Capítulo 19

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Fynn estacionou o carro e então descemos.

— Último dia de aula! — exclamei, assim que saímos do carro. — Isso se não ficarmos de recuperação, é claro.

— Não se preocupe, você é inteligente.

— Se você diz.

— Gosto de caras inteligentes — ele me beijou e segurou minha mão. — E você é meu namorado.

O beijei mais uma vez antes de saímos do estacionamento para os corredores lotados da escola. Todos pareciam felizes porque era o último dia e então entraríamos para as férias de inverno. Eu estava feliz por isso também, é claro, mas um tanto nervoso porque hoje séria minha primeira consulta no psicólogo. Porém, eu ficava mais seguro ao lembrar que Fynn iria comigo.

— Amor.

— Sim?

— Doeu quanto você fez essas tatuagens?

— Depende — ele deu de ombros. — Tem alguns lugares que doem mais, outros nem tanto.

— Você acha que no braço dói?

— Não muito, por que?

— Estive pensando em fazer algumas tatuagens — ergui minhas mangas. Não tinha mais nenhum corte vermelho recente, eram apenas cicatrizes que eu considerava nojentas e que me atormentava. — Queria usar elas para esconder isso.

— É uma boa ideia, eu apoio, se quiser eu te levo no lugar aonde eu fiz as minhas tatuagens.

— Eu quero, por favor.

— Ótimo — sorri e paramos de andar. — Então vai escolhendo o que quer tatuar.

Fynn me beijou na testa e depois desceu para os meus lábios. Na mesma hora, o sinal tocou.

— Tchau, Morgan, a gente se vê no intervalo.

— Tchau.

Mais um beijo e finalmente entrei na sala para a última aula de física desse ano.

Uma voz feminina chamou pelo meu nome e eu estremeci.

— Vamos? — Fynn pegou na minha mão. — Prometi que ficaria com você, não prometi?

Assenti com a cabeça e entramos dentro da sala, aonde uma mulher mais velha nos esperava sentada.

— Por favor, sente-se — eu me sentei na cadeira e Fynn, por sua vez, se sentou em um sofá que era um pouco mais afastado. — Certo, então você é Morgan e aquele é Fynn que vai te acompanhar nas consultas, estou certa?

— Sim, está — respondi, mesmo que ainda estivesse bastante nervoso.

— Ótimo, então acho que podemos começar.

No fim das contas, eu perdi o medo. Conversei seguramente com ela e expressei coisas que por um momento eu nem sabia que sentia. Talvez seja pelo fato de Fynn estar ali, mesmo que ele não estivesse dizendo nada. Mas ainda sim, foi realmente muito bom.

— Viu, não foi tão ruim assim, foi? — Fynn perguntou, quando estávamos saindo.

— Não, porém obrigado por ter ficado comigo.

— Não precisa agradecer, você merece.

Nos beijamos antes de subir na bicicleta. Como estávamos fora do horário de aula Fynn não tinha permissão para usar o carro do pai. Eu pensei em ir na minha bicicleta também mas eu realmente gosto de segurar a cintura de Fynn enquanto ele pedala.

— Amor — chamei. — Você se importa de ficar o resto do dia comigo? Podíamos aproveitar para você me mostrar algumas tatuagens.

— Claro, eu fico, já tenho ideia de que tatuagens você pode gostar, inclusive.

Comemorei mentalmente e Fynn continuou pedalando em direção ao meu apartamento.

Alô?Where stories live. Discover now