Dessa vez não foi nada rápido, o beijo se estendeu por vários e longos minutinhos, enquanto o brasileiro lá fora esperava a passagem de algum táxi para levarem o rapaz de volta pra casa algumas boas ruas à frente, América sentia finalmente o toque suave dos lábios de Rússia deslizando sobre os seus, com um leve toque do sabor do álcool em sua boca o qual podia ser facilmente ignorado pelo menor que só conseguia pensar no quão feliz estava. Acho que estou mesmo apaixonado, pensava. A sensação dos lábios do mais alto não era nada como ele esperava, algo mais bruto, grosseiro, pelo contrário, ele era suave, doce e um pouco selvagem, apenas. Se beijaram até serem obrigados a se afastarem devido à falta de ar presente ali para ambos, os incomodando em meio a um momento tão importante - talvez mais para América do que para Rusky - eles se olharam nos olhos um do outro.
Eua: R-Rus...
Rus: Desculpa - ofegava.
Eua: O quê?- indagou com as palavras não muito esperadas.
Rus: Tô um pouco tonto - disse cambaleando, sendo apoiado pelo pálido que o ajudou a conter o peso de seu grande corpo para que ele não caísse - Você beija bem...sua boca tem gosto de vodka - falava completamente desnorteado, perdido em seu autocontrole desfeito pela bebida.América deu um risadinha contida com as bochechas coradas em resposta.
Eua: É o gosto que tá na sua boca, Rus - riu.
Rus: Aah.Entre as pessoas dançando e se divertindo na boate, surgiu novamente o brasileiro entre eles chamando os dois amigos para fora através de gesticulações com as mãos, o volume da música estava alto demais para o escutarem dali.
Eua: Brasil tá chamando a gente, vamos - falou colocando outra vez o grande braço musculoso em volta de seu pescoço e o ajudando a andar na direção do amigo.
Rus: Я хочу покинуть - disse em sua língua, o que não foi compreendido pelo menor que o carregava.
Eua: O quê? - indagou em confusão.
Rus: Бросьте меня, я хочу еще водки!
Eua: Eu não entendo essa língua, Rus - falava enquanto eles se aproximavam do brasileiro.
Rus: Nhii! - grunhiu nervoso, parecendo um gato irritado.Eles chegaram até o rapaz que colocou o outro braço do maior sobre seus ombros e ambos seguiram pela multidão até chegarem ao carro. No caminho, Rússia ficou o tempo inteiro resmungando - quase caindo adormecido - aquela língua estranha que apenas ele conseguia entender, esperando de alguma forma ser respondido pela dupla.
Rus: Знаешь, эта водка была действительно плохого качества? - falava com os olhos fechados de embriaguez.
Br: O que ele tá falando? - indagou no banco da frente.
Eua: Eu não faço ideia - riu em resposta.
Rus: Пусть убили меня.
Eua: (Risos) relaxa, Rus, a gente tá chegando - falou se aproximando dele e acariciando as bochechas avermelhadas e quentes do mesmo.
Rus: У тебя восхитительный запах *soluço*Os presentes no carro riam das palavras do rapaz, sem terem ideia do que ele falava.
De carro foi uma viagem rápida, América pagou o motorista do carro e os dois rapazes carregaram o grandalhão para dentro da casa até o quarto, onde o deixaram sentado sobre a cama e ao soltaram os braços deste de seus ombros, ele caiu deitado sobre a cama, totalmente adormecido. Brasil e Estados Unidos riram ofegantes um para o outro com o cansaço após toda aquela confusão vivida na noite.Br: Acho que agora nada mais perturba a gente, né? - riu em alívio.
Nesse momento o toque do celular de América pôde ser ouvido novamente preenchendo os cantos do quarto. Ele o atendeu e levou ao seu ouvido.
Eua: Alô - respondeu ainda num timbre de riso cansado.
Ing: CADÊ VOCÊ, ESTADOS UNIDOS DE AMÉRICA DO NORTE?! - exclamou num grito do outro lado da linha fazendo o filho afastar o aparelho dos ouvidos com o susto tomado.
Eua: P-pai...e ae?
Ing: Onde você tá, Estados Unidos?! Eu vim te buscar na faculdade há horas, todo mundo já foi embora, as luzes estão apagadas e eu tô aqui!
Eua: Meu Deus do céu!...
Brasil o fitou com uma expressão preocupada.
Eua: S-sabe o que é, papi? É que o Brasil passou mal e eu trouxe ele de volta pra cuidar dele.
Br: Passando mal, né? Sei. Quero uma foto!
Eua: T-tá, só um minuto - ele cobriu o celular com a mão para não ser ouvido pelo pai do outro lado da linha e sussurrou para o amigo - Finge que tá passando mal aí!
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Amor em Caos
Action"Se eu entrar na guerra, luto pela pátria, se eu entrar pelo amor, luto por você." Tiago Augusto da Cunha (mindinho)