Capítulo 14

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Quando abri a porta, primeiro me surpreendi por ser Fynn ali e depois levei um baita susto quando ele resolveu pular e se pendurar em mim como um macaco. Mas apesar disso, eu não podeira ter sido recebido de maneira melhor. Enquanto isso, minha mãe nos olhava com um sorriso enorme, pra ela esse abraço significa muita coisa e pra mim também.

- O que está fazendo aqui? - perguntei, dando espaço para ele tirar os sapatos e entrar. - E o porteiro? Deixou você entrar sem mais nem menos?

- Deixou sim - fechei a porta e ele continuou a falar: - Ele disse "olha aí o namorado bonitão do Morgan, pode subir."

Senti meu rosto naturalmente ficando vermelho e a risada da minha mãe de fundo.

- Aí, esse senhor Wilson, é um porteiro que vou te contar! - minha mãe entrou na conversa.

- Bom dia, Sophie.

- Bom dia, querido - ela colocou umas torradas na mesa. - Está com fome?

- Pra ser sincero, estou morrendo, não tomei café hoje porque queria comer aqui mesmo.

- Então sirva-se que o café está na mesa - nós dois nos sentamos à mesa. - Comam e vão para a escola.

Comemos e enquanto comiamos minha irmã apareceu coçando os olhos e também se juntou ao café da manhã. Agora eu estava no elevador do meu apartamento ao lado de Fynn. Ele me beijava como se precisasse disso pra viver e só se afastou quando o elevador chegou no último andar.
Pulamos para fora com o rosto corado, parecíamos duas crianças que tinham acabado de aprontar alguma, como quebrar o vaso favorito da sua mãe. O porteiro nos olhava com curiosidade.
Puxei Fynn, não queria chegar atrasado na escola. O senhor Wilson liberou a nossa saída e quando colocamos os pés na rua não achei o Fiat vermelho.

- Lembra que o carro não é meu? - Fynn questionou e eu balancei a cabeça. Ele tinha dito que o Fiat era deu seu pai. - Então, hoje meu pai precisou dele então eu vim de bicicleta.

Quando Fynn disse isso, notei que tinha uma bike preta parada aonde o carro costumava ficar estacionado.
Ele deu um sorriso e subiu em cima da bicicleta.

- Sobe aí - fez um sinal com a mão, me chamando. - Você não se importa, certo?

- Claro que não - subi, um pouco desajeitado. - Nada importa se eu tiver você.

Dito isso, ele corou e virou a cabeça apenas para deixar um selinho em meus lábios. Agarrei minhas mãos firme em sua cintura e ele começou a pedalar um tanto rápido, e nisso eu senti o vento batendo contra meu rosto e os cabelo voando. Na verdade, é bem mais legal ir de bicicleta, e, além disso, não polui o ar. Se Fynn tivesse me avisado eu teria pegado a minha bicicleta também, mas pensando melhor, eu prefiro assim. Uma única bicicleta para dois não é tão ruim.

Fynn parou a bicicleta que parecia minúscula perto dos carros parados no estacionamento do colégio e descemos, já caminhando para fora dali. E pensar que ontem mesmo sai daqui com a cabeça borbulhando de pensamentos, sobre eu me sentir sozinho e insuficiente, a sensação de precisar dar um pause na vida e achar que Fynn realmente se apaixonaria pela garota Barbie. Na verdade, a Barbie é mais legal que aquela garota, maldade a minha comparar as duas.

- Você tem aula do que agora?

- Matemática. - respondi, bufando. Nunca fui bom com números. Alguns começam a odiar matemática no 6° ou 5° ano, mas eu odeio matemática antes de sair do útero de minha mãe.

- Eu tenho educação física - ele bufou também. - Não que eu seja um dos alunos sedentários mas o professor está ensinado vôlei e a minha praia mesmo é basquete.

Eu imaginei. Com esse tamanho todo, a coisa mais fácil do mundo para Fynn deve ser jogar basquete.

- Bem, mas por que está perguntando?

- Nós dois temos duas aulas que não estamos afim de ir e se não estamos afim, não vamos, sacou?

Segurei uma risada.

- Deixa eu ver se eu entendi, o senhor está me convidando para matar aula.

- Todo mundo mata aula pelo menos uma vez na vida.

- Eu nunca matei aula, diferente de você eu sou um aluno exemplar.

- Se você nunca foi, então vai ser agora porque eu não aceito um não como resposta.

Ele estendeu sua mão para mim e eu a segurei porque eu não sou um aluno exemplar, apenas quieto, por que já viram minhas notas?

Alô?Where stories live. Discover now