Cuidado

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Ing: A que horas você volta pra casa hoje? - indagou do outro lado da linha.
Eua: Vou só passar no bar pra beber um pouco e depois vou pra casa.
Ing: Chame um táxi, não quero saber de você andando sozinho por aí depois da faculdade com esses assassinatos acontecendo todo dia. Esses soviéticos querem as nossas cabeças, filho.
Eua: Fica tranquilo, não vou demorar.
Ing: Vou ficar te esperando. Se precisar me ligue que eu vou te buscar.
Eua: Não precisa se preocupar, pai, eu vou ficar bem.
Ing: Está bem. Se cuida.
Eua: Tá bom. Até mais - falou desligando o celular.
Rus: Seu pai é bem super protetor, né? - falou escorado no hall de entrada da porta da casa de Brasil entre a cozinha e a sala de estar onde se encontrava o americano sentado sobre um sofá.
Eua: É porque você não conhece o velho, ele é distante, tenta compensar a ausência com presentes, mas não ligo pra luxo.
Rus: Por isso você fica faltando às aulas na faculdade? - falou se sentando no estofado ao lado do em que o menor se encontrava.
Eua: Eu quero fugir um pouco dessa rotina controladora, e no momento eu quero mais ajudar você.
Rus: Fora isso você é um filho perfeito na frente dele, suponho.
Eua: (Risos) Não exatamente.

Rússia apenas o correspondeu levantando ligeiramente uma sobrancelha e franzindo uma das bochechas tornando uma covinha, não era algo que dava pra ser chamado de sorriso, mas ao menos era alguma expressão nos lábios vermelhos do maior além de sua frequente feição chata.

Eua: E você?
Rus: Eu o quê?
Eua: Pra...onde você vai quando for embora?
Rus: Não sei ainda. Preciso pesquisar.
Eua: Oh...

Nesse instante Brasil surgiu na sala e se jogou sobre o estofado ao lado do melhor amigo, descansando seus braços sobre a cabeceira deste e cruzando suas pernas numa posição confortável.

Br: Vai pra faculdade hoje?
Eua: Acho que não, e você?
Br: Vou ficar fazendo companhia pro Rússia, depois pego a matéria.
Rus: Se for só por mim não precisa se preocupar, eu me cuido.
Eua: Não, a gente não vai te deixar sozinho.
Rus: Larguem de ser maricas, podem ir, eu tô bem.
Br: Tem certeza disso, Rus?
Rus: Tenho - ignorou o apelido.
Br: Bom...Nesse caso então eu acho que vou, preciso passar nesse curso.
Eua: Pode ir, eu fico aqui com ele - falou satisfeito mirando o maior com um sorriso travesso, o qual foi minimamente correspondido por um movimento nos lábios do maior, semelhante ao primeiro, não demonstrando emoção algum e servindo apenas como resposta quando não queria usar palavras.
De repente o som de uma certa vibração abafada atingiu os ouvisos dos três, fazendo os rapazes se guiarem pelo som até chegarem ao celular de América tocando ao seu lado com a região de onde saía o áudio abafada pelo tecido do sofá. América pegou e o atendeu, sem olhar qual contato lhe chamava.
Eua: Alô?...Pai?!...Sim, tô aqui no Brasil...O quê?! - ele fitou os amigos que observavam silenciosamente o mesmo se assustar ao telefone - O-O senhor vai me levar pra faculdade?...A-ah...N-não, mas pode deixar, a gente vai sozinho!...Ah, entendi...Ok...tchau...- ele desligou e se voltou aos amigos com uma expressão que esboçava nenhuma satisfação - Meu pai exigiu levar o Brasil e eu pra faculdade de carro. Ele tá preocupado com os...- ele olhou para o maior, receoso se tocava em tal assunto - assassinatos.
Rus: Relaxa, eu tô bem ciente que são minha família matando as pessoas - disse notando o comportamento do garoto.
Br: É, então acho que você vai ter que esperar por nós, Rus. Você se incomoda?
Rus: Não, eu sei me virar.
Br: Então nesse caso eu vou pegar meu material - falou se retirando para buscar o caderno em seu quarto.
Eua: Droga! - bufou batendo com a mão na testa.
Rússia o mirou sem se pronunciar.
Logo o jovem com dreds voltou em passos apressados para a sala de estar com um caderno de arame espiral em suas mãos.
Br: Quando o seu velho disse que vem?
Eua: Daqui a alguns minutos, tá quase na hora da gente ir mesmo. Ah, que caralho!
Br: Entendi - ele se virou para o mais alto,sentado quieto no outro sofá da sala - Pode ficar à vontade, tá, Rus? Tem comida na geladeira, cobertores no guarda roupa e uma lista telefônica de emergência no meu quarto. Vou deixar meu celular aqui, se você precisar liga pro celular do América que a gente vem correndo pra cá - disse retirando o aparelho do bolso e o deixando sobre o braço do sofá ao lado do mais alto.
Rus: Ok.

Amor em CaosWhere stories live. Discover now