Capítulo 15

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Fynn colocou sua bolsa no chão e de lá tirou seu estojo. Ele abriu o estojo e pegou uma caneta preta.

— Me dê o seu braço.

— Meu braço? — ele balançou a cabeça e então eu estendi meu braço. — O que você está pensando em fazer, em?

— Você vai ver, apenas espere.

Fynn levantou as mangas do meu moletom e começou a desenhar, mas eu não conseguia ver o que ele estava desenhado.

— Pronto.

Ele se afastou, guardando a caneta e me dando visão para o meu braço, ele tinha desenhado uma flor ali no meio dos meus machucados.

— Uma flor?

— Sim — ele me mostrou seu braço. — Eu também fiz uma no meu.

— Fynn, não estou te entendendo.

— Toda vez que você pensar em se machucar mas eu não estiver por perto, imagina que essa flor sou eu, e se você corta-lá obviamente vai estar me machucando — disse, enquanto abaixava a manga do meu moletom. — Cuide bem da sua flor, eu vou cuidar muito bem da minha, pode ser?

— Fynn.

— O que?

— Eu te amo.

Ele sorriu.

— Eu também te amo, Morgan.

Sem pensar duas vezes, o puxei para um beijo. Eu com certeza nunca tinha me sentindo tão feliz antes.

* * *

— Não queria dizer nada não — Alicce enfiou um punhado de batatas fritas na boca. — Mas eu vi que vocês mataram aula e só voltaram agora pro intervalo.

— Deixa os nossos pombinhos apaixonados — Kate disse. — Deixa eles.

Comecei a rir mas logo parei quando senti a mão de Fynn segurar a minha de baixo da mesa. Olhei para ele e lá estava ele com aquele sorriso. Apertei sua mão de volta. Eu o amo tanto, tanto.
De repente, o sinal tocou, e eu me senti mal porque não queria ir para aula, nenhuma delas era de redação e a única aula que tenho com Fynn é essa.

— Morgan — ele me deu um selinho. — Até depois das aulas.

— Até depois.

Todos na mesa se levantaram e cada um seguiu um rumo diferente para uma aula diferente. Quando as aulas acabaram, eu simplesmente corri até onde eu sabia que podia encontrar Fynn: no estacionamento. E ele estava lá, encostado na sua bicicleta já que seu pai não pode emprestar o carro hoje.
Nunca vou conseguir descrever o que eu sinto, nem se for em um poema, mas a forma que me sinto amado e que amo Fynn é completamente incrível.

— Olá, moço, vem sempre aqui? — ele perguntou, com um sorriso. — Vai querer uma carona para casa?

— Sim, porém eu quero mais uma coisa.

— O que?

— Quero companhia em casa.

— Companhia? — ele sorriu mais ainda. — Pode ter certeza que você vai ter.

Nos beijamos.

— Quer dizer que além de ser um maldito negro você é gay? — me afastei de Fynn, a tempo de ver Lily, a tal da garota Barbie. — Eu sabia, você é nojento!

— O que você quer, Lily?

— O que eu quero? — ela questionou, em tom sarcástico. A pergunta de Fynn só parecia ter deixado ela mais irritada. — Você me fez passar uma humilhação hoje e ainda fiquei com zero!

— Sabe de uma coisa, Lily? Eu também me senti humilhado quando você disse aquelas coisas horríveis pra mim — ele subiu em cima da bicicleta e eu percebi que aquilo era um sinal para que eu subisse também, então subi. — E pode ter certeza, essa não vai ser a primeira vez que a vida vai te humilhar, mesmo que você viva em uma bolha grande de proteção e não sai muito dela.

— Você parece um velho falando.

— Pra começo de conversar eu nem queria estar falando com você.

Fynn começou a pedalar e eu encarei a cara fechada de Lily até sairmos.

— Foi hoje a entrega do trabalho de biologia? — perguntei. — Ela estava tão puta.

— Sim foi hoje — ele começou a rir. — Você deveria ter visto, foi bem engraçado.

— Imagino.

Também comecei a rir.

— Morgan, sabe de uma coisa?

— O que?

— Eu te amo muito.

Alô?Where stories live. Discover now