Armas e Lágrimas

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O celular vibrou em seu bolso no mesmo instante desviando sua atenção do banheiro. Estava esperando uma ligação a qualquer momento, por isso não exitou em atender e pela mesma razão nem sequer se preocupou em ver o nome na chamada pra saber de quem se tratava antes de responder.

Ing: Alô?
Ca: Oi, pai?
Ing: Filho?! Que bom falar com você, Canadá! - afastou com rapidez sua mão da maçaneta do banheiro para focar completamente na chamada.

América se inclinou com os olhos arregalados para o pai ao ouvir o nome do irmão sair de sua boca.

Eua: É o Canadá?! - exclamou com entusiasmo.

Seu pai assentiu para o filho maior com uma expressão de entusiasmo, retornando logo o foco à linha a qual o primogênito acompanhava com mesmo ânimo.

Ing: E como tá aí na faculdade?!... Sério?... Claro, pode vir sim, meu filho, seu quarto tá do mesmo jeito que você deixou antes de se mudar! - sorria animado - Amanhã? É claro, Canadá, o América vai amar te ver também!... Você não sabe como eu tô feliz, meu filho!... Sim, eu~ - ele interrompeu sua fala repentinamente e desviou a atenção do caçula afastando o celular do ouvido com pressa para olhar a tela que acendeu ao fazer isso, a mirando agora com um semblante sério.

América o fitou confuso, esperando algum desfecho para entender o que ocorria.

Ca: Papai? - sua voz ecoôu ao estar longe do ouvido do inglês, que trouxe de volta o aparelho pra perto quando ouviu a voz o chamar.
Ing: Oi, filho. Desculpa, vou ter que desligar agora. Amanhã eu vou te buscar na rodoviária... Isso, pode me esperar lá. Até mais - ele encerrou apressado a ligação e em movimentos ligeiros iniciou outra como se esperasse algo mais importante que o filho vindo dela, batendo um dos pés no chão ansioso enquanto esperava ser atendido logo. América o observava silencioso, buscando compreender o que estava acontecendo - Alô? E aí, como foi a investigação? Descobriram alguma coisa? - indagou se esquecendo totalmente do pálido e se afastando dali com tamanha atenção à conversa como se nada mais tivesse valor maior que aquilo.

Estados Unidos franziu o seu cenho quando viu o pai saindo falando ao celular com um dos policiais e pôs sua mão sobre a maçaneta da porta, esperando que este se afastasse o suficiente para que pudesse abrí-la e tirar Rússia dali. Quando ouviu a voz do mais velho ecoar longe, abriu-a acenando ligeiro com a mão para o mais alto que saiu pra fora olhando pros lados com preocupação e seguiu cuidadoso com o rapaz quando este se afastou em passos rápidos mas silenciosos de volta pro seu quarto. Eles entraram e América mais que rapidamente fechou a porta, se encostando nela num suspiro de alívio.

Rus: Seu irmão tá vindo pra cá?!
Eua: É, mas não se preocupa com isso não, ele é de boa - respondeu com um timbre sério acompanhado de um semblante neutro, indo até sua cama e se sentando nela.
Rus: Você tá chateado com o seu pai, não tá? - indagou se sentando ao lado dele.
Eua: (Suspiro) Ele é assim. É um bom pai e tals mas...ai, cara, depois que mamãe morreu ele se esconde no trabalho. Quando eu e o meu irmão éramos pequenos ele pagava pessoas pra cuidarem da gente, sempre tava ocupado. Depois que meu irmão decidiu fazer uma faculdade que não tinha na cidade e se mudou pra lá ele viu o que tava perdendo e vez ou outra tenta compensar o tempo comigo, mas o emprego dele continua sendo prioridade.
Rus: Entendi. Mas...ele parece ser um pai bom apesar de não ser muito presente.
Eua: É...eu não posso reclamar muito, mas sinto falta dele - falou passando a mão pelos cabelos e se levantando dando uma endireitada na coluna - Enfim, hora de ir pra casa - mudou o timbre e a feição numa tentativa forçada de se desviar do assunto e mudar o clima da situação.

Ame foi até a grande janela ao lado de sua cama e a abriu.

Eua: Agora por aqui é mais seguro - disse num tom descontraído.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 27, 2021 ⏰

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