75

3.4K 255 38
                                    

LIZ DAMACENO
Vidigal, Rio de Janeiro.

Depois de muito relutar, acabei cedendo a tomar um banho com o Igor, somente banho mesmo não estava com pique para transar depois de tudo o que rolou e ele acho que também não, já que o tempo todo embaixo do chuveiro ficou abraçado comigo.

— Tá melhor? — desliza os dedos pela minha costa nua.

— Um pouco. — suspiro. — Só queria que tudo isso fosse um pesadelo.

— Vou dar um jeito nisso. — afasto meu rosto do seu peitoral o encarando.

— Promete que não vai matar a pessoa? — ele fica em silêncio. — Igor!

— Tá, eu prometo. — bufa. — Mas ela vai ter o que merece, o se vai.

— Só não mata. — ele assente, passo meus braços em volta do seu pescoço. — Ainda não acredito que isso está acontecendo.

— Nem eu, pô. — fala bolado. — Mas não vamos pensar nisso agora não, quero te relaxar e não deixar ainda mais preocupada com esse bagulho. — sorrio de lado e ele deposita um beijo em minha testa.

— Eu te amo. — o encaro. — Obrigada por sempre estar ao meu lado, sou grata por ter você.

— Eu te amo demais, morena. — sorri de orelha a orelha, enquanto segurava meu rosto com as mãos. — Te amo pra caralho, pô. — roça nossos narizes me fazendo sorrir.

Igor sela nossos lábios em um beijo calmo, cheio de carinho e amor, não tínhamos pressa e muito menos malícia, só estávamos curtindo um ao outro no meio de toda essa confusão.

(...)

— Cóe, morena, vai me negar um filho mesmo?

— Não me leva a mal gatinho, mas não quero ser mãe tão já não. — ele revira os olhos me fazendo rir. — Mais pra frente, quem sabe né?

— Vou querer uns cinco em, já vai se preparando aí. — gargalho.

— Vai sonhando, no máximo dois. — acaricio seu peitoral. — Tu não tem que ir na reunião com os cara da segurança?

— Tenho. — responde simples. — Mas quero fazer uma horinha a mais contigo, não sei se você está..

— Já estou bem melhor, amor. — corto sua fala. — Pode ir lá, que eu sei que você está maluquinho pra resolver esse assunto logo. — ele solta um riso nasal, ergo meu rosto o encarando. — Sério amor, estou bem. — deposito um selinho em seus lábios.

— Na moral? — assinto. — Então eu vou ir nessa, mas antes quero um beijo de despedida bem gostoso. — sorrio antes de selar nossos lábios.

Ainda acho extremamente surreal a forma como nossos lábios tem o encaixe perfeito, nosso beijo se conecta e todas vezes que estamos nos beijamos é como se existisse somente nós dois no mundo.

— Te mando mensagem quando eu sair. — fala após finalizar o beijo e eu concordo com a cabeça.

Me afasto dele dando espaço para que ele saísse de cima da minha casa, Igor me dá mais um beijo rápido antes de sair pela porta do meu quarto a fechando em seguida. Pego o meu celular que estava sobre o criado mudo e havia várias notificações no meu Instagram e Twitter, em relação ao meu vídeo íntimo vazado, suspiro fundo enquanto desativava as contas, até tudo isso abaixar vou deixar assim, ou eu entro em uma depressão fodida com tantos comentários e mensagens maldosos.

(...)

Reviro os olhos seguindo o GS para fora de casa.

— Tem necessidade disso mesmo, GS? — pergunto com tédio.

— Claro que tem pô, Maria foi acompanhar a tia Vanda na última sessão de químio e vão passar a noite na casa do Alberto. — explica. — Não confio em deixar você sozinha, apesar da alta segurança que essa casa tem.

— Isso é um porre. — falo passando a chave no portão. — Tu veio de moto?. — ele nega.

— To com o carro do teu macho, depois ele vai encostar em casa pra te buscar. — segue até o carro do Igor, que estava no outro lado da rua.

Caminho em sua direção e adentro o carro assim que o mesmo é destravado, passo o cinto de segurança e logo o Gs da partida embicando até a sua casa.

— E você é a Júlia em? — pergunto e vejo um sorriso se formar em seus lábios. — Tá apaixonado?

— Pô Liz, sabe como é né? Júlia além de ser gata pra caralho, ela tem um coração muito bom e é uma mina daora a beça. O problema mesmo é o pai dela.

— Nem brinca, sério mesmo? — ele assente suspirando.

— Pai super protetor tá ligado? Não julgo, mas ele trata ela como se fosse uma boneca de porcelana, quer controlar o que ela faz como se ela ainda tivesse menos que dezoito anos. A bichinha fica toda bolada, passa pela maior barra com ele, tá cansadona disso já.

— Posso imaginar. — comento tirando o sinto de segurança. — Mas o que importa é que vocês estão juntos.

— Gosto dela pra caralho, mas não tô pondo muita fé. — sai do carro e eu faço o mesmo.

— Qual é GS, Júlia gosta muito de você também cara e não vai ser o pai dela que vai estragar o que vocês dois tem, apesar dela não ter coragem de sair da casa deles. Aposto que pra ficar contigo ela faz qualquer coisa, da pra ver que ela tá toda na sua. — falo com sinceridade e o vejo sorrir.

— Tava pensando em pedir ela em namoro. — passa os braços em volta do meu pescoço. — Tá afim de me ajudar nessa? — pergunta enquanto caminhávamos até a entrada da sua casa.

— Jura? — ele assente. — Claro que eu quero ajudar caralho, vai ser um máximo, ela vai gostar muito. — falo animada.

— Espero que sim, né. Bora ver aquela série lá, esqueci o nome dela.

— Grey's? — ele assente. — Já terminei a última temporada. — rio ao ver ele me lançar um olhar bravo. — Desculpa, não aguentei esperar.

— Tranquilo, pô. — da de ombros. — Mas vai ter que assistir de novo comigo.

— Não será um problema, meu amigo. — rimos.

(...)

Gargalho da cara do GS vendo a sua camisa encharcada do refrigerante que ele havia acabado de derrubar.

— Para de rir tio. — resmunga. — Vai lá no meu guarda roupa pegar uma camisa pra mim. — faço um careta. — Vai logo, garota. — reviro os olhos saindo do sofá.

Ando em direção até o seu quarto e vou para perto do seu guarda roupa, abro a porta do meio abrindo uma gaveta que tinha nela, puxo uma camisa qualquer e uma foto cai no chão, pego a mesma na mão e franzo o cenho.

— Por que o GS tem uma foto minha quando eu era bebê? — coloco a sua camisa sobre o ombro enquanto eu saia do seu quarto. — Gs, por que você.. — para de falo quando entro na sala.

— O que você que, FR? — fala com a voz carregada de amargura. — Por que você quer que eu coloque no viva voz?.. Sim, ela está comigo. — me encara e eu vou para perto do mesmo rapidamente. — Pode falar, já coloquei no viva voz.

A porta da sala é aberta, revelando Adamovich que fica em silêncio assim que eu faço um sinal para o mesmo.

— Minha ligação pra ti só tem um intuito, pra vocês no caso. A essa altura vocês já devem saber tudo o que foi descoberto aqui, gostaria de saber como você e a Liz estão se sentindo ao saber que são irmãos? — GS e eu nos entreolharmos confusos.

— Do que você está falando?

— Ah.. o Adamovich não cantou essa parte pra vocês? — sinto a ironia na sua fala, desvio meu olhar para o Igor que engole em seco.

Só Por Uma Noite [M] ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora