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LIZ DAMACENO.
Vidigal, Rio de Janeiro.

Acordo no dia seguinte com o meu despertador tocando às seis da matina, me sento na cama e bufo frustrada por não ter conseguido dormir praticamente nada na noite anterior. Levanto da cama e já troco de roupa, coloco uma calça jeans rasgada e o uniforme da escola, calço meu tênis e saio do quarto indo em direção a cozinha.

— Bom dia, flor. — tia Vanda fala quando passo pela porta.

— Bom dia.

— Não dormiu bem a noite? — nego. — Logo você se acostuma com a casa nova, vem cá, senta para tomar café.

— Maria ainda não acordou? — tia Vanda nega. — Aposto que ela não vai querer ir para a escola. — falo enquanto me sentava na cadeira.

— Se essa garota reprovar, eu frito ela. — gargalho. — Igor dormiu na sala, sabe porque ele não foi pra casa?

— Acho que brigou com a namorada.

— É só aparecer uma moradora nova no morro que esses dois ficam em pé de guerra. — me serve um copo de café. — Olha Liz, não quero falar por mal, mas eu conheço muito bem o Igor e eu já notei os olhares dele em você ontem. Só toma cuidado, tudo bem?

— Pode deixar tia Vanda, encrenca pro meu lado eu tô fora. Meu foco agora é concluir o colegial, prestar vestibular e entrar na faculdade.

— Queria que a Maria pensasse assim. — rimos. — Peço perdão Liz, mas não vou poder te acompanhar no café, tenho uma cliente agora cedo lá no salão.

— Fica tranquila tia Vanda, vai lá atrás do seu. — ela sorri e beija a minha bochecha antes de sair da cozinha.

Faço um pão com nutella para mim e levo o mesmo até a boca dando uma mordida nessa maravilha.

— Bom dia, Liz. — fala com a voz rouca, por que isso tem que o deixar tão sexy?

— Bom dia, Igor. — beberico o meu café.

— E a Maria?

— Dormindo ainda. — dou de ombros. — Acho que ela nem vai para a escola.

— Quer que eu te leve? — me encara enquanto se servia com um copo de café.

— Não precisa.

— Relaxa, pô, é só uma carona. Não confio nesses uber aí não.

— Tenho medo de moto.

— Pego o carro da tia Vanda. — pisca.

— Beleza, mas se sobrar pra mim depois, eu te quebro. — mordisco novamente meu pão com nutella.

Adamovich sorri de lado e eu sinto minhas bochechas corarem, só de pensar exatamente o que se passou na mente dele agora.

— Você é um babaca. — ele ri.

— Eu não fiz nada, gatinha. — reviro os olhos. — Agiliza aí que já são seis e vinte, e vai alguns minutos até a Copa.

— Tu não me apressa, garoto.

— Vou te esperar no carro, não demora. — vira o último gole do seu café e sai da cozinha.

Termino de tomar meu café da manhã e subo rápido para o andar de cima, entro no banheiro e escovo meus dentes. Passo pelo meu quarto e pego minha mochila junto com o meu celular e desço as escadas correndo. Saio da casa da tia Vanda e alguns olhares se voltam para mim quando entro no corro em que o Igor tomava a frente do volante.

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