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GABRIEL SANTOS
Vidigal, Rio de Janeiro.

— E como que tá a dor? — Cobra me olha de relance.

— Suave.

— Tu tá com uma bala no ombro tio, como que a dor tá suave? — dou de ombros e acabo fazendo uma careta de dor.

— Um tiro no ombro não chega nem perto do que eu já passei. — falo amargurado.

— O que pegou entre você e o FR em?

— Só me leva pro ps, demoro? — corto o assunto e ele assente.

Me ajeito no banco e em alguns minutos o Cobra para com o carro no ps do Vidigal, o mesmo desce do veículo e da meia volta parando ao lado do passageiro, com a sua ajuda saio do carro e o mesmo me leva para dentro do postinho, onde sou levado para um quarto com urgência.

— Vou aplicar a anestesia. — a voz doce a enfermeira ecoa por meus ouvidos.

— Ta de boa, precisa disso não. — ela me encara. — Qual foi pô, só tira a bala daí de dentro.

— Mas..

— Coé dona, tenho tempo pra enrolação não, pode agilizar aí fazendo um favor? — peço tentando manter a paciência e ela assente.

— Isso vai doer.

— Já passei por coisa pior. — ela ri enquanto tirava o projétil do meu ombro esquerdo, fecho os olhos com força, porra isso dói pra caralho, toma no cu.

— Agora vou fazer uma pequena sutura. — respiro fundo e assinto.

A enfermeira higieniza o local onde a bala havia sido atingida e começa a suturar, me fazendo sentir um certo desconforto.

— Prontinho, agora é só você aguardar.

— Valeu. — falo me levantando da maca.

— Onde você pensa que vai? Você precisa ficar em observação pra ver ser não haverá infeção ou algo do tipo. — nego com a cabeça.

— Bandido não tem tempo pra isso não, gata. — pisco e ela revira os olhos.

— Isso vai infeccionar se não cuidar direito.

— Caso isso aconteça, nos veremos em breve. — falo e ela bufa.

Coloco minha camisa e sinto uma leve dor no ombro, o que faz a enfermeira me olhar com a sobrancelha arqueada, nem dou moral e apenas passo por ela saindo do quarto e indo de encontro com o Cobra.

— Tem que ficar em observação não?

— E lá temos tempo pra isso Cobra? Precisamos bater um papo com o Adamovich.

— Ele vai querer te quebrar, sabe disso né?

— Eu me resolvo com ele, bora bora. — falo empurrando o mesmo para fora do postinho.

(...)

Antes que a gente fosse pra boca principal conversar com o Adamovich, pedi pro Cobra parar na minha goma rapidinho só pra eu tomar um banho e trocar de roupa que estava toda suja de sangue.

— Adamovich já mandou cinquenta mensagens no grupo e me ligou três vezes, maluco tá como, puto pra caralho. — fala quando entro no carro.

— Bora. — ele da partida no carro e segue com o mesmo até a boca principal.

Assim que o Cobra estaciona com o carro na rua7, já saio do veículo com rapidez e vou entrando na boca.

— Você tem noção de que eu tô afim de meter a porra de uma bala na sua cabeça, não tem? — fala e o Cobra chega atrás de mim logo em seguida.

Só Por Uma Noite [M] ✓Where stories live. Discover now