Capítulo 18

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Quando tomei coragem para abrir meus olhos, encontrei com Fynn abraçado a mim e acariciando meus cabelos.

— Bom dia — disse ele, sorrindo. — Dormiu bem?

— Bom dia — bocejei. — Dormi sim.

— Sabe, enquanto você dormia, eu estava me perguntando... Você nunca pensou em ir para um psicólogo antes?

— Já mas... — engoli em seco. Fynn continuo me olhando calmamente, então continuei: — Tenho medo.

— Você não precisa ter medo — ele afastou sua mão do meu cabelo. — Se você quiser, eu até posso te fazer companhia dentro da sala enquanto você conversa com alguém profissional.

— Faria isso por mim?

— Claro, eu faria qualquer coisa por você.

De repente, Fynn me beijou. Depois de um tempo, ele foi embora. Para a nossa sorte, ainda era cedo, então nem minha mãe e nem minha irmã estavam acordadas para ver Fynn saindo de fininho.

Quando eu disse para mamãe que queria conversar sério, ela ficou surpresa e ao mesmo tempo curiosa. Nunca tinha pedido para conversava sério, afinal, eu sempre pensei que eu seria um peso morto nas costas da minha mãe, que ela já tinha muito com o que se preocupar. Mas agora meus pensamentos mudaram. Minha vó tinha depressão, assim como eu, e mamãe só descobriu isso quando entrou naquele quarto e a viu pendurada por uma corda, morta. Nunca tinha passado pela minha cabeça que talvez ela se sinta culpada por nunca ter reparado e/ou  nunca ter feito nada para ajudar a própria mãe. Então, ela não iria gostar que isso acontecesse de novo, ainda mais com o próprio filho.

— O que foi, querido? — perguntou. — Pode falar, a mamãe está escutando.

— Mãe, eu gostaria de ir para um psicólogo ou fazer terapia, se isso não for tirar muito dinheiro da senhora.

Ela arregalou os olhos e ficou um tempo me analisando.
Então, de repente, ela pegou meu braço e eu não a impedi de levantar a mangá do meu moletom. Os olhos dela se arregalaram ainda mais quando viram meus cortes.

— Querido, desde quando?

— Já faz bastante tempo — respondi, abaixando a mangá do moletom de novo. Não gosto de ver esses  cortes. — Desculpe por nunca ter te contando antes.

— Tudo bem — disse, baixinho, e foi aí que percebi que ela estava chorando. — Não se preocupe, eu vou pagar um psicólogo para você, meu bem.

— Obrigado, mamãe.

Ela continuou chorando, o que me levou a abraça-la.

— Querido, meu filho — me abraçou de volta. — A mamãe te ama, sabe disso, não sabe?

— Eu sei, mamãe. Eu também te amo.

O abraço acabou, junto com as lágrimas e rapidamente minha mãe já foi procurar através da internet um psicólogo para mim.
Eu estava com medo, mas ao mesmo tempo não, porque eu sabia que Fynn estaria lá comigo. Porém ainda parece ser assustador conversava com alguém que você nem conhece. Claro que esse "alguém" é uma pessoa profissional que com certeza pode te ajudar melhor do que qualquer outra, mas ainda assim, é meio assustador.
Apesar do medo, vou encarar isso, não só pela minha mãe, minha irmã, meus amigos e principalmente o meu namorado, mas por mim. Quantas vezes eu já quis ser feliz mas sentia que não conseguia fazer isso? Agora além de querer eu sinto que consigo.

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