar a parar.

Br: Eita! Tá com fome, nanico? - disse em tom de brincadeira.
Eua: Heh, sim. Vomitei tudo o que tinha no meu estômago hoje cedo.
Br: Bora ali comigo. Sei de um lugar que vende uma massa top pra gente almoçar.
Eua: Sério é? Onde?
Br: Aqui perto. O dono é bem gente fina. Bora lá?
Eua: Bora - riu.

Não era muito longe. Duas quadras à frente chegaram a um pequeno restaurante onde entraram e logo se encontraram com o dono do tal estabelecimento não muito cheio, já havia passado o horário de pico.

Ita: Brasile! - exclamou num sotaque italiano com claro entusiasmo o patrão ao ver o amigo de dreds esverdeados chegar ao local como costumava fazer com certa frequência desde que o conhecera.
Br: Itália! - o cumprimentou com um abraço.
Ita: Que prazer te ver de novo, mio amigo! - falou se pondo ao lado do maior, deixando sua mão sobre o ombro dele - Você parece estar cada dia maior, ragazzo - brincou.
Br: São os hormônios da idade - riu.
Ita: E quem é esse menino simpático que veio com você? - indagou olhando para o outro americano - Não me diga que já trocou de parceiro de novo, ragazzo - ria.
Br: Não, cara, que isso? - deu uma risada tímida passando a mão por trás da nuca - Ele é só meu amigo, eu tô com o Argentina agora - respondeu constrangido, compartilhando do mesmo sentimento que o amigo que assistia a tudo em silêncio.
Ita: Amigo, hein? Entendi - riu - Prazer em conhecê-lo - estendeu a mão ao menor - Me chamo Itália.
Eua: Prazer. Estados Unidos.
Br: Mas ele gosta que chamem ele de América. Às vezes até esquece que esse também é meu sobrenome - disse a última parte num tom mais baixo mas não com o intuito de não ser ouvido pelo amigo, brincalhão.
Eua: Eu ouvi tá?

Amor em CaosWhere stories live. Discover now